Cultura/Geta acolhe 1ª Edição do Festival Cultural Manjaca da ilha
Bissau,
18 dez 24(ANG) – A Geta, no setor de
Caió, região de Cacheu, norte do país, vai acolher no próximo dia 28 do
corrente mês, a 1ª Edição do Festival Cultural Manjaca da ilha.
“Estou convencido de que esta 1ª Edição de
Festival Cultural de Geta terá um impacto grande no mundo, em particular no seio
da comunidade manjaca tendo em conta os preparativos que estão em curso”,
frisou.
Perguntado se a realização do referido festival irá
atrair as pessoas de origem manjaca no exterior à voltar para as suas
origens, Da Kosta respondeu que sim,
acrescentado que, à título de exemplo, gastam 15 mil francos CFA na deslocação de
cada elemento do grupo de dança tradicional Manjaca denominado de PSAP, para
ensaios em Geta sem contar com a alimentação.
“Com
a realização bem sucedida do festival, os filhos da etnia Manjaca no exterior,
com certeza vão começar a abraçar o
projeto de uma forma paulatina, porque, de facto, nesta primeira fase é difícil
agrupar o grosso número deles”, afirmou.
Questionado
sobre o que pretendem demonstrar ao mundo em termos culturais com o Festival de
Geta, Adelino da Kosta disse que a
referida ilha não existiu há 10, 20, 200 ou 300 anos, há muito mais tempo, mas que os seus habitantes mantiveram vivas e intactas as suas tradições, usos e costumes até a data presente.
Disse
que, por isso, a geração atual tem a obrigação de transmitir aos mais novos e
as gerações vindouras essa tradição.
“Por
isso, os diferentes grupos culturais estão a ensaiar as danças e peças teatrais
para transmitir mensagens aos mais novos sobre a convivência da sociedade
manjaca, suas tradições e costumes”, sublinhou.
Afirmou
que o mundo africano em particular o manjaco, não deve ser desvirtua- lizado
com , nomeadamente, novas tecnologias,
caso contrário perde-se as origens.
“Até
os nomes que temos atualmente não correspondem com as nossas origens. Por
exemplo, o meu nome oficial é Adelino da
Kosta, mas quando me chamam de Abuk-Ussak ai as pessoas naturais de Geta vão
perceber o significado dessa denominação puramente africana”, afirmou.
Kosta
sustentou que os africanos têm os seus nomes e vestuários originais, mas que
agora não usam devido a influência dos europeus. "Por isso, nas grandes cidades europeias torna-se difícil distinguir
um guineense dos restantes africanos”, disse.
“Vamos
fazer o festival para mostrar ao mundo que existe uma localidade chamada de Geta. Todas
as tabancas desta ilha estão mobilizadas e empenhadas nos ensaios para o dia 28
de Dezembro”, disse Adelino da Kosta. ANG/ÀC//SG
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