Rússia/Kremlin promete “contramedidas” após adesão da Finlândia à NATO
Bissau, 04 Abr 23 (ANG) – O Kremlin prometeu hoje tomar “contramedidas” após a adesão da Finlândia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), considerando o alargamento da Aliança Atlântica como “um atentado à segurança” da Rússia.
“É um novo agravamento
da situação. O alargamento da NATO é um atentado à nossa segurança e aos nossos
interesses nacionais”, afirmou o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov,
em declarações aos jornalistas.
“Isso obriga-nos a tomar
contramedidas”, acrescentou Peskov, sem adiantar pormenores.
A adesão oficial da
Finlândia à NATO, que se torna o 31.º Estado membro da organização, ocorre hoje
em Bruxelas numa reunião dos chefes da diplomacia da Aliança Atlântica, entre
eles o ministro português João Gomes Cravinho, em que será, paralelamente,
discutido o apoio conjunto à Ucrânia.
Na segunda-feira, o
secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, indicou que os Estados-membros vão
discutir no encontro maneiras de fazer com que no futuro a Ucrânia seja um país
mais autónomo na Defesa, agora que houve “uma transição” do armamento
utilizado, numa referência ao material bélico enviado pelo Ocidente, que
substituiu o do tempo da União Soviética.
No mesmo dia,
Stoltenberg considerou que a nova adesão vai ser “um bom dia” para a aliança,
uma vez que a Finlândia vai 'fechar' um dos flancos da Rússia, com quem partilha
uma longa fronteira.
A Finlândia é um país
que tem 1.340 quilómetros de linha de fronteira com a Rússia. Reúne um dos mais
poderosos arsenais de peças de artilharia da Europa Ocidental.
Ao juntar-se à Aliança
Atlântica em resposta à invasão russa na Ucrânia, a Finlândia deixa para trás a
sua neutralidade militar.
Ao contrário da maioria
dos países, Helsínquia continuou a investir na Defesa depois do período da
Guerra Fria (1947 a 1991) e Stoltenberg fez questão de referir tal facto,
repetindo que o Kremlin “queria menos NATO, mas vai ter, precisamente, o
oposto”.
Ainda a aguardar a
entrada na NATO fica a Suécia, que pediu formalmente a adesão em simultâneo com
a Finlândia, processo que se mantém pendente da ratificação parlamentar pela
Turquia e Hungria.
A ofensiva militar russa
no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a
Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda
Guerra Mundial (1939-1945). ANG/Lusa
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