Imprensa russa acusa May de envenenar relações com Moscovo
Theresa May |
“Theresa
May envenenou as relações entre Moscovo e Londres”, titula o jornal o Nezavissimaïa,
enquanto o matutino oficial Rossiïskaïa denuncia que Londres, numa reacção
nervosa, “escolheu a confrontação com Moscovo”.
Já no
Kommersant lê-se que “a crise nas relações entre Moscovo e Londres atingiu uma
nova dimensão”, acusando as autoridades britânicas de “procurar respostas
tóxicas” ao envenenamento do ex-espião russo.
Já o
popular Komsomolskaïa refere que Theresa May “tentou acusar a Rússia de todos
os pecados no seu discurso perante o parlamento”, enquanto o jornal Izvestia
assegura que a Rússia “vai responder, pelo menos, de forma simétrica, à
expulsão de 23 diplomatas russos.
“Mas a
reacção russa pode mesmo vir a ser mais global”, adianta o jornal que cita
fontes diplomáticas e aconselha Londres a preparar-se para a resposta.
O
diário Moskovski Komsomolets prevê “um longo período de gelo” nas relações
entre os dois países, mas a “Rússia será capaz de enfrentar tudo isso de cabeça
erguida”
O
ex-espião duplo de origem russa Serguei Skripal, 66 anos, e a filha Yulia, 33,
foram encontrados inconscientes no dia 04 de Março, num banco num centro
comercial em Salisbury, no sul de Inglaterra, e estão hospitalizados em “estado
crítico, mas estável”.
Dias
depois, o chefe da polícia antiterrorista britânica, Mark Rowley, revelou que
Skripal e a filha tinham sido vítimas de um ataque deliberado com um agente
neurotóxico, um componente químico que ataca o sistema nervoso e que pode ser
fatal.
Na
segunda-feira, numa intervenção no Parlamento, Theresa May considerou “muito
provável” que a Rússia tivesse sido responsável pelo duplo envenenamento.
Dois
dias depois, May anunciou a “suspensão de contactos bilaterais” com Moscovo e a
expulsão de 23 diplomatas russos, decisão que a embaixada russa em Londres
classificou como “hostil”, “inaceitável” e “injustificada”.
A
Rússia nega qualquer a responsabilidade no ataque, que já mereceu a condenação
de vários governos, incluindo o de Portugal, e de dirigentes como os
presidentes norte-americano, Donald Trump, e francês, Emmanuel Macron, a
chanceler alemã, Angela Merkel, e o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
Lusa/fim
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