Irão/Teerão pede a Conselho de Segurança que condene ataque que causou 95 mortos
Bissau, 04 jan 24 (ANG) – O
Irão enviou uma carta ao Conselho de Segurança da ONU a pedir a condenação
"imediata e inequívoca" à dupla explosão que matou 95 pessoas perto
do túmulo do general iraniano Qassem Soleimani.
Teerão “condena estes atos hediondos de terrorismo e não poupará esforços para conseguir justiça para as vítimas deste incidente”, referiu o documento, assinado pelo representante do Irão junto da ONU.
Na carta, citada pela
agência de notícias iraniana Mehr, Amir Saed Iravani apelou ao Conselho de
Segurança das Nações Unidas para que condene “de forma imediata e inequívoca
este terrível ataque terrorista".
Iravani garantiu também a
“firmeza” do Irão no seu “compromisso inabalável em liderar a luta contra o
terrorismo”, acrescentando que o país tem sido “uma das principais vítimas” do
fenómeno.
A carta foi enviada também
ao secretário-geral da ONU, António Guterres.
O português condenou na
quarta-feira, “de forma veemente”, a dupla explosão que deixou 95 mortos e mais
de 210 feridos na província de Kerman, no sul do Irão, perto do túmulo de
Qassem Soleimani, quatro anos depois da morte deste general iraniano.
“O secretário-geral apela
para que os responsáveis sejam levados” à justiça, disse a porta-voz adjunta do
líder da ONU, Florencia Soto Nino, num comunicado.
Um número anterior de 103
mortos foi revisto em baixa, depois das autoridades se terem apercebido que
alguns nomes tinham sido repetidos numa lista de vítimas, adiantou o ministro
da Saúde do Irão, Bahram Einollahi, em declarações à televisão estatal.
Muitos dos feridos estão em
estado crítico e o número de mortos pode, no entanto, ainda aumentar.
As explosões ocorreram com
poucos minutos de intervalo e abalaram a cidade de Kerman, a cerca de 820
quilómetros a sudeste da capital, Teerão.
A segunda explosão lançou
estilhaços contra uma multidão que gritava e fugia da primeira explosão.
Os ataques aconteceram perto
da mesquita Saheb al-Zaman, onde se encontra o túmulo do Soleimani, considerado
um mártir e morto num atentado ordenado pelo ex-presidente norte-americano
Donald Trump.
Uma multidão compacta de
representantes do regime e de pessoas anónimas tinha-se reunido no local para
uma cerimónia comemorativa, segundo a agência francesa AFP.
Na quarta-feira, Mohammad
Jamshidi, um conselheiro político do presidente iraniano, acusou Israel e os
EUA de estarem por trás dos dois atentados.
Nenhum país ou organização
reivindicou até ao momento a autoria das explosões.
Este ataque no Irão foi o
mais mortífero desde a Revolução Islâmica, de 1979.
O Irão tem sido alvo de
ataques, com sabotagens e mortes, cuja autoria tem atribuído a Israel. Contudo,
entre estes ataques nunca estiveram explosões dirigidas a aglomerados de
pessoas, como o de hoje.
Grupos fundamentalistas sunitas, incluindo o Estado Islâmico, já realizaram ataques em larga escala, que causaram a morte a civis, no Irão, de maioria xiita.ANG/Lusa
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