Finanças
pública /FMI garante apoio à
Guiné-Bissau na mobilização de fundos concessionais
Bissau, 14 Dez (ANG)
– O Chefe da Missão do Fundo Monitário Internacional (FMI), garantiu que o
corpo técnico da organização continuará
a apoiar os esforços das autoridades nacionais junto de outros parceiros
internacionais na mobilização de
financiamento concessional e de donativos, assim como o programa de reformas
inclusive através da disponibilização da adequada capacitação.
José Gijon deu essa
garantia segunda-feira numa conferência conjunta com o ministro das Finanças,
após concluir a 2ª avaliação do programa de referência que decorreu de 30 de
novembro a 13 de dezembro de 2021, visando assim avaliar os esforços em curso
no sentido de se alcançar um acordo sobre uma Linha de Crédito Ampliada, em 2022.
“O corpo técnico do FMI apoia a decisão das
autoridades de utilizar a afetação à Guiné-Bissau de DES 27,2 milhões (cerca de
USS 38,4 milhões) para reembolsar antecipadamente a onerosa dívida externa e
para a despesa relacionada com a Covid-19, incluindo a vacinação e melhoria de
serviço de saúde”, adiantou Gijon.
De acordo com Gijon,
a consolidação macro-orçamental contribuirá para evitar atrasos e conter o
nível da dívida pública que está acima do limite(70 por cento do PIB) definido
no Pacto de Convergência da UEMOA, assim como para criar espaço para despesa em
áreas prioritárias e pró-crescimento, nomeadamente, saúde, educação e
infra-estrutura.
Segundo Gijon o êxito
do programa do FMI depende também de uma série de reformas cujo objetivo é
aumentar a transparência, responsabilização, e eficiência das finanças
públicas, o que inclui, conclusão e publicação de uma auditoria independente às
despesas de Covid-19, no contexto das salvaguardas em matéria de governação a
que se comprometeram os membros do FMI que receberam financiamento de
emergência, como Linha de Crédito Rápido no qual a Guiné-Bissau beneficiou em
janeiro de 2021.
“As autoridades estão
também a formular alterações ao quadro jurídico da contratação pública para
assegurar a recolha e publicação dos nomes dos adjudicitários e correlata
informação sobre beneficiários efetivos, assim como relatórios ex-post sobre a
avaliação da entrega de bens e serviços”, referiu.
Jose Gijon
acrescentou que as autoridades estão a
preparar uma reforma do regime de Declaração de Bens para combater a corrupção,
e outra reforma crítica em sede de governação das finanças públicas que
consiste no estabelecimento de uma Conta Única do Tesouro.
Disse ainda que o
Orçamento Geral do Estado para 2022 aprovado pela Assembleia Nacional Popular
no passado dia 9 do mês corrente é consistente com as medidas acordadas entre o
FMI e as autoridades nacionais, em ordem à consecução de objetivos-chave do
programa, sustentando que essas medidas pretendem reduzir o défice orçamental previsto
para cerca de 4,2% do PIB, em 2022.
O chefe da Missão do
FMI salientou que a estratégia orçamental pretende reduzir o nível de alguma
despesa corrente incluindo com a massa salarial e serviço da dívida, assim como
reforçar o produto fiscal, no qual estão incluidos os impostos
recém-introduzidos, nomeadamente, o imposto sobre telecomunicações e ainda
através da digitalização da cobrança de impostos.
Questionado se o FMI
congratulou com o orçamento que está a ser contestado pelo sindicato defensor
dos trabalhadores do país e que prometeram ondas de paralizações para o próximo
ano sobretudo no setor de saúde e educação, Jose Gijon disse que a sua organização e o governo fazeram um orçamento equilibrado que
assegura o pagamento do salário, os juros das dívidas e que prmite que se faça investimento no país.
Gijon disse esperar
que com o engajamento do FMI e outros parceiros haja mais capacidade de fazer
mais coisas no próximo ano, reafirmando que a política orçamental é adequada
para assegurar o equilíbrio do país. ANG/DMG/LPG//SG
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