Finanças públicas/FMI aprova revisão do Programa da Guiné-Bissau e disponibiliza mais de sete milhões de dólares
Bissau, 18 Dez 24(ANG) - A direção do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou , terça-feira(17), a sétima revisão do Programa de Financiamento Ampliado da Guiné-Bissau, que prevê o desembolso de 7,1 milhões de dólares (correspondendo mais de quatro mil milhões de francos cfa),para as autoridades financeiras guineenses.
“O Conselho de Administração do FMI concluiu
hoje a sétima revisão do acordo do Programa de Financiamento Ampliado (ECF, na
sigla em inglês) para a Guiné-Bissau, permitindo um desembolso imediato de 5,43
milhões de Direitos Especiais de Saque (cerca de 7,1 milhões de dólares, ou 6,7
milhões de euros) para ajudar a satisfazer as necessidades de financiamento do
país”, lê-se no comunicado citado pela Lusa.
A decisão da
direção do FMI confirma a recomendação do corpo técnico, emitida em novembro,
alterando o número de objetivos alcançados ao abrigo do programa, que passam de
oito para nove, ou seja, a totalidade das metas acordadas.
“O desempenho do
programa foi forte em relação aos objetivos quantitativos e globalmente
satisfatório no que se refere às reformas estruturais, e os nove critérios de
desempenho quantitativos e os três objetivos de referência estruturais para o
final de junho de 2024 foram cumpridos”, aponta-se no comunicado, que elogia os
“progressos significativos no que respeita às reformas do setor da energia”.
No que toca às
previsões económicas, o FMI mantém a estimativa de um crescimento de 5% para
este ano, com uma inflação média de 4,2%, e antevê um défice orçamental de 5%,
que deverá melhorar para 3% de acordo com os planos do Governo.
No entanto,
salienta o FMI, as previsões estão sujeitas a “significativos riscos
descendentes”, entre os quais está a consolidação orçamental para evitar a
degradação da dívida pública.
“Atingir os
objetivos de consolidação orçamental para 2024 e 2025 é essencial para atingir
os objetivos do programa e reduzir as vulnerabilidades da dívida pública; em
particular, será importante manter os rigorosos controlos sobre os gastos com
os funcionários públicos e apertar os controlos sobre a despesa através do
comité de despesa para evitar derrapagens orçamentais”, salienta o FMI.
O Governo da
Guiné-Bissau “está a avançar nas reformas estruturais que são críticas para a
implementação do programa com sucesso”, reconhece o Fundo, notando, ainda
assim, que “são precisos mais esforços na governação e na transparência das
reformas, bem como na diversificação económica, que são críticas para
impulsionar o crescimento sustentável e inclusivo”.
O FMI aprovou,
em 30 de janeiro do ano passado, um programa de três anos para a
Guiné-Bissau, destinado a melhorar a sustentabilidade da dívida, melhorar a
governação e reduzir a corrupção, ao mesmo tempo que cria espaço orçamental
para o crescimento inclusivo, num total de 38,4 milhões de dólares (36,6
milhões de euros), que foi depois aumentado em 40% no final de novembro do ano
passado. ANG/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário