CEDEAO/ Levantadas as sanções
aplicadas ao Mali após golpe militar em Agosto
Bissau, 07 Out 20 (ANG)
– A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) levantou as
sanções contra o Mali, impostas após o golpe militar de 18 de Agosto, anunciou terça-feira
a organização regional, que pretende “apoiar o processo” de transição.
Num documento hoje
divulgado no seu portal, no dia seguinte a nomeação dos 25 membros do Governo
maliano, a CEDEAO assinalou os progressos tomados pela administração do Mali
nos últimos dias, incluindo a nomeação e investidura de Bah Ndaw como
Presidente de transição e a nomeação de Moctar Ouane, um civil, para o cargo de
primeiro-ministro de transição.
A CEDEAO destacou também
a remoção de uma cláusula, prevista nos planos de transição, que admitia que o
vice-Presidente pudesse substituir o Presidente de transição, assim como a
definição de um período de transição de 18 meses.
“Considerando estas
importantes decisões para a normalização da ordem constitucional no Mali, e
tendo em conta a necessidade de apoiar este processo, os chefes de Estado e de
Governo [da CEDEAO] decidem levantar as sanções impostas ao Mali”, refere a
organização regional no documento, apelando ainda a “todos os parceiros
bilaterais e multilaterais a também apoiarem” o país.
Da mesma forma, a CEDEAO
pediu a dissolução do Comité Nacional para a Salvação do Povo (CNSP), que
reclamou o poder em Agosto, após o afastamento do então Presidente, Ibrahim
Boubacar Keita, assim como a libertação de todos os responsáveis militares e
civis detidos desde o golpe, em 18 de Agosto.
Na segunda-feira, o
Presidente de transição do Mali, Bah Ndaw, nomeou um governo de 25 membros no
qual os militares ocupam pastas-chave. Pelo menos quatro ministérios
estratégicos – Defesa, Segurança, Administração Territorial e Reconciliação
Nacional – são confiados aos militares, de acordo com o decreto lido então pelo
secretário-geral da Presidência, Sékou Traoré.
Após a tomada de posse
de Ndaw, coronel aposentado, como chefe de Estado a 25 de Setembro, e de um
vice-presidente de transição que é o chefe da junta, coronel Assimi Goïta, a
nomeação deste governo liderado por Moctar Ouane, diplomata de carreira, marca
uma nova etapa no processo de transição.
Entre as sanções, que
têm sido utilizadas como uma forma de pressão para o avanço nas negociações,
estava o encerramento das fronteiras dos 15 Estados-membros da CEDEAO com o
Mali.
Portugal tem no Mali 74
militares integrados em missões da Organização das Nações Unidas (ONU) e da
União Europeia.
Independente desde 1960, o Mali viveu, em 18 de Agosto, o quarto golpe militar
na sua história, depois dos episódios ocorridos em 1968, 1991 e em 2012.
A CEDEAO é composta por Benim, Burquina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo. ANG/Inforpress/Lusa
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