Qatar/ Hamas ausente das
negociações para um trégua em Gaza
Bissau, 15 Ago 24 (ANG) - As discussões com vista a
uma trégua na Faixa de Gaza realizam-se quinta-feira, em Doha, Qatar, e deverão
prolongar-se durante vários dias, com a ausência do Hamas.
A ofensiva retaliatória israelita já fez mais de 40
mil mortos , segundo dados do Ministério da Saúde do Governo de Gaza liderado
pelo movimento islamita palestiniano.
Esta nova ronda de negociações indirectas está a decorrer a
pedido de mediadores - Qatar, Estados Unidos e Egipto - numa altura em que
aumentam os receios de uma escalada militar no Médio Oriente.
O primeiro-ministro israelita, Benyamin Netanyahou, enviou uma
equipa de negociadores chefiada pelos serviços secretos estrangeiros de
Israel-Mossad- David Barnea, pelo seu homólogo dos serviços internos (Shin
Bet), Ronen Bar, e pelo major-general Nitzan Alon, que supervisiona as
conversações em nome do exército.
No entanto, o Hamas recusou participar nas discussões, pedindo
que seja aplicado o plano que já foi acordado, com base no roteiro de paz
proposto pelo Presidente norte-americano, Joe Biden. Os porta-vozes dos EUA
asseguraram, entretanto que o Qatar está a tentar garantir que o grupo islamita
esteja representado na reunião
As partes vão debater um acordo que permitiria a troca dos mais
de 100 reféns israelitas ainda detidos em Gaza pela libertação de prisioneiros
palestinianos em Israel, apesar de as partes estarem em confronto há meses
sobre uma linha vermelha. O fim definitivo dos combates e a retirada das tropas
israelitas do enclave, são outras exigências.
O Presidente norte-americano considerou que um cessar-fogo pode
evitar um ataque iraniano em resposta ao assassinato do líder do Hamas, Ismail
Haniyeh, na capital iraniana, no passado mês de Julho, que Teerão continua a
atribui a Israel. Contudo, Joe Biden reconhece que as negociações tornam-se
cada vez mais complicadas, após meses de impasse.
Ontem, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e
o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, apelaram às
partes para não “minarem” as discussões, numa advertência ao Irão, Hamas e
Israel.
Após o ataque de 7 de Outubro, que resultou na morte de 1.198
pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP que se baseia em dados
oficiais israelitas, Israel prometeu destruir o Hamas, no poder em Gaza desde
2007 e que considera uma organização terrorista juntamente com o Estados Unidos
e a União Europeia.
Das 251 pessoas sequestradas naquele dia, 111 ainda estão detidas em Gaza e 41 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita. A ofensiva retaliatória israelita já fez mais de 40 mil mortos , segundo dados do Ministério da Saúde do Governo de Gaza liderado pelo Hamas, que não detalha o número de civis e combatentes mortos.ANG/RFI
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