França/ Autoridades mobilizam-se depois da passagem de Chido em Mayotte
Bissau, 16 Dez 24 (ANG) – quarenta e oito horas depois de o ciclone tropical Chido ter
atingido o arquipélago de Mayotte, chegou o momento da reconstrução e do
balanço.
As autoridades francesas têm agora de actuar o mais rapidamente possível para resgatar os sobreviventes dos escombros das milhares de casas que foram destruídas.
Enquanto o ministro do Interior demissionário, Bruno Retailleau,
e o ministro do Ultramar, François-Noël Buffet chegaram a Mayotte, as
autoridades do distrito mais pobre de França mobilizam-se com toda a urgência
para tentar salvar o maior número possível de sobreviventes, segundo o
presidente da Câmara de Mamoutzou, a capital do arquipélago, Ambdilwahedou
Soumaila.
“Naturalmente, esperamos encontrar pessoas, mesmo que estejam
soterradas, mas que possam ainda estar vivas. É nisso que estamos a trabalhar,
em todo o caso.
Em declarações ao canal de televisão francês BFMTV, o chefe da
polícia de Mayotte disse que “o
número de mortos será difícil de estabelecer devido à tradição muçulmana, que é
muito forte em Mayotte, para que os corpos sejam enterrados nas 24 horas
seguintes à morte”.
Perante a dimensão dos estragos, Ambdilwahedou Soumaila
está a fazer tudo o que está ao seu alcance para levar ajuda às vítimas, que se
deparam com a falta de alimentos e ainda não têm acesso à água canalizada. A
electricidade está a regressar gradualmente nesse território
francês.
“Estamos realmente numa zona de guerra. Temos bairros que foram
completamente arrasados, por isso não há tempo para sentirmos pena de nós
próprios. Pelo menos não para os responsáveis. Estamos a tentar mobilizar-nos
para prestar assistência e ajuda a todas as pessoas que foram afectadas. Porque
muitos, muitos, muitos dos nossos concidadãos estão hoje afectados, não têm
teto, não têm água, não têm comida”.
O hospital de Mamoutzou sofreu graves danos e muitos dos centros
médicos do arquipélago já não estão a funcionar. O Governo francês tenciona
instalar um hospital de campanha.Foi criada uma ponte aérea entre a ilha da
Reunião, também no Oceano Índico, e o arquipélago de Mayotte, para permitir o
transporte de abastecimentos e de 800 elementos das forças de segurança civil.
O Presidente francês Emmanuel Macron vai realizar uma reunião de
crise ainda hoje, uma vez que as autoridades temem centenas, se não milhares,
de mortes. ANG/RFI
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