Ministro cessante da Agricultura lamenta que a
produção nacional não esteja a satisfazer
as necessidades da população
Bissau,13
Mar 18 (ANG) – O ex-ministro da Agricultura, Florestas e Pecuária afirmou que o
sector avícola guineense tem um potencial enorme mas que infelizmente a sua
produção não consegue satisfazer, em quantidade e qualidade, as necessidades
alimentares da população.
Nicolau
dos Santos que discursava hoje na abertura do Atelier Nacional para a Melhoria
da Performance da Fileira Avícola da Guiné-Bissau, disse que, em consequência,
importantes recursos financeiros são destinados anualmente para a importação
dos produtos como frangos e ovos.
“O
governo da Guiné-Bissau tem consciência clara das dificuldades do sector
avícola podendo mesmo enumerá-las dentre elas a falta de alimento, incubadora
capaz de produzir e distribuir os pintos do dia, falta da tecnologia para o
melhoramento de performances das raças locais entre outras”, explicou o ex-governante.
O
ministro cessante da Agricultura enumerou ainda outros constrangimentos: a
falta de créditos agrícolas aos avicultores, falta de acompanhamento
tecnológica entre outros.
“Por
isso, o tema que nos reúne aqui apresenta um interesse considerável para o
sector pecuário, em particular, e em especial para os avicultores. Espero que
os resultados do ateliê assim como a formulação de um Plano de Acção e as
recomendações servirão de alavanca para a melhoria das performances no sector”,
referiu.
Salientou
que a melhoria das performances da
fileira avícola nacional só traz benefício aos criadores dessas espécies
porque são eles que se ocupam com o seu
desenvolvimento.
Segundo
Nicolau dos Santos a pecuária guineense
é praticada por mais de 90 por cento da população, garante o sustento familiar
durante o ano inteiro e contribui grandemente na redução da pobreza e na
diversificação da dieta alimentar para além de contribuir com 17 por cento ao
Produto Interno Bruto.
“Conforme
os dados estatísticos do último recenseamento geral de animais realizado em
2009/10, a Guiné-Bissau detinha cerca de um milhão e meio de todas as espécies”,
sublinhou.
Acrescentou
que a prática avícola na Guiné-Bissau
data dos primórdios da independência com a criação de empresas estatais como a
ENAVI e mais tarde a SUINAVE, com intuito
de fornecer as populações alternativas em proteínas animais de qualidade e de
acesso fácil.
“Lamentavelmente,
devido a retirada do Estado da esfera de produção nos anos 80 e mais tarde com
a privatização das infraestruturas de produção avícola, sem grandes medidas de
acompanhamento e de uma real transferência de tecnologias aos avicultores, hoje
esse sector enfrenta grandes dificuldades em termos de factores de produção,
formação, organização da cadeia etc.”, destacou.
Por
sua vez, o Director -geral da Pecuária afirmou que os próprios avicultores
estão a tentar organizar-se e já criaram a sua organização de classe denominada
, União de Produtores de Cadeia Agrícola(UPCA).
Bernardo
Cassamá disse que ao nível sub-regional, através da União Económica e Monetária
Oeste Africana(UEMOA), acredita-se que a
referida fileira pode dar resposta na luta contra a insegurança alimentar e
fornecer proteínas às populações a partir de carne e ovo.
“Por
isso, a UEMOA preocupou-se em apoiar as organizações da fileira avícola nos
seus Estados membros e foi por causa disso que financiou este ateliê ,de forma
a diagnosticar os países que dispõe ou não de fileiras organizadas, para se
traçar um Plano de Acção de curto, médio e longo prazo para contribuírem na
dieta alimentar das suas populações”, explicou. O Ateliê terá a duração de três dias.
ANG/ÂC/SG
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