quinta-feira, 21 de abril de 2016

Economia mundial


FMI apresenta previsões desanimadoras

Bissau, 21 Abr 16 (ANG) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou quarta-feira a economia global cada vez pior e o mundo a entrar num lugar cada vez mais arriscado e violento. 

“O mundo está a crescer pouco há demasiado tempo”, afirmou Maurice Obstfeld, economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, quando procedia à abertura da conferência de imprensa do estudo Panorama Económico Mundial (World Economic Outlook) que decorreu  em Washington.

Para o Fundo Monetário Internacional, o crescimento global é de 3,2 por cento em 2016 e de 3,5 por cento em 2017, valores que reduzidos em 0,2 e 0,1 pontos percentuais, respectivamente, face à actualização intercalar de Janeiro de 2016. 

Os analistas acreditam que quando a economia mundial cresce três ou menos já se encontra em recessão. 

A situação é preocupante, insiste o Fundo, relembrando palavras recentes da sua directora-geral, Christine Lagarde, para quem “a recuperação continua a ser muito lenta, muito frágil e o risco de baixo crescimento persistente pode ter efeitos nocivos sobre o tecido social e político de muitos países”.

As  projecções do Fundo Monetário Internacional para as grandes economias não são animadoras. 

A zona euro, que era para crescer 1,7 por cento neste ano e no próximo (Janeiro passado), deve agora ficar-se por 1,5 e 1,6 por ce
nto, respectivamente. Os Estados Unidos que estavam com uma marca de 2,6 por cento em ambos os anos baixam agora para 2,4 por cento este ano e 2,5 por cento em 2017.

“Na zona euro, baixo investimento, alto desemprego e balanços fracos pesam sobre o crescimento, que permanecerá modesto”. No estudo, o Fundo Monetário Internacional diz concretamente em relação à Europa que continua a subsistir um problema de dívida pública, mas que o sector privado começa agora a chamar a atenção pela negativa.

 Na Zona Euro, diz o Fundo Monetário Internacional, as empresas estão relativamente mal e os bancos não têm muitos incentivos em vender crédito, “pois já se deparam com altos níveis de malparado”. 

Fora do ocidente, no Japão, o crescimento e a inflação são mais fracos que o esperado, “reflectindo em particular uma queda acentuada do consumo privado”. “O crescimento deverá manter-se em 0,5 por cento em 2016”, mas o país, também uma das maiores economias do mundo, deve cair em recessão outra vez em 2017, com -0,1 por cento. 

“Menor crescimento significa menos margem para erros”, disse Obstfeld, para quem “O crescimento lento persistente deixa marcas sobre o produto potencial e sobre a procura e o investimento”. 

O responsável diz que a situação “exige uma resposta imediata” e que para voltar ao crescimento global mais forte “há necessidade de um mix de política em três vertentes”. 

“Se os políticos nacionais reconhecerem claramente e em conjunto os riscos que enfrentam, e agirem em conjunto para se prepararem face a esses riscos, então os efeitos positivos sobre a confiança global podem ser substanciais”, observa Obstfeld. 

Se nada for feito, repara o perito, a economia mundo vai continua a ser arrastada pela turbulência financeira global, pela crise no mercado do petróleo, pelas erupções nas bolsas dos países emergentes e da China e pela drenagem de capitais. 

A par disso, “a continuação da instabilidade violenta em vários países, nomeadamente na Síria, continua a prejudicar as economias, levando milhões de refugiados para países vizinhos, bem como para a Europa. Isso é um desastre humanitário”, concluiu Obstfeld. 

ANG/JA

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