segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

 China Popular/Xi diz a Putin que está "feliz por ver esforços" para pôr fim à guerra

Bissau, 24 fev 25 (ANG) - O presidente chinês, Xi Jinping, disse hoje ao homólogo russo, Vladimir Putin, que está feliz por ver que a Rússia e outros países estão a fazer "esforços positivos" para acabar com a guerra na Ucrânia.


"A China está satisfeita por ver que a Rússia e as partes relevantes estão a fazer esforços positivos para pôr fim a esta crise", disse Xi, numa conversa por telefone, que ocorre no terceiro aniversário da guerra na Ucrânia.

Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, Xi disse ainda que os laços entre a China e a Rússia têm uma "força motriz interna forte" e um "valor estratégico único", e que os dois países são "dois bons vizinhos" e "verdadeiros amigos", que se apoiam mutuamente na procura de um "desenvolvimento comum".

O líder chinês acrescentou que a relação bilateral "não é dirigida contra terceiros, nem será influenciada por ninguém", sublinhando que os laços continuarão a desenvolver-se "com facilidade" e "ajudarão o desenvolvimento mútuo, injetando estabilidade e energia positiva nas relações internacionais".

De acordo com a Xinhua, Putin afirmou que está empenhado em "eliminar as causas profundas do conflito" entre a Rússia e a Ucrânia, a fim de "alcançar uma solução de paz sustentável e duradoura".

A China saudou as conversações entre Putin e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para negociar uma saída para a guerra, um processo no qual Pequim quer desempenhar "um papel construtivo", segundo os seus porta-vozes, mantendo a comunicação "com todas as partes".

Nas últimas semanas, o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, garantiu que a posição da China sobre o conflito tem sido "racional" e que Pequim quer ajudar a "estabelecer um quadro de segurança para a Europa".

Desde o início da guerra na Ucrânia, a China manteve uma posição ambígua em relação ao conflito, apelando ao respeito pela "integridade territorial de todos os países", incluindo a Ucrânia, e à atenção às "preocupações legítimas de todos" os Estados, em referência à Rússia.

Pequim opôs-se a sanções "unilaterais" contra Moscovo e apelou a uma solução política.

A China tem enviado representantes diplomáticos para a região e apresentado iniciativas de paz que tiveram sempre uma receção morna no Ocidente, como o plano que elaborou com o Brasil no ano passado, que não incluía a retirada das tropas russas e foi rejeitado por Kyiv.ANG/Lusa

Bélgica/Costa promete em Kyiv disponibilidade da UE para "o que for necessário"

Bissau, 24 fev 25 (ANG) - O presidente do Conselho Europeu disse hoje em Kyiv que a União Europeia está disponível para "fazer tudo o que for necessário para a sua segurança e continuar a apoiar a Ucrânia", defendendo mais apoio financeiro e militar.


"A União Europeia [UE] está disposta a fazer tudo o que for necessário para a sua segurança e a continuar a apoiar a Ucrânia e é por isso que vou convocar um Conselho Europeu extraordinário para a próxima semana, no dia 06 de março, sobre o apoio à Ucrânia e o reforço da defesa da Europa, trabalhando em estreita colaboração com a Comissão Europeia e com [a presidente] Ursula [von der Leyen]", afirmou António Costa.

Intervindo na Cimeira Internacional de Apoio à Ucrânia, em Kyiv, onde está hoje para assinalar o terceiro aniversário da invasão russa do país, António Costa assegurou que a UE está pronta "para aumentar o apoio financeiro e militar à Ucrânia e para construir o futuro da Ucrânia na UE".

A mensagem surge quando uma comitiva do colégio de comissários da Comissão Europeia liderada pela presidente da instituição, Ursula von der Leyen, e acompanhada pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa, está hoje em Kyiv em assinalar a data.

Este é a segunda visita de António Costa a Kyiv em dois meses, após ter iniciado o seu mandato na capital ucraniana, em dezembro passado e surge um dia após ter anunciado que iria convocar um Conselho Europeu extraordinário, que terá lugar no dia 06 de março em Bruxelas, dedicado ao apoio à Ucrânia e à defesa europeia.

A propósito desta cimeira extraordinária, antes da regular no final de março dedicada ao tema da competitividade económica europeia, Von der Leyen anunciou hoje em Kyiv que iria trabalhar num "plano abrangente sobre a forma de aumentar as capacidades europeias de produção de armas e de defesa".

Para meados de março prevê-se a apresentação de um Livro Branco sobre o setor da defesa.

A UE tem vindo a defender também condições de paz definidas pela Ucrânia e um lugar na mesa de negociações, juntamente com a Ucrânia, face à tentativa de mediação norte-americana com a Rússia.

"Não haverá negociações credíveis e bem-sucedidas, não haverá paz duradoura sem a Ucrânia e sem a UE. Só a Ucrânia pode decidir quando estão reunidas as condições para iniciar esta negociação", afirmou ainda hoje o presidente do Conselho Europeu na capital ucraniana, reforçando que "não pode ser um simples cessar-fogo, tem de ser um acordo duradouro".

Para António Costa, só "fortes garantias de segurança assegurarão uma paz abrangente, justa e duradoura na Ucrânia e em toda a Europa".

