Rival de Guaidó se
autoproclama presidente do Parlamento e oposição denuncia golpe
Bissau, 06 jan
20 (ANG) - O deputado Luis Parra se autoproclamou no domingo (5) presidente do
Parlamento da Venezuela numa sessão realizada sem a presença de seu rival, Juan
Guaidó, que tentava se reeleger, mas foi impedido de entrar no Palácio
Legislativo.
Durante mais de quatro horas Guaidó e
deputados da maioria opositora tentaram, sem sucesso, entrar no Palácio
Legislativo, bloqueado por piquetes policiais e militares.
Apenas os deputados do chavismo e os
críticos do líder opositor conseguiram entrar no prédio.
Enquanto Guaidó estava do lado de fora,
imagens de Parra prestando juramento com um megafone na tribuna presidencial
foram exibidas pela TV estatal VTV. Em meio a gritos que tornaram o discurso
inaudível, ele prometeu "sair desta desgraça".
A conta da Assembleia Nacional no Twitter
informou que a proclamação de Parra foi feita "sem votos ou quórum",
enquanto a assessoria de imprensa de Guaidó classificou a ação como um
"golpe de Estado parlamentar".
Parra é acusado de ter feito lobby junto a
autoridades de Colômbia e Estados Unidos para livrar de responsabilidade o
empresário colombiano Carlos Lizcano em casos de suposto custo extra na
importação de alimentos para o governo de Nicolás Maduro.
Ele
foi excluído de seu partido após a denúncia, mas afirma continuar se opondo
a Maduro.
A reeleição de Guaidó como presidente do
Parlamento era vista como uma oportunidade para o opositor, que sofre de
uma queda de popularidade, dar um novo impulso em seu projeto político. Foi se
apoiando no cargo de chefe do Parlamento que ele se autoproclamou presidente
interino, em janeiro do ano passado, sendo reconhecido em seguida por
cerca de 50 países, entre os quais o Estados Unidos.
Antes da tumultuada sessão parlamentar,
Guaidó afirmou que dispunha de votos necessário para ser reeleito.
“Os que impedem a legítima instalação do
Parlamento venezuelano se tornam cumplices da ditadura e dos que oprimem o povo
venezuelano”, declarou em seguida nas redes sociais.ANG/RFI/AFP
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