França/Estudo revela avanço promissor no diagnóstico da doença de Parkinson
Bissau, 13 Abr 23 (ANG) - A acumulação de uma proteína no cérebro está ligada a algumas formas da doença de Parkinson, confirma um estudo hoje divulgado, abrindo potencialmente caminho para um diagnóstico precoce desta patologia.
A elevada presença a
proteína alfa-sinucleína no líquido cefalorraquidiano, que banha o cérebro, é
de “uma grande precisão (para identificar) as formas típicas da doença de
Parkinson", resume o estudo liderado pelo neurologista americano Andrew
Siderowf que foi publicado na Lancet Neurology.
A doença de Parkinson é,
juntamente com a de Alzheimer, uma das principais patologias que afetam o
cérebro. No entanto, ainda é largamente desconhecido o que causa esta doença
insidiosa, na qual os doentes perdem gradualmente a capacidade de se moverem,
refere a agência de notícias France-Presse (AFP).
No entanto, são
conhecidos vários fatores associados à doença. Entre estes, sabe-se há vários
anos que os doentes têm frequentemente agregados da proteína alfa-sinucleína.
O estudo da Lancet
Neurology, que tem a vantagem de ser o primeiro do género realizado em centenas
de doentes, confirma que, testando a presença elevada desta proteína, a doença
pode ser amplamente identificada.
No entanto, os
resultados são desigualmente precisos. Em doentes com uma mutação genética -
denominada LRRK2 - associada a certas formas de Parkinson, a presença de
agregados é menos sistemática.
Em particular, é
necessário determinar se a técnica funciona tão bem com testes sanguíneos, que
são muito mais fáceis de realizar do que os testes ao líquido
cefalorraquidiano.
Mas este estudo
"lança as bases para um diagnóstico biológico da doença de
Parkinson", segundo as neurologistas Daniela Berg e Christine Klein, que
não estiveram envolvidas no estudo, num comentário também publicado na Lancet
Neurology.
Na sua opinião, está
agora provado que o papel da alfa-sinucleína “é um agente de mudança no
diagnóstico, investigação e ensaios clínicos da doença de Parkinson".
As investigadoras
consideram particularmente interessante que os autores do estudo também tenham
medido a presença de uma alta concentração a-sinucleína em doentes que
apresentam sinais precoces da doença de Parkinson, incluindo um olfato
enfraquecido, embora a doença ainda não tenha sido diagnosticada.
ANG/Lusa
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