Assalto
a Rádio Capital FM/Sinjotecs
diz que o ato revela falta de segurança para profissionais da midia na
Guiné-Bissau
Bissau, 08 Fev 22 (ANG) – O
Presidente do Sindicato Nacional dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação
Social (Sinjotecs),considerou hoje o ataque a Rádio Capital por homens armados de
um ato “macabro”, que revela a falta de segurança em que os profissionais da
mídia exercem as suas actividades.
Indira Correia Balde reagia
numa conferência de imprensa ao sucedido e disse que o país está perante uma
ameaça clara do exercício do jornalismo livre e independente, e que está em
curso uma campanha contra a liberdade de imprensa e de expressão, que o sinjotecs repúdia.
“Por isso, estamos aqui a
pedir de viva voz a Comunidade Internacional que dê a cara e que contiue a
acompanhar a Guiné-Bissau e sobretudo os profissionais da midia porque um dia podem ser selenciados, e isso é muito triste e
perigoso, uma vez que vivemos num país democrático e a base da democrácia em
qualquer Nação é a voz da sua população que usa os orgãos da comunicação social
para expressar”,disse.
Baldé disse que o acto de
segunda-feira aconteceu com a Rádio
Capital mas que amanhã pode acontecer com qualquer outro orgão, pelo que urge
declarar um “basta” para acontecimentos de género.
Aquela responsável defendeu que os profissionais das midias não podem
continuar a ser sacrificados só pelo facto de estarem nesta profissão, por isso
é necessário segurança e protecção à todos e aconselha à quem se sentir incomodado com o trabalho dos jornalistas que vá aos tribunais, tal como
acontece no mundo civilizado.
Correia Baldé disse lamentar
com estranheza a reação do Estado através do Ministério do Interior que considera
o ocorrido de um “ato isolado”.
“Acto isolado à luz do dia
com armas do Estado”, disse tendo pedido uma investigação séria e que, desta
vez, chegue ao fim, e que responsabiliza os culpados pelo incidente.
A Presidente da Associação
das Mulheres Profissionais da Comunicação Social (Amprocs), considerou o ato de
“bárbaro”.
Paula Silva de Melo declarou
que a organização que dirige lamenta profundamente o acontecido e manifesta
solidariedade aos funcionários da
referida Rádio, particularmente aos feridos.
A Amprocs apela as
autoridades competentes no sentido de encontrarem e traduzir a justiça os
responsáveis desse “ato inadmissível num Estado de Direito e Democrático”.
Apela ainda as autoridades
a assumirem as suas responsabilidades de garantir protecção e segurança da
população em geral e neste caso especifico aos jornalistas, sobretudo durante o
exercicio de sua profissão.
Sustenta que o direito à informação e a liberdade de
expressão estão consagrados na Constituição da República da Guiné-Bissau.
O ataque de segunda-feira à
Radio Capital foi a segunda contra esta estação privada de comunicação social
tendo deixado 5 feridos entre os quais um em estado considerado crítico, para
além da destruição dos equipamentos desta estação emissora.ANG/MSC/ÂC//SG
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