Hoje a Ucrânia assinala o terceiro aniversário do início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022, que desencadeou uma guerra com um balanço de perdas humanas e materiais de dimensão ainda não inteiramente apurada.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e militar dos aliados ocidentais.

Estima-se que a UE já tenha prestado à Ucrânia assistência económica, humanitária, financeira e militar num total de 135 mil milhões de euros, sendo 48,7 mil milhões de euros de assistência militar.ANG/Lusa

 

França/Arguido no processo do atentado à basílica de Nice em 2020 admite factos

Bissau, 24 Fev 25 (ANG) - O arguido no processo do atentado que matou três pessoas na basílica de Nice em 2020, Brahim Aouissaoui, admitiu hoje os factos no julgamento, confessando que agiu para "vingar os muçulmanos" mortos por ocidentais.


"Sim, admito os factos", disse o arguido de 25 anos e origem tunisina, que está a ser julgado no Tribunal Especial de Paris por homicídio e seis tentativas de homicídio relacionadas com uma ação terrorista.

Esta é a primeira vez, desde a sua detenção logo após os acontecimentos, que Brahim Aouissaoui admite ter assassinado com uma faca de cozinha três pessoas e que a Igreja Católica em França, enquanto instituição, se junta à ação civil no julgamento.

"Não sou terrorista, sou muçulmano", disse o arguido, que falava em árabe e cujas palavras foram traduzidas por um intérprete.

O jovem, muito magro, justificou o seu ato explicando que "todos os dias morrem muçulmanos" e que não há "empatia por estas pessoas".

"O Ocidente mata indiscriminadamente (muçulmanos) inocentes" e a "vingança é um direito e uma verdade", acrescentou.

Na manhã de 29 de outubro de 2020, armado com uma faca de cozinha, o arguido quase decapitou Nadine Vincent, de 60 anos, esfaqueou 24 vezes Simone Barreto Silva, franco-brasileira de 44 anos que conseguiu fugir do local antes de falecer, e cortou a garganta de Vincent Loquès, um sacristão de 55 anos e pai de duas filhas.

A escolha das suas vítimas, matando-as numa igreja, foi uma questão de "acaso", afirmou Brahim Aouissaoui, explicando que "não tinha preparado nada" e alegando que os homicídios eram legítimos.

Na véspera do atentado, Brahim Aouissaoui tinha explicado numa mensagem áudio a um compatriota residente na região parisiense que não podia deslocar-se a Paris por falta de dinheiro.

"Tenho um outro programa na minha cabeça. Que Deus o facilite", afirmou na mensagem.

Quatro dias antes do ataque, um meio próximo da Al-Qaeda apelou aos muçulmanos para degolarem os franceses, nomeadamente nas "suas igrejas".

Brahim Aouissaoui, que poderá ser condenado a prisão perpétua, deverá ser interrogado durante todo o dia e o seu julgamento deverá terminar no dia 26 de fevereiro.ANG/Lusa

 

Política/Presidente da República anuncia eleições gerais para 30 de Novembro

Bissau,24 Fev 25(ANG) - O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, anunciou no domingo, a marcação das  eleições gerais para 30 de Novembro do ano em curso, de acordo com a Constituição da República e se houver  segunda volta será realizada em Dezembro.

O anúncio do chefe de Estado foi feito em declarações à imprensa, à margem da reunião de mediação do acordo de paz entre o governo senegalês e a  ala política dos combatentes unificados do Movimento de Forças Democráticas de Casamance (MFDC), realizado em Bissau.

“Vou marcar as eleições para o dia 30 de Novembro do ano em curso, porque ainda tenho tempo, como recomenda a Constituição, e se houver uma segunda volta será realizada em Dezembro. E se for reeleito vou tomar posse, mais uma vez, em 27 de Fevereiro”, disse.

O chefe de Estado disse que não vai reunir com nenhum partido político neste mês de Fevereiro, porque o que estão a fazer neste momento é pressão para que sejam convidados à Presidência da República.

“API não é partido, porque eu falo com as estruturas legalmente constituídas. Não falo com as estruturas que não são legalizadas. Falei ao Fernando Dias, para irem conversar com o Félix Blute Na Dungue”, contou.

A oposição política tem manifestado o interesse para que haja um diálogo político nacional para se chegar à um acordo sobre a marcação das eleições gerais e resolução de vários outros assuntos, nomeadamente, a caducidade da direção da Comissão Nacional de Eleições e a necessidade de realização de eleições no Supremo Tribunal de Justiça.ANG/ÂC//SG 

 

Diplomacia/Governo do Senegal e MFDC ala Frente Sul assinam  acordo de paz em Bissau

Bissau, 24 Fev 25 (ANG) - O governo senegalês, representado pelo Primeiro-ministro Oussumane Sonko e uma delegação do Comité Provisório da ala Política dos Combatentes Unificados do Movimento das Forças Democráticas de Casamance (MFDC)ala Frente Sul, liderado por General César Atoute Badiane assinaram, no domingo, em Bissau, um acordo de paz que prevê o cessar-fogo, o agrupamento dos rebeldes, a entrega de armas e munições, bem como a reintegração social dos combatentes rebeldes.

