Piloto da Ethiopian Airline
reportou “dificuldades” e pediu para regressar – companhia
Bissau, 11 mar 19 (ANG) – O piloto do
avião da Ethiopian Airline que no domingo se despenhou pouco depois de descolar de Adis
Abeba reportou “dificuldades” e pediu para regressar ao aeroporto da capital
etíope, disse o presidente-executivo da companhia, Tewolde Gebremariam.
“O piloto reportou à torre de controlo
que estava com dificuldades e que queria regressar”, afirmou o
presidente-executivo da Ethiopian Airline, numa conferência de imprensa em Adis
Abeba sobre o acidente aéreo que matou todas as 157 pessoas de 35
nacionalidades que estavam a bordo do aparelho (149 passageiros e oito
tripulantes).
Segundo Tewolde Gebremariam, o piloto do
Boeing 737 “teve autorização” para virar e voltar ao aeroporto de Adis Abeba.
O responsável referiu que ainda é muito
cedo para determinar “as causas do acidente” que envolveu o Boeing 737-8 Max,
um modelo adquirido pela companhia aérea etíope em Novembro passado.
De acordo com as informações avançadas,
o acidente com o avião Boeing 737-8 MAX terá ocorrido às 08:44 (horas locais),
cerca de seis minutos após a descolagem na capital da Etiópia, altura em que o
aparelho desapareceu dos radares.
Tewolde Gebremariam, que já se deslocou
ao local do acidente, precisou que o aparelho se despenhou numa zona chamada
Hejeri, perto da cidade de Bishoftu, a cerca de 42 quilómetros a sudeste da
capital da Etiópia e onde fica a sede da maior base da Força Aérea etíope.
Na mesma conferência de imprensa, o
responsável acrescentou mais informações sobre as nacionalidades das vítimas
mortais, referindo que dois cidadãos de Espanha, quatro da Eslováquia, dois da
Polónia, três da Áustria e três da Suécia também constam da lista.
A primeira lista provisória das
nacionalidades divulgada pela Ethiopian Airlines referia que entre as vítimas
mortais estavam pessoas do Quénia (32), Canadá (18), Etiópia (9), China (8),
Itália (8), Estados Unidos (8), Reino Unido (7), França (7), Egito (6), Holanda
(5), Índia (4), Rússia (3), Marrocos (2), Israel (2), Bélgica (1), Uganda (1),
Iémen (1), Sudão (1), Togo (1) e da Noruega (1).
Na lista publicada consta ainda uma
pessoa com passaporte de Moçambique e quatro com passaportes das Nações Unidas.
“Estamos profundamente tristes e
expressamos as nossas mais profundas condolências” às famílias das vítimas,
referiu Tewolde Gebremariam, precisando ainda que as autoridades etíopes estão
em contacto com as embaixadas dos países afectados pelo acidente.
Contactada pela Lusa, fonte da
Secretaria de Estado das Comunidades referiu que as autoridades portuguesas
estão a acompanhar a ocorrência, estando em contacto com as Embaixadas de
Portugal na Etiópia e em Nairobi (Quénia).
O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy
Ahmed, manifestou na sua conta oficial no Twitter “profundas condolências” às
famílias das vítimas.
O gabinete de Abiy Ahmed informou,
entretanto, que o chefe do governo etíope visitou o local do acidente.
O acidente de domingo ocorreu cerca de
cinco meses depois de um outro Boeing 737 MAX da companhia Lion Air ter caído
na Indonésia cerca de 12 minutos após a descolagem e por causa de falhas
técnicas, de acordo com os dados recolhidos de uma das caixas negras do
aparelho.
O acidente ocorrido em outubro de 2018
provocou a morte de 189 pessoas.
A Ethiopian Airlines é membro da Star
Alliance (a mesma que integra a transportadora portuguesa TAP) desde Dezembro
de 2011 e, de acordo, com o ‘site’ da aliança, trata-se da companhia de
bandeira da Etiópia e líder em África.
A Ethiopian Airlines foi fundada em 21
de Dezembro de 1945 e a sua rede abrange Europa, América do Norte, América do
Sul, África, Médio Oriente e Ásia, ligando as cidades em todo o mundo.
O último acidente desta transportadora
aérea aconteceu a 25 de Janeiro de 2010, quando um Boeing 737-800 caiu no mar
Mediterrâneo, pouco tempo depois de ter iniciado a ligação entre Beirute e Adis
Abeba. Nesse acidente morreram 90 pessoas. ANG/Lusa/Inforpress
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