UNESCO /Prato senegalês “Thiébou dieune” aprovado
como património cultural imaterial da humanidade
Bissau, 17 Dez 21(ANG) - A Unesco aprovou também o Thiébou dieune, prato
nacional senegalês, a moutya, dança dos africanos escravizados que foram
levados para as ilhas Seychelles, assim como a tbourida, arte equestre
marroquina, baseada numa tradição guerreira, depois de ter incluído a rumba
congolesa na lista do património cultural imaterial da humanidade,.
Cenouras, beringelas,
couve branca, cebolas, alho, peixe, batata doce, nabos, pimento e arroz,
eis os ingredientes que fazem parte do Thiébou dieune, prato nacional
senegalês, que a partir de 15 de Dezembro de 2021 faz parte da culinária da
humanidade, segundo os critérios do departamento do património cultural
imaterial da UNESCO.
O dossier apresentado
à UNESCO pelo ministério da Cultura do Senegal, em Outubro de 2020,
especifica que a receita do Thiébou dieune se transmite de mãe para filha
ou filho e varia de região para região.
De acordo com a
tradição, o prato do Senegal pode ser comido com as mãos ou com os talheres
tradicionais. Em wolof, língua nacional senegalesa, o prato é pronunciado Ceebu
Jën.
A história reza
que o Thiébou dieune foi criado pela senegalesa Penda Mbaye. Nigerinos e
ganeses reivindicam parte da paternidade do prato, mas o debate foi encerrado
pela UNESCO, que se baseou nas investigações do Senegal.
Fatima Niang e Alpha Amadou Sy, escreveram
o livro " Ceebu Jën um património muito senegalês", tradução
livre de "Le Ceebu jën, un patrimoine bien sénégalais".
Moutya, um estilo de dança, criado pelos
africanos escravizados nas ilhas Seychelles, também foi incluída na lista
do património cultural imaterial da UNESCO.
A dança chegou ao arquipélago do Oceano
Indico, com os africanos escravizados levados por colonos franceses, no século
XVIII.
A Moutya, era inicialmente dançada à volta de
uma fogueira, em plena floresta, na calada da noite. A dança expressava uma
forma de resistência dos africanos à escravidão e permitia-lhes partilhar o
sofrimento e cantar sobre as suas dificuldades.Ela é acompanhada por
percussões, triângulos de metal, panelas e outros utensílios.
No decurso da mesma dançarinas e
dançarinos balanceiam os seus quadris e batem com os pés no chão.
A tbourida, arte equestre marroquina,
baseada numa velha tradição guerreira berbere, foi também incluída a 15
de Dezembro de 2021, no património cultural imaterial da UNESCO.
Bastante popular nas zonas rurais de
Marrocos, a tbourida é uma carga de cavalaria que termina por um tiro
sincronizado de mosquetes.
O espectáculo está associado às
festividades do reino de Marrocos.
Segundo fontes históricas, a tbourida data do
século XVI. ANG/RFI
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