Senegal/Ousmane Sonko transferido para hospital central de Dacar
Bissau, 07 Ago 23 (ANG) - O opositor senegalês Ousmane Sonko, em greve de fome desde a sua detenção, no passado dia 31 de Julho, deu entrada no hospital de Dacar no domingo, confirmaram dois colaboradores e um dos advogados de Ousmane Sonko.
A notícia foi avançada pelo partido d'Os Patriotas Africanos do
Senegal pela Ética, Trabalho e Fraternidade (Pastef), partido de Ousmane Sonko
dissolvido pelas autoridades senegalesas no passado dia 31 de Julho, sem
descrever o estado de saúde de Sonko.
"Ousmane Sonko estava em detenção em Sébikotane", a cerca de 20 quilómetro
de Dacar, "foi
evacuado para o hospital principal de Dacar porque o seu estado de saúde se
deteriorou", descreve o professor de português
na Universidade Cheikh Anta Diop, em Dacar, Ahmed
Kébé.
"Depois da sua detenção, levantaram-se manifestações
sobretudo na região de Casamansa, na cidade de Ziguinchor, onde houve três
mortes. Em Dacar, as manifestações não foram tão violentas. De um sítio para
outro houve muitas reacções, sobretudo por parte dos seus militantes.
Entretanto, este partido foi dissolvido pelo governo", acrescenta Ahmed
Kébé.
Ousmane Sonko, 49 anos, iniciou uma greve de fome há oito dias. O
Pastef emitiu um comunicado no qual aponta responsabilidade às
autoridades pelo estado de saúde de Ousmane Sonko. "Houve um comunicado do antigo
Pastef, emitido domingo, para dizer que
o governo senegalês é responsável do que poderá acontecer ao Ousmane
Sonko, no que diz respeito ao seu estado de saúde. Não houve nenhuma
reacção do governo", concluiu.
Depois de protestos populares e de duas condenações por difamação
e "corrupção
juvenil", Ousmane Sonko é acuso de vários crimes, entre eles
apelo à insurreição, de associação e ligações a uma empresa terrorista e,
ainda, por atentar contra a autoridade do Estado.
Ousmane Sonko foi escolhido para ser candidato presidencial do Pastef em Fevereiro de 2024. Apesar das incertezas quanto à sua elegibilidade e depois de ter sido impedido de formalizar a candidatura, Sonko enfrenta acusações por agressão sexual, que o opositor denuncia como uma conspiração para o afastar da vida política. A hipótese de uma candidatura às presidências parece cada vez mais distante, apesar dos seus advogados afirmam que Sonko continua elegível. ANG/RFI
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