Política/“PAIGC deixou de se entusiasmar com declarações da comunidade internacional”, diz Odete Costa Semedo
Bissau,03 Set.20(ANG) - A segunda vice-presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Maria Odete Costa Semedo, afirmou quarta-feira, que o seu partido deixou de se entusiasmar com as declarações que vêm das organizações internacionais ou da comunidade internacional.
Odete Semedo reagia assim ao último relatório do Conselho de Segurança das Nações, em que a ONU defendeu a manutenção das sanções impostas a militares guineenses em 2012 após o golpe de Estado e admitiu a possibilidade de impo
sição de sanções a pessoas (civis) que estejam a perturbar a ordem constitucional na Guiné-Bissau e pediu a criação de um grupo de peritos para analisar a situação no terreno.Semedo falava à margem da abertura das atividades do setembro vitorioso, um conjunto de celebrações que assinalam também o Dia da Transladação dos restos mortais de Amílcar Cabral, a 02 de setembro de 1976 da Guiné-Conacri para a Guiné-Bissau.
Apesar de reconhecer algum esforço das organizações internacionais no país, a segunda vice-presidente do PAIGC sublinhou que a confiança a depositar na Comunidade Internacional terá que ser de forma limitada e feita “a justa medida”, não deitar por completo a cabeça no colo da comunidade internacional e entregar-se de bandeja.
“Porque os interesses não são os mesmos. Têm visões diferentes e as suas missões na Guiné-Bissau nem sempre são transparentes”, frisou para de seguida avançar que o documento da ONU está a ser analisado criteriosamente pelo PAIGC.
Maria Odete Costa Semedo diz acreditar que a traição de que se fala no PAIGC está a ser protagonizada internamente pelos conhecedores do próprio partido. Contudo, afirmou que não podia revelar as estratégias do partido para contornar o atual cenário político .
A segunda vice-presidente do PAIGC reagiu com estranheza às informações em como há fragmentação, neste momento, na liderança do partido, sobretudo com a ausência do seu líder, Domingos Simões Pereira, que se encontra no estrangeiro.
“Quando usamos um determinado conceito é preciso conhecê-lo. No PAIGC somos um todo fragmentado e funcionamos como um mapa. A Guiné-Bissau é um país, mas tem as suas respetivas regiões administrativas. Portanto, se é isso que querem interpretar como fragmentação, esse conceito não tem lugar do partido”, assinalou.
Relativamente à proposta da revisão da Constituição da República elaborada pela comissão técnica instituída pelo chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, Odete Semedo frisou que qualquer cidadão atento à situação política do país estaria preocupado com a situação.ANG/O Democrata
Sem comentários:
Enviar um comentário