terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Infraestruturas/Bissau acolhe  primeiro Simpósio Internacional de Ordenamento do Território Nacional

Bissau, 11 Fev 25 (ANG) – O Primeiro-ministro, Rui Duarte Barros presidiu hoje a abertura do 1º Simpósio Internacional sobre o Ordenamento do Território da Guiné-Bissau, que decorre até quarta-feira, em Bissau e sob o lema: "Desafios e Perspetivas".  

Disse que o evento constitui um espaço de discussão entre autores do setor público e privado com a colaboração dos parceiros internacionais, para se lançar as bases e diretrizes, com vista a elaboração de um plano nacional de ordenamento do território que servirá de  mapa-orientador da  execução de projetos setoriais.

Rui Barros disse que o Governo está  engajado em refazer, de uma forma considerável, os problemas sociais ligados ao uso, ocupação e transformação do solo, razão pela qual apelou  aos participantes e painelistas no sentido de mobilizarem os esforços necessários que vão contribuir para sucesso do projeto.            

O  simpósio tem como objetivo principal despertar a consciência nacional sobre os desafios territoriais e a necessidade de haver uma coordenação na implementação de políticas públicas.

 Rui Barros reiterou que o ordenamento do território é um tema atual e pertinente, face aos desafios atuais do desenvolvimento sustentável.

“A ausência de vias públicas estruturadas trouxe ao país situação social preocupante, influenciada pelo aumento populacional, a pressão demográfica dos emigrantes, a extensão a nível do território nacional onde se tem assistido um cenário preocupante de ocupação desordenada do solo, devastação florestal, conflito de posse da terra entre outras”, disse Barros.

O ministro das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo, José Carlos Esteves destacou  que o Ordenamento do Território desempenha um papel triplo na organização do espaço físico do país, através da distribuição geográfica das atividades económicas, de forma racional, correção das assimetrias, gestão de recursos naturais e proteção ambiental.

“O ordenamento do território, não é apenas uma questão técnica, mas sim, um  instrumento político que deve promover a coordenação e a concertação entre diversas políticas socioeconómicas e setoriais através da Lei de Ordenamento do Território, plano de ordenamento do território e políticas públicas que orientam a distribuição do solo”, disse Esteves.

Acrescentou  que o Governo da Guiné-Bissau enfrenta desafios significativos, nomeadamente sobre a posse da terra, sublinhando que os conflitos fundiários tem crescido , em parte, devido o crescente interesse pela castanha de caju, e  devido a pressão demográfica.

José Carlos Esteves indicou que outros desafios do setor estão relacionados a  ocupação desordenada,  construção nas zonas húmidas,  proliferação descontrolada dos planos urbanísticos integral sem observar o mapa de cruzamento.

Defendeu a suspensão de todos os procedimentos ilegais de assentamento do solo para se definir  novos polos de expansão urbana e garantir a elaboração de  um  plano adequado que viabiliza o projeto de ordenamento do território nacional.

Durante os dois dias do evento, serão debatidos temas sobre “ Quadro Político e Institucional do Ordenamento do Território da Guiné-Bissau, “Desafios do Ordenamento do  Território e Mecanismos
da sua coordenação para Gestão Eficaz do Território”, “Desafios da Lei da Terra e Relativa Gestão Fundiária entre outrosANG/MI/ÂC//SG

 


Regiões
/Diretor do Centro de Formação de Professores de Buba aconselha quadros nacionais para não se emigrarem para Europa

Buba, 11 Fev 25(ANG) – O Diretor do Centro de Formação de Professores, da Província Sul, denominado “Serifo Faal Camará”, em Buba, região de Quinara, aconselha os quadros guineenses à se absterem de emigrações para a Europa para outros fins que não sejam de estudos.

Hélder Embana Sambú em entrevista concedida segunda-feira ao correspondente da ANG na Região de Quinará, disse que os quadros guineenses que deixaram o país para o estrangeiro estão a enfrentar enormes dificuldades, principalmente os professores, devido a atual conjuntura com que se depara a Europa.

Aquele responsável disse que, dentre as dificuldades com que os professores emigrantes deparam têm a ver com o facto de serem obrigados a trabalhar para custear as suas formações e muitos não ganham remunerados suficientes para pagar a luz, água e a renda da casa.

“Em conversa telefónica que mantive com muitos professores guineenses que optaram para emigrar para Europa, tentei convencê-los para voltarem ao país quando terminarem as suas formações para evitarem das situações difíceis e insuportáveis  que estão a enfrentar”, disse.

Afirmou que atualmente o Centro de Formação de Professores da Província Sul, está a deparar-se com falta de professores devido a emigração de professores para a Europa, que chama de “fuga de quadros” .

Disse que já acionou mecanismos junto do Governo visando encontrar soluções para ultrapassar essa situação. ANG/RC/ÂC//SG

 

 

Regiões/Juventude da Aldeia de Bronque, sector de Mansabá, preocupada com a falta da água potável

Oio, 11 Fev 25 (ANG) – O responsável da juventude da aldeia de Bronque, setor de Mansabá, região de Oio, norte do país, manifestou, segunda-feira, a sua preocupação sobre a  falta da água potável para consumo humano, bem como de infraestruturas escolares para as crianças daquela localidade.