O acordo de paz foi rubricado  sob a mediação do chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, e na presença do Primeiro-ministro do Senegal, Ousmane Sonko e do grupo rebelde do MFDC da frente sul, baseado em Kassolol, liderado pelo General César Atoute Badiane e do chefe de Contrainteligência militar da Guiné-Bissau, Major-General, Samuel Fernandes

A mediação ainda contou com a participação de  uma organização humanitária suíça, denominada “HD”, que se comprometeu a reunir a delegação senegalesa e os rebeldes com o intuito de alcançar a paz definitiva em Casamance, uma região do sul de Senegal que leva já mais de 40 anos de conflito, entre os rebeldes do MFDC e as Forças Armadas senegalesas.

O governo senegalês e o grupo rebelde do MFDC da frente sul, baseado em Kassolol, já haviam assinado, à
4 de Agosto de 2022, em Bissau, uma declaração de engajamento mútuo que define os termos sobre as condições para a entrega das armas e as medidas que serão tomadas para o efeito.

A delegação do comité provisório da ala política dos combatentes unificados do MFDC assinou um documento intitulado “Propostas de pontos para a discussão”, no qual se ressalta quatro importantes pontos, designadamente, a questão de segurança, política, justiça e o engajamento da ala política dos combatentes unificados do MFDC.   

A delegação de grupo de rebeldes reafirma no documento assinado  domingo, a validação do acordo de Bissau, de 4 de Agosto de 2022, no qual as partes demonstram a vontade de alcançar um acordo de paz definitivo em Casamance, que contempla a deposição das armas. 

Na ocasião, o Primeiro-ministro senegalês Ousmane Sonko, agradeceu o chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, pelo seu engajamento para a promoção da paz definitiva em Casamance.

“O Presidente Bassirou Diomaye Faye tem um ambicioso plano denominado “Plano Diomaye para o Casamance”, um plano do desenvolvimento económico e social que não pode ser implementado sem a paz definitiva”, disse o chefe do governo senegalês, na sua declaração aos jornalistas no final da reunião com o Presidente Sissocó.

O governante senegalês disse que tudo o que impacta o Senegal, impacta também a Guiné-Bissau e vice-versa, sublinhando que têm todo o interesse de pacificar o referido espaço para colocar, definitivamente, o seu país no caminho do desenvolvimento, por isso vão concentrar no essencial que significa tomar em conta as preocupações legítimas das populações.

O Presidente Umaro Sissoco Embaló revelou que as duas delegações começaram a negociar em Bissau desde o dia 19 do mês em curso, para alcançar o acordo rubricado no domingo, e realçou  que viu muito interesse do Presidente Bassirou Diomaye Faye, em alcançar a paz na região de Casamance.

“Não podemos brincar com a estabilidade do Senegal  e independentemente de quem seja o Presidente da República, assim também o Senegal não pode brincar com a estabilidade da Guiné-Bissau, independentemente de quem seja o Presidente da Guiné, sublinhou o chefe de Estado guineense.

Referiu que no conflito político e militar de 1998, um grande número de população se refugiou no Senegal, acrescentando que ele e o seu homólogo senegalês têm que concentrar sempre  sobre a situação da sub-região e também do continente africano.ANG/MI/ÂC//SG

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Política/Presidente da República visita  seu bairro Natal – Plubá, no Sábado

Bissau, 21 Fev 25 (ANG) – O Presidente da Comissão Organizadora da recepção do Presidente da República, na visita agendada para sábado(22), ao seu bairro natalício,  Pluba, no Circulo Eleitoral 25, apelou esta sexta-feira aos moradores local e dos bairros vizinhos a se envolveram ativamente no acolhimento  do Chefe de Estado.

Falando na conferência de imprensa de anúncio dos  preparativos, o Presidente da Comissão Organizadora do evento, Lino Leal da Silva disse que o ato não vai passar despercebido uma vez que vai contar com atividades recreativas e culturais.

Lino Leal disse que o país precisa de paz e estabilidade, pelo que o  povo deve acompanhar o Presidente da República no seu mandato até ao fim, para nas próximas eleições  decidir quem será o novo Chefe de Estado. “A cultura de força não vai levar o país à lado nenhum”, disse.

Leal contou que o filho prodígio de Plubá vai regressar à casa  e será recebido com “pompas e circunstancias”.

Disse que a  recepção vai ser um autêntico carnaval, porque Umaro Sissoco Embaló saiu desse bairro  para a Presidência da Republica, e se hoje é  Chefe de Estado, o bairro de Pluba fez a sua parte.

“Por isso, pedimos à todos os moradores de Pluba a saíram, em massa amanhã, por volta de 15 horas para receber o seu filho Umaro Sissoco Embaló. E pedimos de igual modo à todos os moradores dos bairros vizinhos e à toda a população da Bissau a tomar parte nesse encontro”, disse Leal.ANG/MSC/ÂC//SG

 

GTAPE/Diretor-geral pede à partidos políticos  fiscalização do processo de atualização dos cadernos eleitorais

Bissau,21 Fev 25(ANG) – O Diretor-geral do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral(GTAPE),pede à partidos políticos o envio de delegados para a fiscalização do processo de atualização de Cadernos Eleitorais que se inicia a 09 de Março.

