RDC/ M23 anuncia cessar-fogo por "razões
humanitárias"
Bissau, 05 Fev 25 (ANG) – O grupo M23, apoiado pelo
Ruanda, anunciou um cessar-fogo por "razões humanitárias",
após combates, desde dia 26 de
Janeiro, e que tiraram a vida a centenas
de pessoas e obrigaram milhares a deslocarem-se.
O anúncio do M23 acontece a
poucos dias de uma cimeira na Tanzânia, onde os líderes regionais se vão reunir
para tentar acabar com este conflito no leste da República Democrática do Congo
(RDC).
A República Democrática do Congo enfrenta um
conflito armado, sobretudo na região leste do país, nomeadamente no norte e sul
Kivu, onde o grupo M23 tem avançado e controlado áreas estratégicas, incluindo
a cidade de Goma. Este grupo, composto predominantemente por tutsis congoleses
e com o apoio de Ruanda, tem sido uma peça central no conflito armado, que tem
resultado em centenas de mortos e milhares de feridos. As Nações Unidas alertam
que o número de vítimas pode ser maior, com centenas de milhares de pessoas
forçadas a fugir dos combates.
O M23 anunciou esta terça-feira, 4 de
Fevereiro, um cessar-fogo, que entrará em vigor a partir de hoje,
justificando “razões
humanitárias”. Segundo a liderança do grupo, a trégua pretende
aliviar a crise humanitária que se agrava com os intensos combates. O M23
acusou o exército congolês de bombardear áreas que estão sob o seu controlo, o
que, segundo o grupo M23, teria agravado a situação para os civis.
Este cessar-fogo é incerto, uma vez que não
houve confirmação se o governo da RDC de Félix Tshisekedi iria respeitar as
tréguas. As tensões têm vindo a crescer nos últimos dias entre o governo
congolês e o M23, que é acusado de tentar desestabilizar a região. O
M23 reiterou que o objectivo não é expandir o controlo para Bukavu, cidade
chave na região, mas proteger a população tutsi, que, segundo o grupo, tem sido
alvo de ataques sistemáticos.
O anúncio do cessar-fogo acontece a faltarem
poucos dias de uma cimeira crucial na Tanzânia, onde líderes da Comunidade da
África Oriental (EAC) e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral
(SADC) se vão reunir para tentar encontrar uma solução para o conflito. A
reunião, que acontece na sexta-feira e sábado, 7 e 8 de Fevereiro será um
momento para alinhar as abordagens das duas organizações regionais. A EAC
defende negociações directas entre o governo congolês e o M23, enquanto a SADC,
que apoia o governo de Kinshasa, exige a retirada das forças do Ruanda do
território congolês, uma condição fundamental para o fim das hostilidades.
A presença do presidente ruandês, Paul Kagame, está confirmada, e a participação de Félix Tshisekedi ainda é incerta, já que ele ainda não anunciou se estará presente fisicamente ou participará remotamente. A cimeira é vista como um passo importante no esforço diplomático para evitar a escalada do conflito.ANG/RFI
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