quinta-feira, 25 de agosto de 2022

    Angola/ MPLA segue na frente com 52% enquanto UNITA venceu em Luanda

Bissau, 25 Ago 22 (ANG) -  Os primeiros resultados provisórios das eleições gerais em Angola desta quarta-feira apontam para a vitória do MPLA, que governa o país desde a independência em 1975.

Os primeiros dados foram revelados durante a noite passada por Lucas Quilundo, porta-voz da Comissão nacional eleitoral.

Na altura dos primeiros resultados das eleições gerais de Angola, o MPLA tinha 60,65%, seguindo-se a UNITA com 33,85%.

Entretanto os resultados foram actualizados as 15H57 e o  MPLA mantém vantagem com 52,08% das votações, seguido da UNITA com 42,98%, quando foram escrutinados 86,41% dos votos das eleições gerais.

O MPLA, por intermédio do seu vice-presidente do grupo parlamentar, João Pinto, em declarações à agência Lusa, remete qualquer diferendo eleitoral para os tribunais e, num recado à oposição angolana, refere que "não basta querer alternância, é preciso transmitir confiança":

Devemos todos esperar os resultados definitivos da CNE e a litigância ou o litígio faz-se nos tribunais. Vamos aguardar serenamente os resultados, como já tem sido tradição em Angola. Num Estado de Direito democrático, as instituições que divulgam os resultados eleitorais são as instituições constitucionalmente competentes. Não basta querer que haja alternância. É preciso transmitir confiança. Esse é o grande problema da nossa oposição, sobretudo da UNITA. Não tem a cultura de aceitar em primeira mão os resultados, ainda que provisórios, e felicitar quem venceu. Usa sempre uma narrativa de vitimização, com excesso de entusiasmo, sem ter em conta que os resultados eleitorais não dependem apenas da vontade de quem concorre, frisou João Pinto.

A UNITA, por intermédio de Abel Chivukuvuku, número dois da lista do partido do galo negro, primeiro movimento da oposição, alega estar na dianteira quanto ao apuramento dos dados das eleições realçando a sua suposta vitória em Luanda e na esmagadora maioria dos círculos eleitorais na diáspora.

Os nossos centros de escrutínio dão claros indicadores provisórios de uma tendência de vitória da UNITA em todo o país, todas as províncias do nosso país. Um dos factos mais preponderantes é que na cidade de Luanda e na Província de Luanda, só no município de Quiçama é que o partido no poder tem vantagem, enquanto em todos os outros municípios a UNITA tem claramente vantagem eleitoral. Também outro indicador é de que na diáspora, em todos os países onde foi executado o voto dos angolanos residentes no estrangeiro, só em Berlim na Alemanha e Joanesburgo na África do Sul é onde o partido no poder teve vantagem. Mas em todos os outros círculos eleitorais dos vários países a UNITA teve claramente vantagem. Somos todos angolanos, somos todos atores da história de Angola, temos todos interesse que tudo corra bem, realçou Abel Chivukuvuku.

De notar que, com 77,12% dos votos apurados na Província de Luanda, a UNITA lidera com 62,93% dos votos e o MPLA segue em segunda posição com 33,06%, anunciou a CNE.

Na Huíla, segunda província mais populosa, é o MPLA que domina com 67,51% dos votos, enquanto a UNITA não ultrapassa 30%, com mais de 88% dos resultados apurados.ANG/RFI

 

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