segunda-feira, 25 de julho de 2016

Cabo Verde



Mudança de embaixadores gera polémica
 
Bissau, 25 Jul 16 (ANG) - A nomeação de novos embaixadores está a gerar muito debate em Cabo Verde, com os partidos da oposição e ex-primeiro-ministro a criticarem o que consideram ser “nomeações políticas”, e o Governo a garantir que os nomeados têm perfil adequado.

O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, anunciou na quarta-feira a substituição dos embaixadores em Portugal, Bélgica e Estados Unidos, com destaque para o antigo primeiro-ministro do MpD, partido actualmente no poder, Carlos Veiga, que vai chefiar a missão diplomática do país em Washington, em substituição do ex-secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros José Luís Rocha. 

Ulisses Correia e Silva confirmou também a nomeação do ex-deputado Eurico Monteiro para a embaixada de Cabo Verde em Portugal, substituindo Madalena Neves, e o deputado do MpD José Filomeno para a Bélgica, no lugar do ex-ministro Jorge Borges.

Os nomes escolhidos foram enviados ao Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, e aguarda-se a sua confirmação, depois de terem já sido publicadas no Boletim Oficial as exonerações dos anteriores, num processo que tem gerado um intenso debate no país, com críticas dos partidos da oposição ao que dizem ser “nomeações políticas”. 

Para o vice-presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde, Rui Semedo, o primeiro-ministro está a desvalorizar os compromissos de despartidarização do Estado assumidos durante a campanha que deu a vitória ao Movimento para a Democracia (MpD) nas legislativas de 20 de Março último.

Em declarações à Rádio de Cabo Verde (RCV), o presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), António Monteiro, sublinhou que o que está em causa não é a capacidade técnica e política dos nomeados, mas sim a forma como o processo está a ser conduzido.

“As nomeações são políticas e devemos assumi-las como tal, porque outrora aconteceu, está a acontecer agora, apesar de o partido que ganhou as eleições a 20 de Março passado dizer que na função pública e nas instituições iríamos ter a despartidarização”, referiu António Monteiro.

Tanto o vice-presidente do PAICV como o líder da UCID chamaram a atenção do primeiro-ministro e apelaram ao Presidente da República para que analise “de forma clara” a situação e ponha em primeiro plano os interesses de Cabo Verde e não os interesses partidários. 

ANG/JA

Internacional


Pequim exibe arsenal militar de grande capacidade naval 
 
Bissau, 25 Jul 16 (ANG) - As Forças Armadas chinesas realizaram uma demonstração do novo arsenal naval e aéreo em parada e as imagens foram exibidas sexta-feira pela televisão estatal.

Especialistas militares, citados na imprensa internacional, disseram que as armas de última geração possuem uma grande capacidade combativa e oferecem aos efectivos boas possibilidades de manobras em movimentação defensiva.

O Governo de Pequim tomou medidas políticas e diplomáticas para controlar as ilhas desertas que reivindica, localizadas no designado Mar do Sul da China. A reportagem da televisão estatal chinesa não faz menção a qualquer possível ataque, nem a nenhum país, mas destaca a capacidade do arsenal. 

Os Estados Unidos da América estão a aumentar a sua presença militar no Mar do Sul da China, mas o Governo de Pequim classifica a atitude dos EUA como uma provocação.

A televisão estatal chinesa mostrou tropas e armas do Comando do Sul, responsável pela região do Mar do Sul da China, durante a visita de oficiais superiores, incluindo o general Fan Changlong, vice-presidente da Comissão Militar Central, e o general Ma Xiaotian, comandante da Força Aérea, noticiou o jornal de Hong Kong “South China Morning Post”.

O general Fan Chanlong elevou o nível das tropas destacadas na região do Mar do Sul da China e pediu aos soldados para estarem preparados para qualquer contingência. “As patrulhas do mar e do espaço aéreo devem ser organizadas para lidar com todo o tipo de emergência e garantir a segurança do mar e da fronteira”, afirmou o comandante.

As armas, mostradas pela televisão, são de curto e médio alcance (até 1.500 quilómetros), confirmaram analistas, o que pode ser considerado como um elemento de advertência a possíveis agressores.

Um bombardeiro H-6K patrulha as ilhas no Mar do Sul da China, desde que a situação na região aumentou de tensão devido às posições políticas de países como o Japão e Filipinas. As tropas também estavam a carregar mísseis DF-16 de alcance até 1.000 quilómetros, o que é suficiente para atingir bases dos EUA em Okinawa.

Estes mísseis foram apresentados durante a última parada militar em Pequim dedicada ao fim da Segunda Guerra Mundial.

Nas imagens também foram mostrados bombardeiros H-6K e caças destinados à patrulha da região. O arsenal está entre os mais desejados do mundo por países que querem reformular as suas Forças Armadas. Segundo um especialista russo, O Governo de Pequim pode instalar um sistema anti-aéreo no Mar do Sul da China, para fazer face a uma possível ameaça.

A China, o Japão, o Vietname e as Filipinas têm desacordos sobre as fronteiras marítimas e zonas de influência no Mar do Sul da China e Mar da China Oriental.

Pequim considera que alguns deles, como as Filipinas e o Vietname, aproveitando o apoio dos EUA, fazem escalar a tensão na região.

As autoridades chinesas reprovaram a decisão do Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia, com sede na Holanda, por “o mesmo não ter direitos históricos sobre os territórios em disputa no Mar do Sul da China”. 

ANG/JA