Mamadú Danfa manifestou a sua inquietação em declarações ao Correspondente regional da ANG, em Oio, e lamentou que a  população, muitas das vezes, bebe a mesma água que os animais bebem, pondo em causa a sua vida.

Danfa pede ao governo central para dar mais atenção às populações das zonas rurais sobretudo nos aspetos relacionados à saúde, educação, energia, e estradas.

Bronque conta  com apenas dois professores que dão aulas a 265 alunos de 1ª a 4ª classe.

Este responsável da juventude de Bronque pede, por outro lado, a redução da tarifa de transporte para Mansabá e Farim, que custava 250 francos, mas que, há quatro anos, passou a custar  500fcfa.

Mamadu Danfa ainda manifestou preocupações sobre a situação de roubo de gado à mão armada, que tem vindo a crescer na zona, e  a falta da rede para comunicações telefónicas. ANG/AD/MSC/ÂC//SG

Desporto-futebol/Sport Bissau e Benfica derrota FC Canchungo por 3-0 e continua isolado no comando da “Liga Orange”

Bissau, 11 Fev 25 (ANG) – O campeão nacional Sport Bissau e Benfica (SBB), deslocou no último fim-de-sema a zona norte do país, onde foi vencer por 3-0, o FC de Canchungo.

Com esta vitória os  encarnados continuam isolados  no comando da “Liga Orange”.

As restantes partidas produziram os seguintes resultados: Cuntum-0/Sporting Clube da Guiné-Bissau-0, Flamengo de Pefine-0/Nhacra-2, Portos de Bissau-0/Os Balantas de Mansoa-1, Gabu-3/São Domingos-1, Nuno Tristão de Bula-0/FC Pelundo-0, Sonaco-1/Hafia de Bafatá-1, UDIB-1/Cumura-0.

Eis a tabela classificativa após a  quarta jornada:

1-Sport Bissau e Benfica-12 pts

2-UDIB-10 pts

3-Sporting Clube da Guiné-Bissau-08 pts

4-Os Balantas de Mansoa-08 pts

5- Nhacra-07 pts

6-Cumura-07 pts

7-Canchungo-07 pts

8-FC Cuntum-06 pts

9-Gabú-06 pts

10-Hafia de Bafatá-04 pts

11-Portos de Bissau-04 pts

12-Flamengo de Pefine-04 pts

13-Sonaco-02 pts

14-Bula-01 pts

15-FC Pelundo-01 pts

16-São Domingos-0 pts

E para a 5ª jornada que inicia quarta-feira, dia 12 de corrente , estão previstos os seguintes encontros: Sporting Clube da Guiné-Bissau/Flamengo de Pefine, Balantas de Mansoa/FC Canchungo,FC Pelundo/Portos de Bissau, Arados de Nhacra/Nuno Tristão de Bula, São Domingos/FC Sonaco, Hafia de Bafatá/UDIB, Sport Bissau e Benfica/CDR Gabú, FC Cumura/FC Cuntum.ANG/LLA/ÂC//SG

 

     Pescas/Governo lança campanha de avaliação dos recursos marinhos

Bissau,11 Fev 25(ANG) – O Governo, através do Ministério das Pescas e Economia Marítima, em parceria com a União Europeia, procedeu segunda-feira ao lançamento da campanha de avaliação dos recursos marinhos do país.

Na sua intervenção no ato, o ministro das Pescas e Economia Marítima, Mário Mussante da Silva afirmou que a campanha será, desta vez, mais  orientada para a pesca demersal, e terá a duração de 15 dias.

“Á partir daí, e conhecendo o stock, já iremos, de facto poder, conceder as licenças em função daquilo que está registado e conhecido em resultado desta campanha”, disse.

Segundo o governante, a campanha foi  financiada pela União Europeia no âmbito da cooperação  com o Governo guineense.

“A União Europeia é o maior e principal parceiro de desenvolvimento da Guiné-Bissau no sector das pescas e essa parceria tem sido desenvolvido, há muitos anos, e estamos aqui para continuar a fazê-lo para as gerações vindouras”, disse.

O encarregado de Negócios da União Europeia no país, Pedro Saraiva destacou que o  acordo de parceria no domínio da pesca com a Guiné-Bissau é sustentável, e  que a União Europeia tanto na Guiné-Bissau assim como em todo o mundo, tem sido muito atónica quanto a  sustentabilidade.

“Só podemos assegurar a sustentabilidade das nossas ações e garantir que aquilo que fazemos hoje não terá impacto negativo nas gerações futuras  se soubermos exatamente, com base em dados científicos, quais são as consequências do que fazemos”, salientou.

Pedro Saraiva acrescentou  que, neste aspecto, tem trabalhado muito  e  promovido com bons olhos a ação do Governo da Guiné-Bissau ao longo dos últimos anos , de promoção de campanha de avaliação fidedigna, coerente e cientificamente comprovada, daquilo que são os stoks da biomassa nas suas águas territoriais.

