Chade/ Comunidade Internacional
reage positivamente a acordo de paz
Bissau, 10 Ago 22 (ANG) - As reacções ao acordo de paz
assinado na segunda-feira em Doha, no Catar, entre a junta militar e mais de 40 facções rebeldes, começam a
chegar ao Chade.
O texto, que prevê eleições e um diálogo
inclusivo foi amplamente saudado internacionalmente.
"Este é um momento chave para o
povo chadiano", foram as palavras escolhidas pelo Secretário-Geral das
Nações Unidas, António Guterres, para felicitar o acordo de paz assinado ontem
(8) em Doha, no Catar, entre o presidente da transição Mahamat Idriss Déby e
mais de 40 facções rebeldes. O representante acrescentou que o diálogo nacional
deve ser "inclusivo" para que se obtenha sucesso.
O chefe da Comissão da União Africana,
Moussa Faki Mahamat, disse que ambos os lados manteriam as suas promessas como
"critério crucial" para construir confiança com o povo chadiano.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do
Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, disse que o acordo visava
estabelecer "uma paz que substitua os problemas e conflitos que o país
conhece há muitos e longos anos".
Não obstante,
nem todas as forças rebeldes aceitaram ratificar este documento.
O presidente Mahamat Idriss Déby
prometeu um diálogo nacional a ser realizado na capital N'Djamena a 20 de
Agosto, e eleições nos próximos meses. Porém, a discórdia de alguns grupos
acabou por fracturar a mediação.
Quatro facções se recusaram a assinar
este acordo, nomeadamente a Frente pela Alternância e Concórdia no Chade
(FACT), responsável pela ofensiva que provocou a morte do ex-presidente e pai
do acutal presidente, Idriss Déby Itno, em Abril de 2021.
Momentos antes da reunião com todas as
facções e o governo de transição em Doha, no Catar, os quatro grupos disseram
que só participariam do acordo, se o presidente interino Mahamat Idriss Déby
admitisse publicamente que não seria candidato às eleições.
O líder rebateu dizendo que estes assuntos
devem ser discutidos durante o diálogo nacional, enquanto o chefe da diplomacia
da junta militar, Mahamat Zene Cherif insistiu que todos os grupos
deveriam participar.
Quarenta e três dos 47 grupos que
permaneceram no final da mediação assinaram o acordo para dar início ao
processo de paz e estabilidade nacional.
O acordo também prevê um cessar-fogo
imediato e uma lei de amnistia para os rebeldes condenados. Todas as
partes concordariam desde já em avançar com o desarmamento, desmobilização
e reinserção na vida pública.
Teoricamente, este acordo de paz deveria
desbloquear o impasse político que já dura há cinco meses. ANG/RFI
Sem comentários:
Enviar um comentário