segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

 Burkina Faso/ Governo dá prazo de um mês para saída das tropas francesas do país

Bissau, 23 Jan 23 (ANG) - O Burkina Faso pediu esta semana a saída das tropas francesas do seu território no prazo de um mês, disse sábado à Agência de Informação do Burkina (AIB) uma fonte próxima do Governo não identificada.


"O Governo burquinabe denunciou na quarta-feira passada o acordo que tem regido a presença das forças armadas francesas no seu território desde 2018", anunciou a AIB.

"Esta denúncia, feita em 18 de Janeiro de 2023, dá, nos termos do acordo de 17 de Dezembro de 2018, um mês às forças armadas francesas para deixarem o território do Burkina Faso", prosseguiu a agência nacional burquinabê, citada pelo site Noticias ao Minuto.

Segundo a fonte próxima do governo, as autoridades de Ouagadougou solicitaram "a partida dos soldados franceses num curto espaço de tempo".

"Isto não é uma ruptura das relações com a França. A notificação apenas diz respeito aos acordos de cooperação militar", sublinhou a mesma fonte.

A França, antiga potência colonial do país, tem vindo a ser contestada no Burkina Faso há vários meses.

Várias manifestações, a última na sexta-feira, foram recentemente realizadas em Ouagadougou para exigir a retirada da França daquele país do Sahel, que acolhe um contingente de cerca de 400 operacionais das forças especiais francesas.

Na semana passada, Paris enviou ao país a secretária de Estado francesa para o Desenvolvimento, Francofonia e Acordos Internacionais, Chrysoula Zacharopoulou, que se reuniu com o Presidente para o período de transição, Ibrahim Traoré.

"A França não impõe nada, está disponível para criar um futuro em conjunto", afirmou a governante francesa durante a sua passagem por Ouagadougou, assegurando que não queria "influenciar qualquer escolha ou decisão, (porque) ninguém pode ditar as suas escolhas ao Burkina".

As actuais autoridades do Burkina Faso, que chegaram ao poder através de um golpe de Estado em Setembro último, o segundo em oito meses, expressaram o desejo de diversificar as suas parcerias, particularmente na luta contra o extremismo islâmico, que se expande no país desde 2015. ANG/Angop

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