A última campanha de avaliação dos recursos marinhos da Guiné-Bissau foi realizada em 2023 e o resultado foi de 550 mil toneladas de espécies demersais ,quer dizer  as que vivem mais nas profundezas do mar. ANG/ÂC//SG

           Guatemala/"Tragédia"na origem de três dias de luto nacional

Bissau, 11 fev 25 (ANG)  - O chefe de Estado deu ainda conta de que mobilizou os militares do exército para "prestar assistência no local e ativar critérios especiais para a prestação de cuidados médicos aos feridos".

Opresidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, declarou três dias de luto nacional no país, na sequência do acidente de autocarro que provocou pelo menos 55 mortos, na segunda-feira, noticiou a agência Reuters.

“A tragédia na Ponte de Belize é uma dor nacional que lamento profundamente. Solidarizo-me com as famílias das vítimas que acordam hoje com notícias desoladoras. A sua dor é a minha dor”, escreveu o responsável, na rede social X (Twitter).

O chefe de Estado deu ainda conta de que mobilizou os militares do exército para “prestar assistência no local e ativar critérios especiais para a prestação de cuidados médicos aos feridos”.

O número de mortos aumentou para 55, anunciaram os serviços de emergência locais, citados pela agência Lusa.

Os investigadores do Ministério Público disseram que foram recuperados 53 corpos no local e o Hospital San Juan de Dios, na capital, confirmou que dois passageiros para lá transportados também morreram, de acordo com o mesmo meio.

O acidente envolveu um autocarro que transportava 75 passageiros e que se despenhou da Ponte de Belize, a principal ponte de acesso à capital da Guatemala a partir das zonas norte e nordeste.

O porta-voz do corpo de bombeiros, Edwin Villagran, disse que um acidente envolvendo vários veículos fez com que o autocarro saísse da estrada e caísse de uma altura de 35 metros, no desfiladeiro íngreme abaixo da ponte, antes do amanhecer.

O autocarro tinha saído de San Agustin Acasaguastlan, no departamento de El Progreso, a cerca de 100 quilómetros a nordeste da capital. ANG/Lusa

 

União Africana/Quem vai suceder a Moussa Faki Mahamat na liderança da organização?

Bissau, 11 Fev 25 (ANG) - Há três candidatos para suceder ao chadiano Moussa Faki Mahamat, que é actualmente o presidente da Comissão da União Africana.

Na cimeira desta organização que vai acontecer entre 15 e 16 de Fevereiro, os Estados africanos vão escolher entre o queniano Raila Odinga, o djibutiano Mahamoud Ali Youssouf e o malgaxe Richard Randriamandrato. Quem chegará ao topo desta organização internacional?

Numa eleição que acontece a cada quatro anos, onde o presidente pode ser eleito para dois mandatos consecutivos, em 2025 este posto estratégico deverá ser ocupado por alguém vindo da África de Leste. Quénia, Djibuti e Madagáscar apresentaram os seus candidatos.

Quem são os candidatos?

Raila Odinga

Talvez o candidato mais conhecido do grande público seja Raila Odinga, de 79 anos. Antigo primeiro-ministro queniano (2008-2013), Odinga é um eterno candidato à Presidência do seu país, tendo-se candidatado cinco vezes a este cargo. Durante os turbulentos anos 80 e início dos anos 90 no Quénia, onde havia um sistema monopartidário, Raila Odinga foi várias vezes preso por defender o multipartidarismo, acabando mesmo por se exilar na Noruega.

Conhecido como um opositor de longa data -  tal como o seu pai, Oginga Odinga -, Raila Odinga disputou pela última vez as presidenciais em 2022, tendo perdido contra William Ruto. Alegou em seguida que a eleição lhe foi "roubada" e em Março de 2024 incitou os quenianos a saírem à rua devido ao aumento dos preços no país e às más condições de vida dos jovens. Estes protestos duraram nove dias e levaram à morte de quase 40 pessoas. Os protestos terminaram com a promessa de Ruto de formar um Governo de união nacional, integrando apoiantes de Odinga.

Foi, por isso, surpreendente ver William Ruto apoiar de forma explícita e entusiasta a candidatura de Odinga à União Africana, após vários anos de duras disputas políticas. Alguns observadores consideram que este apoio visa afastar Odinga da política queniana, enquanto outros se questionam se este opositor inveterado conseguirá pôr os interesses do continente à frente dos interesses do seu país e do seu próprio interesse pessoal.

Para já é o candidato com mais apoios declarados, reunindo a confiança de países como a Namíbia, África do Sul, Angola, Guiné-Bissau ou Moçambique.

Prioridades da sua candidatura: Odinga defende o comércio livre entre países africanos, mas também a livre circulação de pessoas no continente. Quanto ao clima, o candidato quer maior aposta nas energias renováveis, mas argumenta que não cabe aos africanos sozinhos pagarem as consequência das mudanças climáticas.

