terça-feira, 6 de março de 2018

Nigéria


                      Doença  mata dezenas de pessoas e não existe vacina

Bissau, 06 Mar 18 (ANG) - A Febre de Lassa não é uma doença nova, mas o surto que tem afetado a Nigéria desde janeiro não tem precedentes existindo  quase 1100 pessoas das quais se suspeita que possam ter a doença,de acordo com o Centro para o Controlo de Doenças nigeriano.
Bandeira da Nigéria

A doença que pode causar epidemias muito perigosas e para a qual ainda não existe vacina já matou pelo menos 90 pessoas  e os números correspondem ao período entre 1 de janeiro e 25 de fevereiro.

A doença é também conhecida  como uma "febre hemorrágica viral" e afeta vários órgãos, danificando também os vasos sanguíneos. Os sintomas, esses, são a maioria das vezes moderados, como febre, dor de cabeça ou o sentimento de fraqueza. Algumas pessoas podem não ter qualquer sintoma até, explica o especialista em vacinas Charlie Weller, chefe de departamento da Wellcome Trust, num artigo escrito no site do BBC.

Em alguns casos, explica também Weller, a Febre de Lassa pode imitar outra febre hemorrágica mortal, o ébola, devido às hemorragias que podem acontecer através de várias partes do corpo.

Sendo uma doença difícil de diagnosticar e tratar, acrescentando-se ainda o facto de que ainda estão a acontecer pesquisas para a criação de uma vacina.

Dados das autoridades nigerianas referem também que a taxa de morte em relação à doença é de 20 por cento nos casos prováveis e confirmados, quando normalmente é de cerca de 1 por cento, diz Charlie Weller. O número de mortos, que oficialmente é de cerca de 90, pode ser muito maior, devido à dificuldade de identificação da doença.

No início da doença, que tem um período de incubação de aproximadamente três semanas, é impossível distingui-la de outras como o dengue ou a malária. E a única maneira de confirmar um diagnóstico é a análise num dos poucos laboratórios especializados na Nigéria.

Os surtos podem ser influenciados por condições sazonais e climatéricos, que afetam o portador natural do vírus, o multimammate rat, um roedor. O grande número de casos pode refletir condições de saúde pública ou pode ter sido o virus que tenha mudado, acrescenta o especialista.

A maioria das pessoas apanha a Febre de Lassa de qualquer coisa que esteja contaminado com fezes, urina, sangue ou saliva do referido rato. Pode ser através de beber, comer, ou simplesmente manusear objetos contaminados. Pode também ser passado de pessoa para pessoa através de fluidos corporais. Está ainda por perceber se a doença permanece no organismo mesmo após passar e se pode ser transmitida através de contactos sexuais.

Apesar das precauções indicadas para a população, como armazenar água e comida em sítios bem selados e bloquear buracos em casa por onde os roedores possam entrar, faltam ainda ferramentas médicas que sejam mais efetivas, como testes de diagnóstico, tratamentos e vacinas.

Mesmo com o contexto pouco favorável de que Charlie Weller fala, o chefe de vacinas do Wellcome Trust refere que "é provável que seja encontrada uma vacina", mas que "como com outras doenças que afetam principalmente países pobres, o progresso parou".ANG/DN

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