Ucrânia/ Avanço russo no leste provocou êxodo interno
nos últimos seis meses
Bissau, 10 Mar 25 (ANG) - O
avanço russo na província de Donetsk, no leste da Ucrânia, nos últimos seis
meses provocou um êxodo interno no Donbass.
Milhares de ucranianos
abandonaram as cidades de Konstantinivka e Pokrovsk, cada uma com cerca de 50
mil habitantes.
As famílias já saíram, mas muitos
idosos teimam em não abandonar as casas em zonas constantemente bombardeadas.
Há um ano e meio caiu a cidade de Bakhmut.
Muitos refugiavam-se em Konstantinivka, a apenas 25 quilómetros. Hoje é a
própria Konstantinivka que está com os russos às portas da cidade.
A cidade contava 50.000 pessoas, hoje restam
apenas 1 000. Yuri é um voluntário que arrisca fazer-se à estrada para levar
mantimentos e, por vezes, trazer pessoas.
Ele conta nos que são geralmente idosas,
refugiadas em caves sem eletricidade, por exemplo, em Konstantinivka.
Muitos saem da zona a caminho de Pavlograd, a
cidade-chave do Sul para a ajuda humanitária, onde todos os dias chegam dezenas
de deslocados. Vêm também de Pokrovsk, outra cidade de 50.000 habitantes,
cercada pelos russos.
Bogdan, coordenador de logística humanitária,
conta que tem 130 pessoas inscritas para evacuação dos locais onde se
encontram, mas não há lugar para essas pessoas em Pavlograd.
A cidade está cheia de gente deslocada. Quem,
por fim decide sair da linha da frente, liga para uma linha gratuita que desencadeia
uma operação de resgate que pode demorar dias conforme as condições de
segurança.
Geralmente é feita sob bombardeamento.
Quem sai pede ajuda no limite das suas
capacidades para viver no meio da batalha. São geralmente idosos, com problemas
de saúde, falta de mobilidade, doença mental.
Por vezes nem trazem documentos, apenas a
roupa do corpo. Eles são os últimos resistentes, porque para os ucranianos,
perder a casa é perder a vida. ANG/RFI
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