Mahamoud Ali Youssouf

Diplomata de carreira e ministro dos Negócios Estrangeiros do Djibuti desde 2005, Mahamoud Ali Youssouf tem do seu lado mais de 30 anos de experiência nas relações exteriores africanas, conhecendo a fundo não só os parceiros bilaterais do seu país, mas também as organizações regionais africanas - essenciais para a paz do continente - e a própria União Africana.

Ao contrário do exuberante Raila Odinga, Ali Youssouf destaca-se pela temperança, as posições moderadas e a convicção de que a chave para a sucesso do continente está no diálogo. A sua extensa agenda e relações pessoais construídas nas últimas três décadas um pouco por todo o continente são, segundo os seus apoiantes, os seus maiores atributos.

No evento Mjadala Afrika, em que os três candidatos debateram o futuro da União Africana perante os olhares atentos de milhares de pessoas que acompanharam o evento à distância, Mahamoud Ali Youssouf distinguiu-se pela clareza das suas ideias e por ser um poliglota, falando perfeitamente inglês, francês e árabe.

Esta prestação recolheu frutos desde logo nas redes sociais, onde impressionou os africanos que acompanharam o debate, mas também nos apoios estatais. O Presidente do Egipto, Abdel Fattah al-Sisi, deu formalmente o apoio ao candidato do Djibuti - esperando provavelmente em retorno o apoio para o seu candidato a vice-presidente da Comissão, uma escolha que ficará entre os países do Norte de África.

Prioridades da sua candidatura: Continuar as reformas da Comissão da União Africana, incluindo uma melhor gestão do seu orçamento e dos sues funcionários. A situação da paz e segurança no continente, com atenção particular aos conflitos na RDC, mas também no Sudão, Sahel e ainda a Líbia. O candidato quer ainda acelerar o processo de integração económica da zona de livre comércio continental, a Zlecaf.

Richard Randriamandrato

Richard Randriamandrato é o candidato de Madagáscar. Tal como Ali Youssouf, este malgaxe tem experiência como ministro dos Negócios Estrangeiros, mas já assumiu as pastas da Economia e das Finanças do seu país - negociando directamente como instituições o Banco Mundial ou o FMI. Para além disso, e ao contrário dos outros candidatos, Randriamandrato tem experiência no sector privado e trabalhou durante vários anos com ONG.

A sua saída do Governo de Madagáscar aconteceu em 2022, devido a um polémico episódio. Na votação de uma resolução nas Nações Unidas sobre a "anexação ilegal" da Ucrânia por parte da Rússia, o então ministro decidiu votar favoralvelmente, quando o sentido de voto decidido pelo Presidente Andry Rajoelina era a abstenção, já que Madagáscar se dizia neutro neste conflito. Alguns dias mais tarde, um decreto presidencial acabou por exonerá-lo da pasta dos Negócios Estrangeiros.

Prioridades da sua candidatura: Uma União Africana menos burocracrática, mais eficaz e mais coesa. Continuar a agir em todos os domínios de intervenção da União Africana, mas com um orçamento mais reduzido. O candidato quer ainda a presença da União Africana nas decisões do Conselho das Nações Unidas que dizem respeito ao continente.

Qual é o papel do presidente da Comissão da União Africana?

Cabe a esta figura ser o chefe executivo da organização, o seu representante legal e também e o seu tesoureiro. Ou seja, o presidente da Comissão da União Africana é a cara, mas também os braços e as pernas desta instituição que reúne 55 países do continente africano. 

Com o tempo, o seu papel foi evoluindo, já que começou por coordenar apenas o secretariado da organização, mas pouco a pouco o seu papel tornou-se político. Tem uma intervenção directa na aplicação das medidas decididas pelos Estados a nível continental, pode também propor as suas próprias medidas ou ainda representar a União Africana em fóruns e negociações internacionais.

O seu papel interno também é vital, já que coordena a acção dos comissários dedicados a temáticas específicas como Segurança, Comércio ou Agricultura, assim como assegura o equilíbrio das contas da organização.

Como se passa a eleição?

A eleição vai passar-se entre o dia 15 e 16 de Fevereiro, durante a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana. Há 55 países que podem votar e a votação é secreta. Para ganhar, o candidato precisa de uma maioria de dois terços. ANG/RFI

 

Inteligência Artificial/ "Não há razão para que se torne perigosa para a humanidade", diz especialista português

Bissau, 11 Fev 25 (ANG) -  A capital francesa acolhe desde segunda-feira, a cimeira internacional sobre Inteligência Artificial, prevista para durar dois.

Neste encontro de  alto nível, co-presidido com a Índia, a França quer mostrar-se "como a verdadeira campeã da IA na Europa" e alertar para os riscos.

Arlindo Oliveira, especialista português em inteligência artificial - que participa nos trabalhos da cimeira - reconhece que os riscos existem, porém acredita que "não há razão para que a Inteligência Artificial se torne perigosa para a humanidade".

Qual é o objectivo desta cimeira sobre Inteligência Artificial?

Esta cimeira não é a primeira que ocorre. Concentra-se essencialmente nas questões do desenvolvimento da tecnologia, de forma a que os resultados sejam positivos e a minimizar as consequências negativas. Há, portanto, um grande foco nos riscos causados pela inteligência artificial, quer nos riscos imediatos, quer nos riscos a médio e longo prazo. Muitos países têm-se associado a este esforço, por perceberem que a inteligência artificial tem um grande impacto na sociedade.