Gabriel Gibril Baldé, falava em conferência de imprensa realizada quinta-feira para se fazer  o ponto de situação dos trabalhos preliminares do processo.

“Já iniciamos o processo de acreditação dos representantes dos partidos políticos e estamos à espera  dos partidos que ainda não procederam as suas acreditações, tendo em conta que  são os maiores interessados num processo transparente”, disse.

Aquele responsável salientou que os trabalhos de atualização dos cadernos eleitorais  irão começar  com ou sem a presença dos delegados de todos os partidos políticos.

Perguntado sobre o processo de seleção dos brigadistas que irão compor as mesas de recenseamento eleitoral, o Diretor-geral do GTAPE disse que o processo de entrega da documentação será concluído no próximo dia 24 do corrente mês e que até ao dia 05 de Março próximo vão ter as listas definitivas que serão  enviadas  para todas as regiões.

Abordado sobre as informações postas a circular nas redes sociais, segundo as quais  o GTAPE está a criar  condições para favorecer  cidadãos da Guiné Conacri no processo do recenseamento, Gabriel Gibril Baldé, depois de risos, disse que, se existem alguns elementos fora do que está legislado, as pessoas devem apresentar queixas  junto à instâncias competentes.

“Se não existir provas, isso é apenas panfletos e provocações . Por isso, chamo a atenção à estas pessoas pouco sérias, de que o GTAPE é constituído por quadros nacionais responsáveis e comprometidos com o país”, disse Gibril Baldé. ANG/ÂC//SG

Política/ Líder de API-CG reitera sua posição sobre fim do mandato de PR no dia 27 de fevereiro 25

Bissau, 21 Fev 25(ANG) – O Líder da Aliança Patriótica Inclusiva-Cabas Garandi(API-CG), Nuno Gomes Nabiam reiterou  que o mandato de Umaro Sissoco Embaló, termina no dia 27 de Fevereiro de 2025, ás 14 horas e 50 minutos.

A posição reiterada pelo  líder da  coligação Cabaz Garandi foi adoptada nas resoluções da cimeira de líderes de partidos que integram essa coligação, realizada ,quinta-feira, em Bissau.

Lê-se ainda no documento que  a API-CG se congratula  com os contatos mantidos por Nuno Nabiam   com seus parceiros  multilaterais no país sobre o fim do mandato presidencial.

Nuno Nabiam diz que a coligação está aberta ao diálogo institucional e inclusivo para a busca da solução política consensual  sobre a data para realização das eleições simultâneas(presidenciais e legislativas), e ainda se encontrar  soluções para o que chama de  “ imbróglios criado por Umaro Sissoco Embaló, na Assembleia Nacional Popular, no Supremo Tribunal de Justiça  e no Secretariado Executivo da Comissão Nacional das Eleições”.

Segundo as resoluções, a coligação recomendou, com caráter de urgência, o seu líder Nabiam a  solicitar uma reunião  de concertação das posições com a Plataforma da Aliança Inclusiva-Terra Ranka(PAI-TR) e a Sociedade Civil sobre o mesmo assunto(data para eleições simultâneas, situações do STJ, ANP e CNE) e sobre a agenda a partilhar com a missão política do alto nível da CEDEAO que chega ao país no dia 23 do corrente mês.ANG/JD/ÂC//SG

Cultura/Cantor guineense Américo Gomes encontrado morto na sua casa em Lisboa

Bissau,21 Fev 25(ANG) - O cantor guineense Américo Gomes, 51 anos, foi encontrado morto na sua residência em Lisboa, na tarde de quarta-feira, revelou o irmão, Elísio Gomes Sá, numa nota publicada nas redes sociais.

Outra fonte familiar indicou à Lusa que os familiares aguardam por uma autópsia das autoridades portuguesas para determinar a causa da morte do cantor, que era querido entre os guineenses.

A ministra da Cultura, Juventude e Desporto guineense, Maria da Conceição Évora, escreveu, numa rede social, que, "Diguidaz", como o próprio gostava de ser chamado, "teve uma passagem curta" na terra, mas deixou "um grande legado".

"Os artistas não morrem. A tua música será tocada e ouvida sempre em todos os cantos do mundo", escreveu Conceição Évora.

O economista guineense e antigo subsecretário-geral das Nações Unidas e diretor de assuntos políticos da organização, Carlos Lopes, escreveu, também nas redes sociais, que ainda não acredita que Américo Gomes morreu.

O cantor nasceu em Canchungo, norte da Guiné-Bissau, de onde também é originário Carlos Lopes, confessando este que, vivendo sempre longe do país, costuma ouvir as músicas de Américo Gomes para se lembrar da sua terra natal.

Vários partidos e líderes políticos também expressaram o seu pesar "pelo falecimento repentino" de Américo Gomes.

As rádios de Bissau e as páginas das redes sociais dos guineenses estão inundadas de músicas e fotografias de Américo Gomes, que é considerado um dos mais talentosos músicos do país dos últimos 30 anos.

