MADR classifica arroz como produto estratégico para combate a pobreza
Bissau, ANG – O arroz é um produto estratégico de grande importância para o combate a pobreza, tanto quanto o caju no contexto guineense, pelo que, por excelência, os dois alimentos constituem factores da paz civil e social.
A constatação é do Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural quando discursava na cerimónia de entrega de 9 tractores, igual número de viaturas dupla cabine, um conjunto de moto-cultivadoras e diferentes alfaias agrícolas, financiados pelo Banco Oeste Africano de Desenvolvimento (BOAD) num montante superior a 1 bilião de francos CFA.
O fornecimento destas matérias veio na sequência no programa de emergência e de apoio a segurança alimentar desenhada pelo governo, através do Ministério da Agricultura para melhorar a produção agrícola na Guiné-Bissau.
“A insuficiência na produção do arroz, alimento base para cerca de 95 por cento da população guineense e que representa 65 % do seu consumo calorífico, constitui uma das maiores contingências para o nosso desenvolvimento sócio económico”, lastimou Barros Bacar Banjai.
O ministro sublinhou que apesar de condições edafo-climaticas e potencialidades agro-silvo-pastoris e recursos halieuticos de que dispõe, a situação alimentar actual da Guiné-Bissau é globalmente precária.
“A pobreza constitui causa primária da insegurança alimentar, pois ela é mais preponderante em zonas rurais onde vivem cerca de 75 por cento da população guineense”, indicou Barros Bacar Banjai, que acrescentou que a tal precariedade “quase permanente” tem efeitos variáveis de uma zona agro-ecologica à outra com maior envergadura entre meses de Julho a Setembro.
O Ministro assumiu que a insegurança alimentar manifesta-se sob forma conjuntural e estruturas, consubstanciando por um lado uma ruptura momentânea de equilíbrio entre as disponibilidades alimentares e as necessidades de consumo.
Por outro lado, prosseguiu aquele governante, a incapacidade permanente de produzir o necessário e/ou aceder a alimentos essenciais para satisfazer as necessidades alimentares e nutricionais de base.
Assim, para fazer face a esta situação, que qualificou de “grandes fragilidades do país”, o MADR informou que o executivo, através do seu pelouro, se engajou em materializar as políticas e estratégias consagradas na Carta Politica de Desenvolvimento Agrário, cujos principais eixos programáticos estão traduzidos no Plano Nacional de Investimento Agrário e Inscritos no DENARP II.
“Tais factos perspectivam um crescimento acelerado da economia tendo como um dos pressupostos o desenvolvimento de uma agricultura susceptível de garantir a segurança alimentar da população nacional assim como preservar o ecossistema, através de adopção de sistemas de produção agrícola mais sustentável”, estimou Barros Banjai.
Entretanto, por ser uma realidade irrefutável, as mudanças climáticas trazem graves problemas para a agricultura e segurança alimentar, mormente nos países em vias de desenvolvimento, particularmente em África, lembrou ainda o Ministro da Agricultura.
De acordo com este governante, as mudanças climáticas fazem recuar “os nossos” horizontes de planificação uma vez que exercem um impacto directo sobre a produção alimentar modificando as condições agro-ecologicas e com efeitos indirectos sobre o crescimento e a partilha de rendimentos.
“É necessário, por isso, repensar, a todos os níveis, os paradigmas actuais do desenvolvimento”, desafiou a concluir o Ministro da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Barros Bacar Banjai.
ANG/JAM
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