ONU/Comemoração dos 75 anos marcada com nova declaração
de compromissos
A “Declaração sobre a comemoração do septuagésimo quinto aniversário das Nações Unidas” foi adoptada segunda-feira por unanimidade, na semana de alto nível da
Assembleia Geral, com presenças muito restritas na sede da ONU, em Nova Iorque e com discursos gravados anteriormente pelos chefes de Estado, devido à pandemia.
“Não estamos aqui para
comemorar. Estamos aqui para agir”, refere a declaração adoptada pelos Estados-membros da ONU, em que
se destaca que a pandemia de covid-19 é “o maior desafio global” da história da
organização, criada para manter a paz internacional depois da Segunda Guerra
Mundial.
“Ao longo dos anos, mais
de um milhão de mulheres e homens serviram sob a bandeira das Nações Unidas em
mais de 70 operações de manutenção da paz”, lê-se na declaração que pede novas
medidas e novas abordagens aos problemas atuais, numa altura em que se defende que
a ONU é o principal palco mundial de acordos multilaterais, cooperação e
solidariedade.
“Não deixaremos ninguém
para trás” é o primeiro compromisso do documento, explicando-se que atenção
especial deve ser dada às pessoas em situações vulneráveis e que “assistência
humanitária deve ser concedida sem obstáculos ou atrasos e de acordo com os
princípios humanitários”.
Medidas
“transformadoras” são também pedidas no objectivo de “proteger o planeta”.
“Temos de reduzir
imediatamente as emissões de gases com efeito de estufa e alcançar padrões de
consumo e produção sustentáveis em linha com os compromissos nacionais
aplicáveis ao Acordo de Paris e em linha com a Agenda 2030”, lê-se no
documento.
Com vista a proteger a
população contra o terrorismo e extremismo violento, os Estados-membros
declaram também “promover a paz e prevenir conflitos”. Este objectivo defende o
uso da diplomacia preventiva e da mediação, com um pedido ao secretário-geral
para “aprimorar o conjunto de ferramentas para prevenir a eclosão, escalada e
recorrência de hostilidades em terra, no mar, no espaço e no ciberespaço”.
“Apoiamos e promovemos
totalmente a iniciativa do secretário-geral por um cessar-fogo global. O
Direito Internacional Humanitário deve ser totalmente respeitado”, continua a
declaração.
“Cumpriremos o direito
internacional e garantiremos a justiça”, com respeito à democracia, direitos
humanos, Estado de direito, “fortalecendo uma governança transparente e
responsável e instituições judiciais independentes”, lê-se.
A declaração adoptada no
75.º aniversário da ONU destaca também o compromisso de “colocar mulheres e
meninas no centro”, porque sem a participação igual de mulheres não se chega à
resolução de conflitos e os direitos humanos não podem ser garantidos. A
promessa é de “acelerar ações para chegar a igualdade, participação de mulheres
e empoderamento de mulheres e meninas em todos os domínios”.
Também para “construir
confiança”, os Estados-membros garantem que vão ser condenados ataques,
discriminação xenofóbica, racista, ou baseada em género ou sexualidade.
“Abordaremos as causas
profundas das desigualdades, incluindo violência, abusos dos direitos humanos,
corrupção, marginalização, discriminação em todas as suas formas, pobreza e
exclusão, bem como falta de educação e emprego”, declaram os assinantes.
“Melhorar a cooperação
digital”, “aprimorar as Nações Unidas” e “impulsionar parcerias” são outros
três objectivos descritos na declaração.
Os países prometem
também “garantir financiamento sustentável”, com compromissos de pagamentos
atempados e do total valor das contribuições nacionais acordadas com a ONU e
com reforço de projetos e parcerias público-privados.
Os Estados-membros
comprometem-se ainda a “ouvir e trabalhar com jovens”, sendo que “a juventude é
a peça que falta para a paz e o desenvolvimento”.
Por último, o 18.º
objectivo é de os países estarem “preparados”: “A pandemia de covid-19
apanhou-nos desprevenidos”, lê-se, o que “destaca a necessidade de mais
cooperação e partilha de informações”.
O documento sublinha que
há “uma necessidade urgente de acelerar o desenvolvimento, a produção, bem como
o acesso global equitativo e acessível a novas vacinas, medicamentos e
equipamentos médicos”.
Com base nos três pilares das Nações Unidas – Direitos humanos, paz e segurança, e desenvolvimento – os Estados-membros comprometem-se a seguir o “roteiro” da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. ANG/Inforpress/Lusa
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