sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

     Unicef/Seca afecta mais de 20 milhões de crianças no Corno de África

Bissau, 23 Dez 22 (ANG) -  Cerca de 20,2 milhões de crianças na Etiópia, Quénia e
Somália são afectadas pela pior seca na região em 40 anos, um número que duplicou nos últimos cinco meses, alertou esta sexta-feira o Unicef.

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), quase dois milhões de crianças nestes três países do Corno de África sofrem de desnutrição aguda grave, o estado de fome mais "letal" que enfraquece o sistema imunitário e representa risco de morte.

Além disso, se não for tratada, a desnutrição pode perturbar gravemente o desenvolvimento físico e cerebral das crianças.

 "Embora os esforços colectivos e acelerados tenham mitigado algumas das piores consequências que eram temidas, as crianças do Corno de África continuam a enfrentar a seca mais grave em mais de duas gerações", disse o director regional da Unicef para a África Oriental e Austral, Lieke van de Wiel.

 Cerca de 2,7 milhões de crianças foram também obrigadas a abandonar a escola devido à seca e outros 4 milhões correm esse risco, segundo a agência da ONU.

 "À medida que as famílias são levadas ao limite e enfrentam um stresse crescente, as crianças enfrentam uma série de riscos, incluindo o trabalho infantil, o casamento infantil e a mutilação genital feminina", acrescentou.

Nos três países, cerca de 24 milhões de pessoas sofrem de escassez de água e mais de dois milhões foram deslocadas internamente devido a chuvas fracas, refere a Unicef.

 

O país mais atingido foi a Somália, onde o número de pessoas afectadas aumentou de 3,8 milhões em Janeiro para mais de 7,8 milhões actualmente, de acordo com a ONU.

 Quase 1,3 milhões de pessoas foram forçadas a fugir das suas casas na Somália devido à seca, depois de o número de deslocados ter quintuplicado até agora este ano.

 A ONG Plan International afirmou no início de Dezembro que mais de metade de todas as crianças com menos de cinco anos na Somália cerca de 1,8 milhões estão gravemente desnutridas. ANG/Angop

 

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