Portugal/ONU condena ataques russos a
edifícios residenciais em Donetsk
Bissau, 08 Ago 23 (ANG) – As Nações Unidas
manifestaram-se hoje “profundamente perturbadas” com os últimos ataques russos
que atingiram edifícios residenciais e outros locais civis na região de
Donetsk, no leste da Ucrânia, que mataram sete pessoas, cinco delas civis, e
feriram outras 81.
Num comunicado, a que a agência Lusa
teve acesso, a coordenadora humanitária para a Ucrânia do Gabinete de
Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA), Denise Brown,
considerou “absolutamente impiedoso” atingir o mesmo local em duas ocasiões no
espaço de minutos.
“Estou profundamente perturbada com os
últimos ataques russos que atingiram edifícios residenciais e outros locais
civis em Pokrovsk, na região de Donetsk, segunda-feira à noite, matando e
ferindo dezenas de civis”, afirmou Denise Brown.
“É absolutamente impiedoso atingir o
mesmo local duas vezes no espaço de minutos, causando a morte e os ferimentos
de pessoas que rapidamente se deslocaram para ajudar os sobreviventes,
incluindo as equipas de salvamento do Serviço de Emergência do Estado da
Ucrânia. São pessoas da linha da frente, que ajudam as pessoas nos seus
momentos mais difíceis, e devem ser respeitadas”, denunciou.
Para Denise Brown, o “horrível ataque”
constitui “uma grave violação do direito humanitário internacional e viola
qualquer princípio de humanidade”, que se junta à “longa lista de ataques na
Ucrânia, incluindo muitos nos últimos dias”, que devem ser investigados.
A responsável do OCHA prosseguiu
sublinhando que as organizações humanitárias já se encontram no terreno a
prestar assistência.
Entretanto, o mais recente balanço dos
ataques russos com mísseis na cidade ucraniana de Pokrovsk, divulgado hoje pelo
governador de Donetsk, Pavlo Kirilenko, dá conta de pelo menos sete pessoas
mortas, cinco delas civis, e 81 feridos.
O anterior balanço dava conta de cinco
mortos e 30 feridos.
Numa publicação na plataforma
Telegramn, Kirilenko adiantou que 39 civis, incluindo duas crianças, bem como
31 polícias, sete membros do Serviço de Emergência do Estado e quatro militares
estão entre os feridos.
Segundo a agência noticiosa Ukrinform,
das sete vítimas mortais, cinco são civis, uma é um elemento de uma equipa de
salvamento e outra é um soldado.
O número de mortos, segundo admitiu
Kirilenko, pode aumentar à medida que prosseguem as buscas e a remoção dos
escombros.
O ataque, que teve como alvo vários
edifícios residenciais de cinco andares, também atingiu um hotel e
restaurantes, lojas e edifícios administrativos próximos, que ficaram
danificados. As autoridades abriram uma investigação sobre um alegado crime de
guerra russo.
A organização não-governamental
Médicos Sem Fronteiras (MSF), que presta apoio às autoridades locais, informou
anteriormente que um segundo míssil caiu quando uma primeira equipa de
emergência já se encontrava na zona.
O Presidente ucraniano, Volodymyr
Zelensky, já tinha denunciado o ataque na noite de segunda-feira.
"Temos de acabar com o terror
russo. Todos aqueles que lutam pela liberdade da Ucrânia salvam vidas. Todos os
povos do mundo que ajudam a Ucrânia irão derrotar os terroristas juntamente
connosco. A Rússia será responsabilizada por tudo o que fez nesta guerra
terrível", sublinhou Zelensky na rede social X, anteriormente conhecida
como Twitter.
As forças armadas ucranianas referiram
dezenas de ataques às suas posições na véspera, incluindo mais de 30
bombardeamentos aéreos, e denunciaram os efeitos da ofensiva sobre os civis num
relatório publicado ao final do dia.
A ofensiva militar russa no território
ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela
que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra
Mundial (1939-1945).
A invasão, justificada pelo Presidente
russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a
Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade
internacional, que tem respondido com envio de armamento para Kiev e com a
imposição a Moscovo de sanções políticas e económicas.ANG/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário