segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

20 de Janeiro/Embaixador de Cuba  recorda Amílcar Cabral como homem de “acção e de palavra”

Bissau, 23 Jan 23(ANG) – O embaixador de Cuba na Guiné-Bissau, Raúl de La Peña Silva, recordou sexta-feira Amílcar Cabral como um homem de “acção” e de “palavra”, que foi morto porque os seus ideais afetavam o interesse imperialista.

Amílcar Cabral foi assassinado em 20 de Janeiro de 1973, em Conacri, aos 49 anos.


Em 1964, o líder independentista conhece o comandante Che Guevara em Conacri e pede o apoio de Cuba na luta pela independência.

“Foi um homem de acção e de palavra”, afirmou o diplomata cubano, durante uma cerimónia no mausoléu de Amílcar Cabral, na Fortaleza da Amura, em Bissau, para assinalar os 50 anos da sua morte, acompanhado dos médicos de brigada cubana no país e de alguns estudantes de medicina.

Para o embaixador de Cuba, o empenho de Amílcar Cabral na luta converteu-se num “obstáculo” para a política colonial.

“Os princípios que defendia também afetavam os interesses imperialistas. Por isso, decidiram eliminá-lo, quando a vitória já era irreversível”, salientou Raúl de La Peña Silva.

O diplomata cubano considerou também o líder da luta pela independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde como o “artífice da unidade”.

“Enfrentou as tendências tribais, religiosas e regionais que dividiam o seu país. Levou todos a combater juntos pela independência cimentando as primeiras bases do sentimento nacional”, disse.

Na ocasião, o embaixador aproveitou também para agradecer ao “Governo, ao parlamento, aos partidos políticos, grupos de solidariedade e povo em geral, o apoio dado a Cuba” contra o bloqueio imposto pelos Estados Unidos.

A Guiné-Bissau foi um dos 40 países que denunciou e criticou o bloqueio imposto pelos Estados Unidos a Cuba e votou a favor da resolução apresentada pelos cubanos na Assembleia-Geral da ONU no ano passado.

Filho do cabo-verdiano Juvenal Cabral e da guineense Iva Pinhel Évora, o líder histórico nasceu na Guiné-Bissau em 12 de setembro de 1924, partiu para Cabo Verde com oito anos, acompanhando a sua família, onde viveu parte da infância e adolescência.

Posteriormente, foi fundador do então PAIGC, líder dos movimentos independentistas na Guiné-Bissau e Cabo Verde, e foi assassinado em 20 de janeiro de 1973, em Conacri, aos 49 anos.

Amílcar Cabral é considerado um dos ícones da luta anticolonial em África, tendo imposto, como militar as maiores dificuldades a Portugal durante a guerra colonial.

Exemplo da sua importância é o facto de uma lista feita por historiadores para o programa World Histories Magazine, da BBC, o terem considerado o segundo líder mundial mais inspirador de todos os tempos, numa lista encabeçada por Ranjit Singh, marajá do império sikh, no início do século XIX. ANG/Inforpress/Lusa

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