Radicado em Portugal há vários anos, o cantor visitava o país regularmente para participar em concertos musicais ou em campanhas políticas.

Américo Gomes é conhecido pela sua intervenção na vida política do país, não se coibindo de criticar os dirigentes do país, mesmo aqueles que receberam o seu apoio nas campanhas eleitorais.

"Eu apoio sempre o meu povo", declarou recentemente num vídeo publicado nas redes sociais.

No comunicado da família, o irmão Elísio Gomes Sá, secretário de Estado do Orçamento e Assuntos Fiscais no atual Governo guineense, descreve o irmão como um "artista talentoso" e "sempre atento aos que estavam à sua volta".

"Américo, conhecido por todos como um cantor apaixonado pela sua arte e pelos seus fãs, deixa um legado de memórias musicais que permanecerão imortalizadas nas ondas do rádio e nos nossos corações", frisou.

Licenciado em gestão de empresas, Américo Gomes publicou sete álbuns musicais.

Cantava em crioulo guineense, em manjaco (o dialeto da etnia manjaca, a que pertence), em francês, em inglês e em wolof, uma das línguas nativas do Senegal, país onde também é bastante popular.ANG/Lusa

 

Alemanha/Eleitores se preparam para eleições disputadas, com imigração a ser assunto número um

Bissau, 21 Fev 25 (ANG) - Um pouco mais de 59 milhões de eleitores vão ser chamados às urnas na Alemanha ,no domingo, no quadro de legislativas antecipadas provocadas pela crise que se instalou na coligação governativa.

No âmbito deste sufrágio indirecto devem ser renovados os 630 assentos do Bundestag, a câmara baixa do parlamento, mas deve igualmente ser escolhido o novo chefe do executivo.

Para este cargo concorrem sete candidatos, nomeadamente o chanceler cessante, o social-democrata (SPD), Olaf Scholz, creditado com 15% de intenções de voto, o conservador da coligação CDU-CSU, Friedrich Merz, considerado o grande favorito, com uns 30% de intenções de voto, ou ainda Alice Weidel, líder da extrema-direita da AFD, creditada com cerca de 20% de intenções de voto.

Apesar de analistas considerarem que esta última tem poucas possibilidades -para já- de chegar ao poder, dado o seu lugar nas sondagens e também o "cordão sanitário" estabelecido pelas diversas forças políticas alemãs para não entrar em qualquer coligação com a sua formação, o facto é que os chavões da extrema-direita alimentaram o debate durante a campanha eleitoral, ou seja a gestão das fronteiras e dos fluxos migratórios.

Este assunto dominou tanto mais a actualidade que ainda na semana passada o ataque cometido por um jovem imigrante que lançou o seu veículo contra uma multidão em Munique, ferindo 39 pessoas entre as quais duas acabaram por morrer, relançou a habitual associação feita pela extrema-direita entre a imigração e a insegurança. Isto sem contar com o apoio dado pela própria administração Trump a Alice Weidel.

O contexto político-diplomático minado pelo conflito na Ucrânia, a economia em estagnação e o sector energético à procura de um novo fôlego, foram igualmente abordados na campanha eleitoral que hoje termina, refere Domingos Luvumbo, dirigente associativo angolano em Munique, que diz não ter dúvidas de que o campo conservador de Merz vai vencer no domingo.

RFI: Que balanço faz da campanha eleitoral?

Domingos Luvumbo: São eleições muito disputadas. Mas a não ser que haja um milagre capaz de impedir a vitória do Friedrich Merz, eu diria que o resultado está feito, que domingo Friedrich Merz será declarado o vencedor destas eleições. Tudo leva a crer isso, porque neste momento vai à frente com mais de 30% nas intenções de voto, contra 20% da extrema-direita, que não passará, com certeza, mas que será a segunda força política na Alemanha, apesar de nenhuma outra força política aceitar coligar-se com este partido político. E tenho esta crença porque o tema número um destas legislativas foi a imigração. A CDU-CSU é a única coligação que pode impedir a extrema-direita alemã de ter mais pontos percentuais. Defende medidas radicais quanto à entrada de refugiados na República Federal da Alemanha. Defende um controlo mais apertado das fronteiras. E quanto à Guerra da Ucrânia, também diz que os europeus em geral e em particular os alemães, têm que fazer tudo para que o Vladimir Putin não ganhe a guerra na Ucrânia. E os alemães também estão de acordo com este tema. No domínio doméstico, defendem medidas muito duras quanto às pessoas que recebem ajuda social do Estado. E nesses temas todos (Merz) saiu-se muito bem. E tudo isto leva-me a crer que dificilmente um outro concorrente venha a posicionar-se à frente dele.

RFI: Estava a mencionar há pouco que a questão da imigração foi um dos temas dominantes desta campanha. É um tema importante para os alemães?

