ANAPA nega que haja falta de peixe de qualidade no mercado
Bissau 13
Nov 19 (ANG) – O Presidente da Associação Nacional de Pescadores Artesanais(ANAPA),
disse não corresponder a verdade informações segundo as quais há falta de peixe
de qualidade no mercado.
Augusto Djú |
Em
entrevista exclusiva à ANG, Augusto Djú disse que há peixe no mercado, mas que
o problema se reside na falta de poder
de compra da parte das populações guineenses.
Djú
sustenta que as Nações Unidas estima que a maioria dos
guineenses vive com 1 dólar por dia, o que corresponde a 650 euros. Acrescenta
que o Porto de Bissau é dos mais longe da zona de faina em toda a sub-região,
com rios profundos .
"É fácil dizer
que que não há peixe. Os peixes também são animais e não fixam num determinado
sítio, têm períodos em que se agrupam
num determinado lugar, mas mudam de um local para outro dependendo de
período," disse Djú.
Para ele,
outro fator que condiciona o preço do pescado é a época chuvosa, “porque muitos
peixes não querem água doce”( tainha e bagre), e também porque a maioria dos
pescadores é camponesa, vão a lavoura e
suas canoas são de remo de modo que nessa época não conseguem entrar no mar.
Acrescentou
que, para além da situação da chuva,
também contribuiu para a elevação do custo do pescado,os custos dos materiais
de pesca, nomeadamente, o óleo de motor, cujo o preço varia de três mil à 5.100
francos cfa, dependendo da qualidade.
Aquele
responsável disse ainda que , o gelo de conservação do pescado custa 50 francos
cada kg, no total 3000 francos por saco, o que considera ser “muito caro” para os pescadores.
Afirmou
que, a título de exemplo, só para ir pescar na ilha de Onhocum no Arquipélago dos
Bijagós, são sete horas de tempo de percurso e que as
pirogas consomem 100 litros de combustível ,que custam 65 à 67 mil francos, ida e volta, totalizam 210
mil francos, só em gasolina.
Acrescenta
que o selo de imposto que era adquirido à 3.000fcfa sobre o valor passou para
50.000 mil francos mensal com o actual governo.
"O que
também faz com que os pescadores, na maioria
das vezes, voltam para a terra sem peixes, é a limitação da zona de pesca que o
governo introduziu”,afirmou.
Augusto
Djú sublinhou que o governo criou Parques e proibiu pescas nessas zonas, ditando
a regra de que só os filhos da zona podem pescar nessas localidades, mas em determinado período.
Declarou
que, as vezes só se consegue peixe numa pequena zona, fazendo os cálculos, os pescadores tiram poucos
rendimentos e não conseguem recuperar as despesas com os materiais de pesca.
Disse
que, terminado o período chuvoso, haverá
peixe em abundância, acrescentando que, entre Maio e Abril, o governo deve adquirir barcos para a pesca porque as grandes
capturas de pescado dependem de meios.
O
presidente da Associação Nacional de Pescadores Artesanais apela ao governo
para criar um fundo para o sector da pesca artesanal.
Vendedeiras
de peixes se queixaram terça-feira em declarações à ANG que enfrentam
actualmente grandes dificuldades na comercialização de peixe devido a falta de
peixe de qualidade no mercado nacional. Sustentaram que são obrigadas a se
deslocar ao Senegal para comprar peixes que depois revendem em Bissau.ANG/MI/ÂC//SG
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