A França tem ambições de acolher o organismo responsável por enquadrar a inteligência artificial. Numa altura em que o multilateralismo se encontra muito enfraquecido e a inteligência artificial é vista como um sector estratégico para muitos Estados, esta ambição é concretizável?

Pois essa é uma questão política complexa e, de facto, não posso ajudar muito. Existe, neste momento, um grande esforço de regulação a nível europeu, em particular. Ainda estão por definir, exactamente, quais vão ser os organismos reguladores, tanto a nível internacional como a nível nacional. Portanto, é para mim bastante difícil dizer se a França vai ter ou não sucesso, mas seguramente haverá muitos países interessados nisso e até poderemos vir a optar por uma solução distribuída, em que não haja um organismo concentrado num único país.

Recentemente, afirmou numa entrevista que a inteligência artificial está a revolucionar as profissões, tornando-as mais produtivas. Qual é o impacto que a inteligência artificial terá nas profissões do futuro?

Há muitas tarefas que fazemos todos os dias e que acabam por ser relativamente repetitivas, seja responder a e-mails, preencher formulários ou ler documentos. Uma grande parte dessas tarefas são desempenhadas por pessoas que trabalham em serviços, vendas, entre outras áreas. De facto, muitas dessas actividades podem ser realizadas por inteligência artificial, conduzindo a um aumento significativo da produtividade. Isso também se aplica a outras profissões, como nas áreas jurídica, médica, etc.

Na parte do diagnóstico?

Na parte do diagnóstico, na elaboração de relatórios, na análise do histórico dos pacientes e na análise de imagens, por exemplo. Todas estas tarefas consomem muito tempo dos profissionais. Por vezes, nem sequer se conseguem concentrar na conversa com o paciente, no caso dos médicos, quando poderiam ser feitas com grande vantagem por sistemas de inteligência artificial, no atendimento ao cliente, no atendimento telefónico, etc.

Há um risco desta tecnologia não chegar a todos, ou seja, de esta redistribuição deixar alguns de fora?

Há o risco, tal como houve pessoas que não acompanharam a revolução digital e não estão à vontade com computadores, de não acompanharem também esta revolução da inteligência artificial. Se não dominarem as técnicas associadas à inteligência artificial, poderão ficar em desvantagem relativamente a outros. Acho que este é um risco sério, embora, para ser honesto, muitas destas técnicas sejam bastante acessíveis, muitas delas podendo ser utilizadas através de interacção em linguagem natural, seja por voz ou escrita, com estes sistemas. Também há esperança de que, de facto, seja mais fácil entrar nesta nova área tecnológica do que foi na anterior, em que tivemos de aprender a lidar com o Excel, o Word, o e-mail, etc. Portanto, esse risco existe. Acho que depende um pouco de como os Estados e as instituições irão abordar essa questão. Penso que o risco existe e devemos estar atentos para que não haja consequências negativas de exclusão.

Tem-se falado muito na questão da desinformação, até mesmo na questão dos direitos humanos e da boa governação. Como é que se pode lutar contra esta realidade?

Eu acho que o risco da desinformação é real. O risco de ser criada, propositadamente, informação falsa e [supostamente] credível, dirigida às pessoas que acreditam, pode resultar em fraudes ou, simplesmente, em desinformação. E há o risco de radicalização. Existe outro risco, que não é exactamente informação, mas sim a personalização da informação apresentada a cada pessoa, o que acaba por reforçar as crenças que essa pessoa tem, tornando as posições mais radicais e dificultando o diálogo democrático. Penso que estamos a assistir a isso tanto nos Estados Unidos, como na Europa, com posições cada vez mais extremadas, os partidos da extrema-direita e da extrema-esquerda a ganhar força, uma vez que as pessoas veem muito conteúdo que reforça aquilo em que já acreditam, em vez de tentarem encontrar um ponto de encontro ouvindo também a informação do outro lado. E, de facto, a inteligência artificial desempenha um papel na personalização, talvez excessiva, da informação e na escolha da informação dirigida a cada um de nós.

“A legislação vai andar a correr atrás da tecnologia”, a frase é sua. Onde a Europa regula, os Estados Unidos estão a desregular. Como se consegue um equilíbrio em matéria de regulamentação?