Domingos Luvumbo: Muito importante, porque os alemães, até um certo ponto, começaram a sentir-se ameaçados. Só para ter uma ideia, entraram na República Federal da Alemanha perto de 1 milhão de sírios, vieram centenas de milhares de afegãos. Para além dos alemães precisarem, como quase em toda a Europa, de mão-de-obra, a imigração traz os seus problemas. Penso que tem acompanhado o que tem acontecido aqui na Alemanha. Muitos atentados ainda recentemente. Dez dias antes das eleições, que serão domingo, houve mais um atentado em que um jovem afegão de 24 anos de idade pegou numa viatura e foi contra uma multidão. Atropelou muita gente. Infelizmente, uma criança, creio que de dois anos de idade, e a sua mãe, pouco depois, acabariam por perder a vida. E isto veio agravar o problema da imigração, que deve ser controlado. Precisa-se de mão-de-obra, sobretudo mão-de-obra qualificada, mas também deve ser evitada a entrada anárquica de refugiados que hoje são chamados imigrantes ilegais provenientes destes países, sobretudo Síria e Afeganistão. E, sobretudo, quando estes imigrantes passam por um outro território europeu antes de chegarem à Alemanha. É por isso que esse tema foi muito discutido e os alemães pretendem reativar a convenção de Dublin, creio de 1997, que diz que o requerente de asilo deve fazer a declaração e o processo dele a ser analisado no primeiro território europeu onde chegar. E os alemães têm tido esses problemas. Penso que é o país da União Europeia que mais fronteiras tem: com nove países. Então muitas vezes, tentam expulsar pessoas que transitaram em território búlgaro, território austríaco, território francês, holandês ou de um outro país. E estes países não aceitam receber estes refugiados ou requerentes de asilo em desrespeito ao acordo assinado em 1997. E Friedrich Merz, que é o candidato considerado praticamente vencedor, garantiu aos alemães que se ele for eleito, logo no dia a seguir, uma expressão mais ou menos como a do Donald Trump, logo no primeiro dia da sua governação, mandará os agentes da polícia estarem presentes em todas as fronteiras para tentar impedir que indivíduos que tenham transitado num outro território europeu venham à Alemanha. Ele também disse que mandaria construir Centros onde ficariam até serem repatriados, porque neste momento existem milhares de refugiados ou requerentes de asilo político, sobretudo provenientes da Síria e do Afeganistão, cujos pedidos foram recusados, mas que o governo actual nunca teve a capacidade de expulsar.

RFI: Para além da questão da imigração, o que também esteve no centro das atenções nesta campanha, foi a questão da economia alemã, que neste momento está a conhecer algumas dificuldades, nomeadamente no sector do automóvel que está em estagnação. Como é que isto foi abordado durante a campanha?

Domingos Luvumbo: Esta questão também foi muito abordada. Este problema começou com as empresas que fazem produção na República Popular da China e a União Europeia aplicou sanções contra a República Popular da China, que tenta inundar com as suas viaturas, a sua produção, no espaço da União Europeia. Agora, o problema é que há empresas alemãs como BMW e tantas outras que produzem, por exemplo, na República Popular da China e aí as medidas da União Europeia ou a posição francesa e outros países que querem impedir que a China venha inundar o mercado europeu, ali não fazem excepção. E depois vem a questão novamente de mão-de-obra. Há, neste preciso momento, quase em todo o mundo, a indústria automobilística quase que está em crise. A própria mão-de-obra também, porque os alemães, quando se fala de mão-de-obra especializada, precisam muito de engenheiros. Portanto, a questão económica foi muito discutida. Os da extrema-direita e o da esquerda culpam o próprio governo e o executivo (anterior) de Angela Merkel, dizendo que bruscamente a economia alemã entrou em recessão. A economia alemã começou a ter muitos problemas porque a energia tornou-se muito cara. É isto que os Verdes diziam, que nós já vínhamos chamando a atenção aos sucessivos governos da CDU, para que a República Federal da Alemanha evitasse a dependência russa que bruscamente, devido ao conflito com a Ucrânia, ao fecharem-se as torneiras, o preço energético na República Federal da Alemanha ficou muito caro. E depois a própria política que hoje o Donald Trump ameaça aplicar com as tarifas alfandegárias, considera-se que é uma política face à qual os alemães deviam ter-se preparado muito antes. Sobretudo hoje, no ramo energético, tem que se fazer tudo. Neste sentido, o provável vencedor destas eleições (Friedrich Merz) está a falar de reabertura, por exemplo, de energia nuclear, uma coisa que já tinha sido eliminada na República Federal da Alemanha, mas que ele pretende reintroduzir como forma de atenuar a carência energética, porque diz sempre que a Alemanha é um dos países mais caros em matéria energética.

RFI: Relativamente ao apoio que foi dado pela administração Trump, mais concretamente o Elon Musk, ao partido de extrema direita AFD, qual foi o impacto que isso teve na campanha?

