quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Justiça/Presidente da LGDH  qualifica de “ilegal, arbitrária e abusiva” a detenção de Suleimane Seidi

Bissau, 03 Out 24 (ANG) – O Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH),Bubacar Turé qualificou de “ilegal, arbitrária e abusiva” a detenção do ex-ministro da Economia e Finanças Suleimane Seidi pelos agentes do Ministério de Interior, e exige a sua libertação imediata.

Suleimane Seidi foi detido em dezembro do ano passado por suspeita de corrupção, mas colocado em liberdade, por despacho de juiz, em julho deste ano, com a medida de apresenção periódica.

Em conferência de imprensa realizada quarta-feira, Bubacar Turé disse que Suleimane Seidi foi “raptado” num dos restaurantes de Bissau e conduzido para as instalações do Ministério do Interior, sem nenhum mandato judicial, por isso  condenou vigorosamente o ato.

Disse que o ex-governante  foi investigado no âmbito de um processo “ chamado Caso seis bilhões de francos CFA e que foi acusado pelo Ministerio Público e se aguarda o julgamento.

Uma sessão de julgamento do caso chegou de ser convocada mas  foi adiada por iniciativa do próprio tribunal.

Disse que Suleimane Seidi não representa nenhuma ameaça e nem o risco ao processo, tanto assim que o juiz  produziu o Despacho ordenando a sua libertação.

Salientou que  foi decretada a substituição da medida de prisão preventiva para apresentação periódica, que Suleimane, diz,   tem comprido semanalmente junto ao tribunal, pelo que  não havia  motivo para sua detenção neste momento.

Bubacar Turé disse que, na  prespectiva da organização que defende os direitos humanos no país, Suleimane Seidi foi detido arbitráriamente e abusivamente a mando do regime “autoritário e ditatorial” que tem perseguido as vozes discordantes e opositores.

Lamentou o facto de o Ministério do Interior transformar-se num “santuário de ilegalidade, de repressão e perseguição” dos adversários politicos do atual regime.

O Presidente da Liga responsabiliza o Ministério do Interior e seus mandantes pela  vida e a integridade fisica de Suleimane Seidi.

Para Turé, jurista de profissão, o Estado do Direito desapareceu e a Democracia deixou de ter importância na Guiné-Bissau, porque as leis, a Constituição da República  e a ordem jurídica foram substituidos por alegada “ordem superior”, que são “caprichos, atuações arbitrárias, ilegais deste regime ao mais alto nívil em perseguição dos cidadãos pelas suas opiniões  politico e partidária”.

“Não estamos a favor da impunidade, se de facto Suleimane Seidi desviou alguma soma do erário público tem que ser responsabilizado, mas esta responsabilização tem que ser feita nos termos previstos na lei”, defendeu Bubacar Turé.

De acordo com o Presidente da Liga, o que se tem assistido “não é um processo para descobrir alguma coisa, mas sim, um processo em que Suleimane é vitima de uma “cabala politica” que pretende atingir determinadas pessoas, e tendo lhe como um “bode espiatório”.

Segudo o advogado, Suleimane Seidi foi raptado por agentes da ordem quando tomava café com amigos num restaurante-bar, em Bissau, sem mandado de detenção.ANG/LPG/ÂC//SG

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