Angola/ Líderes do sindicato de professores recebe ameaças de morte
Bissau, 11 Abr 23 (ANG) - Os líderes do Sindicato dos
Professores do Ensino Superior (SINPES) e os seus familiares têm sido
alvo de ameaças de morte. Esta segunda-feira, 10 de Abril,
a casa do secretário-geral do SINPES, Eduardo Peres Alberto, foi
vandalizada por desconhecidos.
"Estávamos a trabalhar num piquete,
em conformidade à lei da greve angolana, quando recebi o telefonema da minha
filha a informar-me que ouviu um barulho estranho num dos quartos. Quando foram
ver o que tinha acontecido aperceberam-se que tinha sido quebrado o vidro do
quarto. De seguida, a minha filha recebeu uma mensagem que dizia 'viram o susto
que apanharam, da próxima vez vão morrer", descreve o secretário-geral do SINPES.
Eduardo Peres Alberto deslocou-se até à
esquadra, "os investigadores deslocaram-se a casa e constataram os
factos. As nossas vidas correm perigo", afirma.
As ameaças dirigidas aos dirigentes
sindicais chegam através de mensagens telefónicas desde o passado dia 28 de
Março. Nesse dia, "apresentámos denúncia na
3ª Esquadra - Vila Alice, onde o processo é o 207. Não podemos
compreender por que razão, com os números de telefone, a polícia não chega aos
autores", questiona Eduardo Peres Alberto.
Os assaltantes exigem o levantamento da
greve. "Exigem de mim, enquanto secretário-geral, o levantamento da greve,
mas a greve não depende de mim", defende.
Eduardo Peres Alberto esclareceu, ainda,
não haver estudantes a protestar contra a greve, "o que se sabe é
que o movimento dos estudantes angolanos vai protestar contra o silêncio do
governo porque o sindicato defende a melhoria da qualidade do ensino superior
em Angola."
O Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior está em greve há mais de um mês e por tempo indeterminado. O SINPES exige salários condignos e seguro de saúde, reivindicações que têm merecido "um silêncio por parte do governo angolano", aponta o secretário-geral do sindicato. ANG/RFI
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