Domingos Luvumbo: Numa primeira fase, pensava-se que poderia ter um grande impacto, mas não teve, porque os alemães são bem informados. A maioria dos alemães é da opinião que é uma ingerência interna que não se pode permitir. O facto de Elon Musk ter os biliões de dólares que tem, não lhe dá o direito de se imiscuir directamente nos assuntos internos da Alemanha. Aliás, durante a conferência da segurança aqui em Munique, os representantes dos Estados Unidos da América, o vice-presidente e o secretário de Estado norte-americano voltaram a dar apoio à extrema-direita, acusando não só os alemães, mas os europeus de não respeitarem as regras democráticas por terem aberto de uma forma anárquica as fronteiras, à mesma moda da campanha do Donald Trump. É que eles sabem também que aqui na República Federal da Alemanha, a campanha número um da extrema-direita é a imigração. Porque eles sabem que neste campo a extrema-direita poderia pontuar e tem estado de facto a pontuar. Para eles, os imigrantes deviam ter vindo dos países da Europa do Leste, porque eles gostariam aqui pessoas da raça branca, que dizem que têm a mesma cultura. São cristãos como eles, e não indivíduos que vêm, por exemplo, do Afeganistão, da Síria ou mesmo de alguns países africanos. Esta questão foi a questão central da extrema-direita e eles chegaram ali onde chegaram, agarrando-se precisamente neste ponto.ANG/RFI

Israel/Benjamin Netanyahu acusa Hamas de não respeitar condições de cessar-fogo

Bissau, 21 Fev 25 (ANG) - O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acusou o Hamas de violar o cessar-fogo ao não entregar o corpo da refém Shiri Bibas, apesar do acordo de tréguas em vigor.


O Hamas tinha anunciado a entrega de vários corpos, incluindo os de Shiri Bibas, dos seus filhos Ariel e Kfir e de um octogenário. Os médicos legistas israelitas alegaram que o corpo da mulher que lhes foi entregue não era o de Shiri Bibas.

Benjamin Netanyahu denunciou este acto de “crueldade” e prometeu que o Hamas pagaria por esta violação.

As circunstâncias que rodearam a devolução dos corpos são controversas, com alguns responsáveis do Hamas a sugerirem um erro na identificação dos restos mortais, mas Israel não aceita esta explicação.

O Chefe de Estado israelita exprimiu a sua fúria perante a encenação, por parte do Hamas, da entrega dos corpos a Gaza, descrevendo os seus membros como “monstros”

Minhas irmãs e irmãos, cidadãos de Israel ! Neste dia estamos todos unidos. Estamos todos unidos num luto insustentável. Todos em Israel fazem hoje uma vénia. Inclinamos as nossas cabeças perante a perda pesada dos nossos quatro reféns. Sofremos com uma dor que se mistura à raiva. Estamos todos furiosos com os monstros do Hamas. Os quatro caixões dos nossos entes queridos obrigam-nos, mais do que nunca, a prometer que o que ocorreu a 7 de Outubro nunca mais volte a acontecer. O sangue derramado pelo chão dos nossos entes queridos grita-nos para que ajustemos contas com os desprezíveis assassinos, o que acabaremos por fazer. O Senhor é um Deus que se vinga. Brilha Oh meu Deus vingativo ! O nosso coração está despedaçado, mas o nosso espírito não se pode quebrar. E é neste espírito que vamos trazer de volta os nossos reféns. Vamos aniquilar os assassinos e vamos aniquilar o Hamas. Juntos, se Deus quiser, vamos assegurar o nosso futuro.

Os meninos  Bibas, Ariel, de 4 anos, e Kfir, de 8 meses, morreram em cativeiro, segundo informações militares israelitas, enquanto o Hamas afirmava que tinham morrido na sequência de bombardeamentos do Estado hebreu.

A troca de corpos faz parte de um acordo de tréguas no âmbito do qual foram libertados reféns israelitas em troca de prisioneiros palestinianos, devendo um total de 33 reféns ser entregues nas próximas semanas.

Recentemente, as tensões voltaram a aumentar, com o Hamas a dizer que está disposto a libertar os reféns com vida, mas as negociações indirectas para a segunda fase do acordo de tréguas foram adiadas. Os responsáveis israelitas reagiram com firmeza, avisando que qualquer violação do acordo teria consequências graves.

Além disso, uma série de explosões em autocarros em Bat Yam, Israel, foram atribuídas a “organizações terroristas palestinianas”, segundo o Ministro da Defesa israelita, Israel Katz. Estes incidentes conduziram a uma intensificação das operações na Cisjordânia, num contexto de frágil cessar-fogo e de incerteza quanto ao fim da guerra.ANG/Lusa

 

       Ucrânia/Uma em cada 5 crianças  perdeu família ou amigos na guerra

Bissau, 21 Fev 25 (ANG) - Uma em cada cinco crianças na Ucrânia perdeu um familiar ou amigo desde o início da invasão russa que deu origem à guerra, há três anos, afirmou hoje a diretora executiva da UNICEF, Catherine Russell, em comunicado.

A morte e a destruição têm sido uma realidade constante na vida das crianças na Ucrânia", referiu, adiantando que "este nível de violência causa imenso medo e sofrimento, e perturba todos os aspetos da vida de uma criança".

De acordo com um relatório da agência da ONU dedicada às crianças, o terceiro ano de guerra na Ucrânia foi ainda mais mortífero para as crianças do que o ano anterior, tendo o número de mortes aumentado 50% em relação a 2023.

No total, mais de 2.500 crianças foram mortas ou feridas desde fevereiro de 2022, mas "o número real deverá ser muito mais elevado", uma vez que estes dados contabilizam apenas as vítimas infantis confirmadas pela ONU.