Esta é uma questão complexa. A União Europeia, de facto, está empenhada, a meu ver correctamente, em regular de forma a minorar os riscos. Mas essa abordagem não é acompanhada nem pelos Estados Unidos, nem pela China, nem por outros países. Portanto, estamos um pouco isolados ao tentar regular uma tecnologia que é, na verdade, global. Por um lado, isso torna mais difícil desenvolver essa tecnologia na Europa e, por outro, faz com que não seja óbvio que essa regulação venha a ser aplicável, fazendo com que a Europa fique simplesmente excluída de algumas tecnologias que não estão de acordo com a nossa legislação. Claro que, neste momento, os países que estão na linha da frente do desenvolvimento destas tecnologias são os Estados Unidos e a China. E a Europa vai correr muito atrás da tecnologia, que se está a desenvolver muito rapidamente. Qualquer regulação que seja feita estará inevitavelmente desactualizada em seis meses ou um ano. Se pensarmos que na Europa o regulamento sobre inteligência artificial começou a ser discutido há cinco anos e que só agora teve uma versão final, profundamente revista, percebemos que a tecnologia está a desenvolver-se muito mais rapidamente que a regulação. Isso é, sem dúvida, um desafio para o qual não tenho uma grande solução. Precisamos ser mais ágeis nas discussões e na aprovação das regras.

Como se regula, por exemplo, a questão do armamento militar, nas armas que também utilizam inteligência artificial?

Essa é uma questão complexa. Não me parece que se venha a conseguir impedir o uso de inteligência artificial em armas. É seguramente uma questão muito difícil, mas não me parece que nenhum país, nem a Europa, possa dizer: "Nós aqui na Europa não vamos usar inteligência artificial em drones, nem mísseis teleguiados, etc." Quando os outros países usarem, penso que a regulação terá de ser semelhante à de outras tecnologias perigosas de armamento, como as bombas nucleares, as armas químicas ou biológicas. Tem de haver acordos internacionais que limitem, eventualmente, não toda a aplicação da inteligência artificial em armas, mas um certo conjunto de aplicações que são consideradas inaceitáveis.

A regulação europeia, que muitas vezes é apontada como pesada, nomeadamente pelos Estados Unidos, pode, de certa forma, afastar os negócios com as empresas europeias?

Sim, eu acho que existe esse risco, ou que a Europa não tenha acesso fácil a versões mais avançadas de certos sistemas que não estão de acordo com as nossas regras. Por outro lado, isso também não é claramente negativo, no sentido de que alguns desses temas poderão ser perigosos para jovens ou pessoas menos informadas. Portanto, eu acho que existe realmente o risco de a Europa não ter acesso ou não desenvolver essas tecnologias mais avançadas, mas é também uma opção. Existe também a esperança de que o efeito de Bruxelas venha a ser efectivo, ou seja, que a regulamentação aprovada na Europa influencie de alguma forma a regulação em outros blocos e que a Europa seja, assim, um pouco líder na criação da regulação adequada a esta tecnologia.

Acredita que, na rivalidade entre os Estados Unidos e a China, a Europa pode ser mediadora? De que forma é que a Europa pode mediar esta rivalidade?

Pois, essa é uma opinião que defendi. Eu penso que a Europa está, neste momento, muito alinhada com a posição norte-americana em muitas questões, particularmente na área da tecnologia. Mas parece-me que a Europa poderia desempenhar um papel mais de "fiel da balança", tentando, por um lado, manter-se ligada política e economicamente aos Estados Unidos, mas não se desligando completamente da China, nem diplomaticamente nem economicamente, de forma a tentar fazer com que a China siga também as regulações e direcções apontadas pela Europa. Portugal tem aqui um papel muito importante. A relação privilegiada com Macau, uma vez que é o único país da União Europeia com uma relação privilegiada com a China, através de uma região autónoma especial, que é fundamental. Portanto, Portugal tem um papel muito importante, que deve assumir, de manter relações diplomáticas e económicas fortes com a China.

A China lançou recentemente o DeepSeek que está a criar alguma controvérsia. Para além de ter mostrado que se pode avançar com uma aplicação com menos custos e investimento, há vários países que falam de questões de segurança. Quais são, de facto, os verdadeiros riscos do DeepSeek?

O DeepSeek mostrou, de facto, que é possível ter modelos de grande qualidade a preços bem mais baixos do que se pensava até agora. Os riscos são óbvios. Se usarmos modelos do DeepSeek na China, estamos a enviar informação que, primeiramente, pode ser usada para desenvolver modelos futuros e, assim, avançar ainda mais. A tecnologia chinesa, por si, não me parece particularmente grave, mas pode ser usada em questões que envolvem segurança, o que é uma preocupação. No entanto, os modelos foram libertados em código aberto e nós não precisamos de correr esses modelos nos servidores da China. Podemos descarregá-los e executá-los localmente, o que muitas instituições, incluindo as nossas, têm feito - em open source. Portanto, os modelos não precisam de ser corridos na China, podem ser adaptados localmente e, assim, os riscos de enviar informação para as autoridades chinesas são minimizados.

O sector digital representa, neste momento, 4% das emissões de gases com efeito de estufa, numa altura em que se fala em política ambiental e no aquecimento global. Que resposta se dá a este problema?

