Especial 24 Setembro/Combatentes qualificam de “lamentável” celebração dos 47 anos da independência com falta de quase tudo
Bissau, 21 Set 20 (ANG) – Alguns Combatentes da Liberdade da Pátria, da secção de Guiledje, sector de Bedanda, região de Tombali, qualificam de “lamentável” o país celebrar os 47 anos da independência com a falta de quase tudo e as infraestruturas em estado avançado da degradação.
Em entrevista
concedida aos repórteres da ANG, Jornal Nô Pintcha e RDN no âmbito das
celebrações dos 47 anos da independência, que se assinala no próximo dia 24 de
Setembro, os combatentes Sadjo Seide,
Mama Sambo Traoré, Aladje Mama Baldé, Mamadu Djaló e Aruna Coulubali relacionaram as suas afirmações com o
sofrimento e dificuldades que o povo guineense continua a enfrentar,
nomeadamente a falta de escolas e hospitais nas regiões do país.
O incumprimento das promessas que Amílcar
Cabral no que toca a criação de melhores condições de vida para os veteranos de
guerra, foi outro desagrado manifestado
pelos referidos combatentes.
O combatente Sadjo
Seide de 73 anos, indicou a tortura, roubo de vacas entre outros maus tratos à que os militares coloniais
submetiam os guineenses em represália pela participação na luta armada para
libertar a Povo do jugo colonial.
“Deus” fez aparecer
uma pessoa chamado Amílcar Cabral para enfrentar o regime colonial e as
populações vitimas assumiram o compromisso de a acompanhar na luta para se
defenderem ou se libertar dos maus tratos dos portugueses” salientou Seide que acrescentou: Volvidos 47 anos da independência,
para além de não sermos reconhecidos pelo Estado, o Povo continua a sofrer, e o
objectivo da luta era acabar com o sofrimento do Povo”.
Contudo, Sadjo Seidi
reconhece que valeu a pena a luta armada.
“Porque conquistamos a nossa liberdade e agora cabe aos actuais dirigentes trabalhar
para desenvolvimento do país”, afirmou Sadjo Seide.
Disse que os combatentes
sonhavam com um um país desenvolvido,
com infraestruturas rodoviárias, água potável e energia elétrica em todas as
localidades da Guiné-Bissau mas que “até hoje o Povo continua a pedir estes bens
ao governo”.
“Para nós é muito difícil, e até leva-nos a dizer que a luta pela conquista da independência foi
em vão, mas não é, porque libertamos o Povo do jugo colonial e isso orgulha-nos
muito”, salientou.
Mamadu Djaló, disse
que, apesar do seu estatu
to de antigo combatente português, aos 47 anos da independência, o país não merece estar na situação em que se encontra.
“Pela minha experiência de vida, se compararmos a
situação actual com a da época colonial digo que antes da independência a
situação parece um pouco melhor, sem pôr em causa os esforços que estão sendo
feito para bem do Povo, mas é que nessa época havia postos sanitários em quase
todos sectores, e em funcionamento pleno, com assistência médica e
medicamentosa, o que não se verifica hoje em dia”, lamentou Mamadu Djaló.ANG/LPG/AC//SG
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