RCA/Contestação à reeleição do presidente cessante
Bissau, 07 Jan 21 (ANG) - Na
República Centro Africana(RCA) dez candidatos da oposição pediram terça-feira a anulação da reeleição do
presidente Faustin Archange Touadéra num escrutínio que consideram como estando
desacreditado.
No entanto, Vladimir
Monteiro, porta-voz da MINUSCA, força da ONU na RCA, apela a que a contestação
siga os trâmites legais aguardando-se a proclamação definitiva do Tribunal
Constitucional o mais tardar até dia 19.
O Tribunal Constitucional tem até 19 do corrente para
confirmar a reeleição do presidente cessante.
Touadéra teria vencido com quase 54% dos votos,
segundo resultados avançados na segunda-feira.
Só um em dois eleitores conseguiu votar a 27 de
Dezembro com uma guerra civil a ameaçar o escrutínio, em plena ofensiva
rebelde.
Ainda assim as autoridades alegam que a taxa de
participação se situou em mais de 76%.
Não obstante admitirem que em quase metade das mesas
de voto a votação não se pode realizar ou, então, com os boletins de voto a
terem sido destruídos.
São, pois, dez candidatos descontentes, num movimento
liderado pelos ex primeiros-ministros Anicet Georges Dologuélé e Martin Ziguélé,
estes classificados supostamente, em segunda e terceira posição, no pleito.
Todos eles denunciam muitas irregularidades, alegando
que o escrutínio não teria sido conforme aos padrões internacionais. e que
teria deixado de lado 51% dos eleitores.
Os observadores internacionais tinham elogiado, porém,
a mobilização dos eleitores.
Facto realçado também por Vladimir Monteiro, porta-voz da MINUSCA, tropas da ONU na RCA, num
comunicado emitido na segunda-feira por parte de observadores internacionais
presentes no terreno.
Disse que nma declaração conjunta das Nações Unidas com a
União Africana, Comunidade Económica dos Estados da África central e da União
Europeia (que) fez uma série de apelos, dizem tomar nota
dos resultados provisórios... e que os
actores políticos deverão respeitar as decisões do Tribunal
Constuticional, o mais tardar até dia 19.
Comentando o facto de porventura um em cada dois
eleitores ter ficado arredado do escrutínio Vladimir Monteiro alegou terem sido
constatados essas situações de violência.
"Nós constatámos essas violências (...), a nossa
posição é de que os resultados serão proclamados de forma definitiva pelo
Tribunal e que há vias legais para apresentar todas as queixas e tentar obter a
solução dos problemas", disse.
O porta-voz da MINUSCA
admite que a violência pontuou o escrutínio nalgumas áreas e que
continuam a circular boatos sobre ataques armados à capital.
"Houve uma série de ataques, inclusive com mortes de
civis, com mortes de elementos das forças armadas centro-africanas, com a morte
de três capacetes azuis, por conseguinte não houve eleições... Mas houve também
zonas em que, apesar dessas violências a população foi votar, e outras partes
onde conseguiu votar.
A situação em termos de segurança continua tensa (...) os grupos armados estão, sobretudo, na parte Oeste (...), há muitos rumores de ataques contra a capital, um deles com pânico geral. Até agora temos conseguido fazer frente a essa aliança entre grupos armados e o antigo presidente François Bozizé",disse Monteiro. ANG/RFI
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