Se não me engano, o número está ligeiramente abaixo desses 4%. O digital consome cerca de 2% da energia total, talvez um pouco mais de 2% das emissões, pois está muito dependente da electricidade, que é mais intensiva, mas está à volta de 2% a 3%. Embora este valor seja relativamente baixo, é importante notar que não se trata apenas da inteligência artificial. Esse número abrange todos os telemóveis, todos os computadores, todos os servidores, as bases de dados, os termos de informação, a internet, etc. E, embora seja relevante, também devemos perceber que, com esses 2% ou 3%, poupamos muito mais em termos de deslocações, transportes, trabalho remoto e outras áreas. Se não houvesse a internet, haveria muito mais trânsito e as emissões seriam muito superiores. Portanto, penso que esse problema não é uma preocupação grave no momento. Se continuarmos a desenvolver centros de dados e o consumo de energia continuar a crescer, aí sim, poderemos começar a pensar sobre isso. Mas a tendência não será, provavelmente, nesse sentido.

A França destaca-se nesta questão da criação de centros de dados com a energia nuclear?

Sim, a França é, na minha opinião, exemplar nesse aspecto, uma vez que é um dos países que menos emite dióxido de carbono por kilowatt-hora gerado, justamente devido à sua opção pela energia nuclear. Como se sabe, é uma opção relativamente rara na Europa. Em Portugal, não existe. Pessoalmente, penso que é uma opção correta, enquanto as novas gerações de tecnologia, como a fusão nuclear, não se tornam viáveis. Portanto, gostaria que outros países seguissem o exemplo da França.

No futuro, as empresas que dominarem a inteligência artificial vão liderar o mercado. Daqui a 20 anos, os seres humanos estarão sujeitos às máquinas?

Penso que isso é um risco relativamente distante, uma vez que - pelo menos por enquanto e no futuro previsível - temos a capacidade de influenciar o desenvolvimento da tecnologia. Não há razão para desenvolvermos a tecnologia de forma que ela se torne, de alguma maneira, perigosa para a humanidade. Posto isto, sempre existirá a possibilidade de um Estado ou uma empresa, até um Estado terrorista, desenvolver tecnologias baseadas em Inteligência Artificial que possam ser perigosas. Isso não é novo. É o mesmo com tecnologias biológicas, químicas e mesmo nucleares. ANG/RFI

                        Roménia/Presidente Klaus Iohannis demitiu-se

Bissau, 11 Fev 25 (ANG) - Sob a ameaça de uma destituição, o Presidente romeno Klaus Iohannis, sob a ameaça de uma destituição, anunciou , segunda-feira a sua demissão, depois de semanas de protestos de uma parte da população descontente após a anulação das presidenciais em Dezembro, depois de terem sido levantadas suspeitas de ingerência russa no escrutínio.

“Para poupar a Roménia e aos cidadãos romenos uma crise, vou deixar o meu cargo" a partir de quarta-feira, disse o Chefe de Estado demissionário numa declaração solene esta segunda-feira em Bucareste, numa altura em que estava prestes a ser destituído.

O mandato de Klaus Iohannis devia inicialmente terminar em finais de 2024, logo depois das presidenciais. Mas logo após a primeira volta das eleições em que o candidato de extrema-direita, Câlin Georgescu ficou na dianteira, o escrutínio foi anulado por suspeita de interferência russa. As autoridades acreditam que Georgescu beneficiou de uma campanha ilícita na rede TikTok, algo que a Comissão Europeia anunciou estar a investigar.

Perante este cenário inédito, o líder liberal e pró-europeu de 65 anos, decidiu permanecer no poder até à eleição do seu sucessor em Maio.

Desde então, dezenas de milhares de romenos saíram às ruas para denunciar o que qualificaram de "golpe".

Depois de várias tentativas da oposição, o Parlamento tinha previsto reunir-se esta semana em sessão plenária antes de um possível referendo sobre a sua destituição.

"Dentro de alguns dias, o Parlamento romeno vai pronunciar-se sobre a minha destituição e a Roménia vai mergulhar na crise (...) com repercussões no país e infelizmente também fora das nossas fronteiras", disse hoje Iohannis.

No poder desde 2014, o chefe de Estado impopular e criticado por uma alegada falta de carisma, deve ser agora substituído interinamente pelo Presidente do Senado e líder dos liberais, Ilie Bolojan, até à realização de um novo escrutínio cuja primeira volta está fixada para o dia 4 de Maio. Uma segunda volta está prevista para o dia 18 de Maio no caso de nenhum candidato alcançar mais de metade dos votos na primeira volta.

Reagindo à demissão presidencial, centenas de apoiantes da extrema-direita concentraram-se no centro da capital e envolveram-se em confrontos com as forças da ordem.

"Klaus Iohannis demitiu-se! Agora é tempo de voltar ao estado de direito. Vamos retomar a segunda volta", disse o vencedor da primeira volta, o candidato de extrema-direita Câlin Georgescu.

Eurocéptico, admirador confesso do Presidente russo, Câlin Georgescu é conhecido pelas suas posições conspiracionistas e a sua oposição a qualquer apoio militar à Ucrânia.

Ele apresentou vários recursos para o processo eleitoral ser retomado na fase em que se encontrava antes da sua anulação, até agora sem sucesso.

Numa altura em que faltam algumas semanas para terminar a 15 de Março o prazo para a apresentação de novas candidaturas, o líder de extrema-direita ainda não esclareceu se pretende entrar novamente na corrida.

