terça-feira, 16 de maio de 2023

Reino Unido/África subsaariana fez progressos notáveis contra pena de morte em 2022, diz AI

Bissau,16 Mai 23 (ANG) - A África subsariana fez progressos notáveis contra a pena de morte em 2022, com a diminuição substancial de execuções e de condenações e quatro países da região a abolirem-na, parcial ou totalmente, destacou a Amnistia Internacional (AI) num relatório anual.

O número de execuções da pena de morte registadas na região baixou 67%, passando de 33 em 2021 para 11 em 2022, segundo o relatório anual da organização Amnistia Internacional hoje divulgado.

Apenas dois Estados da região Somália e Sudão do Sul, o número mais baixo de países registado pela organização não-governamental (ONG) na região desde 2017, executaram penas de morte em 2022.

Assim, as execuções diminuíram acentuadamente comparando com o ano anterior: de 21 para seis na Somália, e de nove para cinco no Sudão do Sul.

Também o número de condenações à morte registadas diminuiu, passando de 373 em 2021 para 298 em 2022, no total desta região do continente africano, e estas foram decretadas em 16 países, menos três do que em 2021.

A queda de 20% nas sentenças de morte deveu-se a "reduções notáveis" em comparação com o ano anterior na República Democrática do Congo (de 81 para 76), Mali (de 48 para oito), Somália (27 para 10), Sudão do Sul (de 10 para quatro) e Sudão (de sete para uma) com destaque para a Serra Leoa (de 23 para nenhuma) já que o país aboliu totalmente esta pena em 2022.

Apesar destas reduções, dois países da África subsaariana registaram um aumento significativo no número de condenações à morte em 2022 face a 2021: o Quénia (de 14 para 79) e a Nigéria (de 56 para 77).

"Pelo menos 6.168 pessoas estavam no corredor da morte na África subsaariana no final do ano, 51% (3.167) das quais na Nigéria", sublinha ainda a ONG de defesa dos direitos humanos.

Em 2022, além da Serra Leoa, a República Centro-Africana (RCA) aboliu a pena de morte para todos os crimes, enquanto a Guiné Equatorial e a Zâmbia a aboliram apenas para crimes comuns, mantendo-a para delitos cometidas no âmbito do direito militar.

A diminuição substancial de execuções e de condenações na região não foi seguida noutras regiões do mundo, já que "o número das execuções (883), registadas em 2022 foi o mais elevado desde 2017", ano em que foram executadas 993 penas de morte, refere a Amnistia Internacional no seu relatório.

O aumento acentuado das execuções conhecidas em todo o mundo em 2022 deveu-se principalmente à progressão verificada na região do Médio Oriente e Norte de África.

Mas a AI sublinha que não estão incluídos nos números do seu relatório anual os "milhares de execuções que se acredita terem sido realizadas na China", onde a organização de direitos humanos não têm acesso a dados. ANG/Angop

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