Por outro lado, a vida normal de crianças e jovens sofreu uma suspensão, já que, nos últimos três anos, mais de 1.600 escolas e quase 790 hospitais foram danificados ou destruídos.

"A guerra na Ucrânia fez com que as crianças e os adolescentes enfrentassem perdas e privações profundas, que afetaram o seu desenvolvimento e bem-estar, durante fases críticas das suas vidas", sublinha a UNICEF.

Na Ucrânia, refere a organização, as crianças de três anos só conhecem a guerra, num período de crescimento m que as experiências vividas têm um impacto profundo na saúde e aprendizagem.

As suas vidas familiares foram também muito afetadas, já que os pais dizem sentir-se física e emocionalmente exaustos, e os serviços essenciais para as crianças e para os seus pais também foram destruídos ou restringidos.

A guerra torna também muito difícil o desenvolvimento dos adolescentes, sendo que quase um terço dos jovens, sobretudo as raparigas, declarou sentir-se tão triste ou sem esperança que deixou de fazer as suas atividades habituais.

"Os problemas de saúde mental das crianças e dos jovens na Ucrânia estão a agravar-se devido ao isolamento. Muitas crianças passam constantemente horas abrigadas em caves, perdendo oportunidades de socializar e aprender", sublinha a UNICEF, acrescentando que cerca de 40% das crianças estudam apenas remotamente 'online', ou têm aulas à distância.

O impacto na aprendizagem tem sido profundo, garante a agência da ONU, estimando uma perda média de dois anos de escolaridade em termos de competências de leitura e de um ano em competências de matemática.

Mesmo para as crianças e jovens que não estão a viver a guerra diretamente, por estarem refugiadas em outros países, o acesso à escola continua a ser um desafio, com metade das crianças em idade escolar a não estarem inscritas nos sistemas educativos nacionais.

A situação afeta "a sua oportunidade de aprender e interagir com os seus pares, bem como de desenvolver competências essenciais que serão fundamentais para a recuperação da Ucrânia após a guerra", lembra a UNICEF.

"As crianças devem ser sempre protegidas dos impactos da guerra, de acordo com o direito internacional humanitário e a legislação internacional de direitos humanos", lembra Catherine Russell.

"Mais do que qualquer outra coisa, as crianças na Ucrânia precisam de paz sustentada e da oportunidade de concretizar todo o seu potencial", concluiu.ANG/Lusa

 

Sudão do Sul/ Escolas encerradas após alunos desmaiarem por calor extremo

Bissau, 21 fev 25 (ANG) - O Sudão do Sul anunciou na quinta-feira o encerramento de todas as escolas durante duas semanas devido a uma onda de calor extremo, que levou alguns alunos a desmaiarem.


Esta é a segunda vez que o país - que enfrenta efeitos extremos das alterações climáticas, incluindo inundações durante a estação das chuvas - encerra as escolas durante uma vaga de calor em fevereiro e março.

O vice-ministro da Educação, Martin Tako Moi, disse na quinta-feira que "uma média de 12 alunos por dia tinha desmaiado na cidade de Juba".

A maior parte das escolas do Sudão do Sul tem estruturas improvisadas feitas com chapas de ferro e não dispõe de eletricidade que possa alimentar os sistemas de refrigeração.

Na quinta-feira, a ministra do Ambiente, Josephine Napwon Cosmos, exortou os residentes a permanecerem em casa e a beberem água, uma vez que se prevê que as temperaturas subam até 42 graus.

Napwon propôs que os funcionários públicos "trabalhassem por turnos" para evitar golpes de calor.

Os trabalhadores do setor da educação instaram o Governo a considerar a possibilidade de alterar o calendário escolar, de modo a que as escolas fechem em fevereiro e voltem a funcionar em abril, quando as temperaturas descerem.

Abraham Kuol Nyuon, reitor da Faculdade de Pós-Graduação da Universidade de Juba, disse à agência Associated Press (AP) que o calendário deveria ser feito com base no clima dos 10 estados.

Um grupo da sociedade civil, Integrity South Sudan, acusou o Governo de falta de planeamento adequado e de planos de contingência, afirmando que o encerramento de escolas durante as ondas de calor demonstra uma "incapacidade de dar prioridade à educação das crianças do Sudão do Sul".

O sistema de saúde do país é frágil devido à instabilidade política. Cerca de 400.000 pessoas foram mortas entre 2013 e 2018, altura em que foi assinado um acordo de paz entre o Presidente Salva Kiir e o seu rival Riek Machar, que se tornou deputado.

As eleições no Sudão do Sul, previstas para o ano passado, foram adiadas por dois anos devido à falta de fundos.

O Sudão do Sul, um dos países mais pobres do mundo, que se tornou independente em 2011, tem vivido uma situação muito difícil exacerbada por inundações a uma escala não vista há décadas e por um afluxo em massa de refugiados do vizinho Sudão, devastado pela guerra.

O país tem enfrentado uma crise económica devido à interrupção das exportações de petróleo após a rutura de um importante oleoduto no vizinho Sudão, devastado pela guerra.ANG/Lusa