Seja qual for o caso, o autarca de Bucareste, Nicusor Dan, já anunciou a sua intenção de se candidatar como independente.ANG/RFI

 

           Sudão/Guerra civil  provocou a pior crise humanitária do mundo

Bissau, 11 Fev 25 (ANG) - A guerra que assola o Sudão desde abril de 2023 provocou a "pior crise humanitária do mundo", com centenas de milhares de crianças a sofrer de desnutrição aguda grave, lamentou hoje a União Africana (UA).

Os confrontos entre os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) de Mohamed Hamdane Daglo e o exército do general Abdel Fattah al-Burhane, dois antigos aliados que se tornaram rivais, causaram dezenas de milhares de mortos e deslocaram mais de 12 milhões de pessoas.

Enquanto o exército controla o leste e o norte do Sudão, os paramilitares mantêm o seu domínio em quase todo o Darfur, uma vasta região no oeste do país onde vive um quarto dos 50 milhões de habitantes do país.

"Os combates incessantes no Sudão desde o início da guerra, em 15 de abril de 2023, dificultaram o acesso à ajuda humanitária, conduziram à escassez de alimentos e agravaram a fome, com crianças e mulheres a serem continuamente maltratadas e os idosos e doentes a carecerem de assistência médica", afirmou o presidente do painel da UA sobre o Sudão, Mohamed Ibn Chambas.

"Esta é a pior crise humanitária do mundo", continuou.

Para a UA, só um "diálogo político, e não a opção militar, pode pôr fim a esta guerra".

Segundo a organização pan-africana, cerca de 431.000 crianças foram hospitalizadas em 2024 devido à desnutrição aguda grave, um número 44% superior ao registado em 2023.

Na segunda-feira, as Nações Unidas acusaram as RSF de obstruir a entrega de ajuda vital à região do Darfur, que está ameaçada pela fome.

A fome já afeta cinco regiões sudanesas, incluindo três no Darfur do Norte, e deverá estender-se a cinco outros distritos do estado até maio, segundo as agências da ONU, com base num relatório recente do sistema de Classificação da Segurança Alimentar (IPC, na sigla em inglês).

De acordo com o IPC, 24,6 milhões de pessoas, cerca de metade da população do Sudão, deverão enfrentar "níveis elevados de insegurança alimentar aguda" até maio.

No início de fevereiro, um atentado bombista atribuído a paramilitares contra um mercado em Omdourman, nos arredores de Cartum, matou pelo menos 50 pessoas. ANG/Lusa

 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Religião/Alto Comissariado para peregrinação 2025 lança campanha de ida à Meca

Bissau 10 Fev 25 (ANG) – O Alto Comissariado para a peregrinação 2025 ,lançou hoje, oficialmente, a campanha para a ida dos fiéis muçulmanos à cidade Santa de Meca .

Falando na cerimónia, Califa Soares Cassamá frisou que, este ano, decidiram fazer uma apresentação geral sobre  como será a peregrinação, incluindo o seu custo que é de  4 milhões de francos CFA, menos  225 mil francos cfa que o custo do  ano anterior ,o preço  que segundo disse, pode variar em função de como cada peregrino quer viajar e onde quer morar ,tudo será tarifado conforme o desejo da pessoa interessada.

Segundo explicou Cassamá, este ano querem que os peregrinos se deslocassem  do país, no dia 26 de Maio para regressar  no dia 11 de Junho .

Disse que vão  alterar a rota para facilitar os peregrinos ,uma vez que vão iniciar na cidade de Medina e depois para Meca de onde partirão para Bissau depois do evento.

“E este ano queremos atingir o número dado à Guiné-Bissau, desde 1974, que é de 751 lugares ,mas já pedimos o aumento deste número.  Esperamos atingir esse  número oficial  com os cidadãos que virão da diáspora , África e Europa através da  Gâmbia e de Bruxelas “,explicou.

Cassamá salientou que a data limite para entrega das candidaturas não esta definida , mas que  aconselha  os interessados para a  fazerem,  o mais cedo possível ,realçando que graças à novas tecnologias os vistos serão dados internamente .

Por seu turno, o Ministro da Economia, Soares Sambú, ao presidir o ato, recomendou ao alto Comissariado a aprofundar as explicações sobre o transporte, alojamento ,bem como a maneira de usar o mesmo, uma vez que a realidade é diferente entre os dois países.

O governante ainda pediu que seja levado a cabo  um  “bom trabalho” na seleção dos candidatos, uma vez que a peregrinação exige muito da pessoa em termos físicos.

Sambú pediu que sejam dadas garantias de que os peregrinos serão bem tratados, porque  pagam para ir à Meca, tendo aconselhado ao Alto Comissariado a trabalhar diretamente com as companhias de viagens para se evitar de intermediários que, muita das vezes, não cumprem o acordo, e que a viagem seja de voo direto, para minimizar o sofrimento das pessoas.

“Os contratos devem ser feitos com rigor e no caso de não cumprimento deve haver responsabilização. Contudo, sei que não haverá peregrinação onde tudo será mar de rosa. Sempre haverá alguma dificuldade pontual", disse
.ANG/MSC//SG