terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Turismo/Ministro Vaz pede aposta polίtica “muito clara” para que o sector possa contribuir mais para a economia do país

Bissau, 20 Dez 22 (ANG) - O ministro do Turismo e Artesanato defendeu  que é preciso uma aposta política “muito clara e séria”, à semelhança do que se fez em  Cabo Verde, para   que o turismo possa “contribuir muito forte” na economia do paίs.

Fernando Vaz falava , segunda-feira (19),à ANG e RDN numa entrevista em jeito de balanço dos trabalhos realizados pelo Ministério do Turismo e Artesanato, ao longo do  ano em curso.

Sustentou que Cabo Verde, durante 15 anos, não recebia nem 50 mil turistas e que somente  ia para este país meia dúzia de pessoas para fazer turismo de velas.

“Quando viram que cada vez ía mais gentes deciram apostar no turismo, contruindo aeroportos em todas as ilhas com potencial turίstico, estradas, hotéis e praias que as pessoas estavam a procurar”, acrescentou.

Para aquele responsável o grande problema do turismo na Guiné-Bissau é a falta de infra-estruturas.

"Nós não temos transportes, se alguém chegar a Bissau e quer ir para ilha há problemas de transporte aérea e maritima, que trabalha só duas vezes por seman. Viajar de botes e canoas não é confortável por muitos turistas”, lamentou.

Vaz realçou que é  preciso infraestruturar toda aquela zona que é área de ilhas  interface que serve de placa para outras ilhas, e refere que as ruas de Bubaque estão todas danificadas, a tal ponto que  nem através de motos se pode  descer as ruas, porque estão todas cheias de buracos, razão pela qual a adminisrtração local, através de meios próprios, está a recuperá-las.

Fernado Vaz disse  que, devido à essa  situação das ilhas, ele e o ministro das Obras Públicas, Construção e Urbanismo  viajaram até lá e confirmaram esse problema, estando agora a serem providenciadas os meios para se criar as condições mínimas  de infra-estrutura para que o turismo possa arrancar na Guiné-Bissau.

Fernando Vaz acrescenta  que, naquela viagem chegaram a conclusão de que é preciso fazer uma rampa, porque quando esteve em Cabo Verde com o Presidente da República, os caboverdianos puseram a disposição dois barcos tipo Catamarã, que se encontra em Cabo Verde pronto para operar na Guiné-Bissau.

“Mas não pode vir operar  aqui, porque não há condições de operacionalidades nos nossos portos. São barcos que têm rampa e levam carros, contentores e têm mais de 200 lugares para  passageiros”, explicou.

Disse que os hospitais e meios de comunicação são infra-estruturas fundamentais para fazer o turismo. “Caso contrário não vai haver muitos turistas”,disse acrescentando que o turista não vai onde não existe hospital porque pode haver acidente  nas praias.

Fernando Vaz enalteceu que o Catamarã é um barco com estrutura diferente que ia melhorar, por completo, o problema de transporte maritíma, mas diz que não há condições no país para a sua operacionalidade.

“A equipa caboverdiana esteve no país e  fez uma viagem de Bissau até Bubaque para ver as condições e deixaram instruções para que sejam criadas as condições de proximidade para que possam mandar os barcos, mais até hoje não são criadas essas condições”, disse.

O ministro de Turismo declarou que todo esse problema de intra-estruturas condiciona o desenvolvimento dio turismo na Guiné-Bissau, mas diz que não estão de braços cruzados  e que têm estado a diligenciar  para que sejam, a pouco e pouco, criadas essas  condições. “Já passaram quase 50 anos nada foi feito para o setor do turismo”, disse.

Vaz disse que, com a melhoria das estradas pode haver condições para se desenvolver o turismo  no país.

O governante disse que prevê-se a construção de unidades hoteleiras , em todas as regiões do paίs para quando alguém fizer uma viagem de turismo interno encontrar um lugar onde pode comer e dormir bem.

Afirmou que a cidade de Cacheu não tinha nenhum restaurante para comer, mas  que hoje é diferente, e que, em Canchungo, com  a parceria  do cantor Charbel deve ser feito um restaurante , à semelhana do que se fez em Cacheu.

Em relação as potencialidades turίsticas do país, Fernando Vaz disse que não há menor dúvida de que existem enormes potencialidades no país.

“O Presidente da República na sua viagem á Árabia Saudita conseguiu sensibilizar o Rei Saudita e no início do mês de Dezembro em curso,  uma delegação da Arábia saudita  veio com o propósito  de investir o setor turίstico na Guiné-Bissau”, disse.

Acrescentou que nesse quadro uma equipa técnica foi à Caravela  fazer o levantamento e que a primeira coisa que propuseram foi  a construção de um aeroporto em Caravela onde poderão aterrar  aviões de grande porte.

Disse  que, depois de se fazer toda a urbanização daquela ilha, deve ser construído um hospital pequeno e escolas, que diz serem  infra-estruturas mínimas para poder arrancar com o turismo e ter  para o próximo ano um turismo sério.

O ministro Vaz diz que, para o desenvolvimento económico é preciso apostar no turismo e criar intra-estruturas no país, à exemplo de Cabo Verde e Senegal, sustentando que, em Cabo Verde, 27 por cento do Produto Interno Bruto(PIB) vem do turismo.

Disse que Cabo Verde recebe cerca de um milhão de turistas por ano.

O ministro destacou a interligação do turismo com outros setores, exemplificando que  quando chega um turista desde do aeroporto é recebido por quem o transporta para o hotel e o próprio hotel tem ligações com a agricultura também, porque maior parte dos alimentos vem da agricultura.

Disse que o turismo mexe com todo o setor nomeadamente, a saúde, transporte, transações bancárias, e lazer entre outros.

Acrescentou que o governo deve considerar o sector como estratégica para o desenvolvimento, criticou que, na elaboração do  Orçamento Geral do Estado, nunca foi escolhido o turismo como área estratégica na Guiné-Bissau e que mesmo assim, o sector contruibui com 1 e pouco por cento para o Produto Interno Bruto (PIB).

Disse que a referida contabilidade não é muito efetiva, porque não estão ainda organizado e que contam só com o que os turistas gastam nos hóteis e  a taxa de turismo que é paga. “O que  gastam no restaurante e as opereções bancárias não são contabilizadas”, disse.

O ministro do Turismo realçou que a Guiné-Bissau é único país na sub-região que tem acima de 80 ilhas e um potencial turistico invejável pelo que é preciso, politicamente, se apostar no sector e investir nas infra-estruturas turίsticas e projetar a urbanização de ilhas. ANG/MI/ÂC//SG

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