Pequim/China vai manter “firme apoio” à
Rússia nas questões “fundamentais” – Xi Jinping
Bissau,
24 Mai 23 (ANG) – O Presidente chinês, Xi Jinping, disse hoje que a
China está disposta a “manter um firme apoio mútuo à Rússia” em questões
relacionadas com os “interesses fundamentais” dos dois países, num encontro com
o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin.
“A
China está pronta para continuar a oferecer um firme apoio mútuo à Rússia em
questões que dizem respeito aos respetivos interesses fundamentais dos dois
países”, disse Xi, de acordo com um comunicado emitido pelo Ministério dos
Negócios Estrangeiros chinês.
Xi
Jinping apelou ainda a Moscovo para que “continue a enriquecer a parceria
estratégica que une os dois países” e a “fazer com que a cooperação atinja
patamares mais elevados em vários domínios”.
“Também
devemos fortalecer a nossa cooperação em várias áreas através das Nações
Unidas, dos BRICS [bloco que integra cinco economias emergentes - Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul], da Organização de Cooperação de Xangai
ou do G20 [as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia]”,
acrescentou o líder chinês.
Xi apontou
que ambas as partes devem “melhorar o nível de cooperação nas áreas do comércio
e investimento” e “ampliar a cooperação nos setores da energia e
conectividade", bem como “criar novos pontos de crescimento”.
O
governante chinês também afirmou que pretende “continuar a fortalecer os
intercâmbios culturais” e garantiu que "a China procura trabalhar com a
Rússia e os países da União Económica da Eurásia para promover um mercado
regional mais aberto e garantir o funcionamento das cadeias de fornecimento”.
Mishustin
indicou, por sua vez, que Moscovo quer “aplicar vigorosamente o importante
consenso alcançado pelos chefes de Estado de ambos os países” e “realizar
reuniões mais regulares, visando avançar a cooperação num nível prático”.
“A
Rússia está disposta a trabalhar com a China para promover relações
internacionais multipolares e consolidar uma ordem internacional baseada no
Direito Internacional", disse o primeiro-ministro russo, de acordo com o
comunicado da diplomacia chinesa.
Mishustin
é o representante russo de mais alto escalão a visitar a China desde o início
da invasão da Ucrânia, assunto que não é mencionado na nota oficial da
diplomacia chinesa.
A
China afirmou ser neutra no conflito na Ucrânia e que quer desempenhar o papel
de mediador, mas mantém uma relação "sem limites" com a Rússia e
culpou o alargamento da NATO pelo conflito.
As
trocas comerciais entre a China e a Rússia aumentaram 34,3% no ano passado,
permitindo a Moscovo atenuar os efeitos das sanções impostas pelo Ocidente na
sequência da ofensiva militar russa no território ucraniano.
Pequim
divulgou um plano de paz em fevereiro passado que foi amplamente rejeitado
pelos aliados da Ucrânia, que insistem que as forças russas devem primeiro
retirar-se do território ucraniano.
Apenas
uma semana antes do início da guerra na Ucrânia, Xi Jinping e o homólogo russo,
Vladimir Putin, declararam, em Pequim, uma amizade “sem limites”.
A
ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do
ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança
mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). ANG/Lusa
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