Brasil/”2025 Deverá ser o 2.º ou 3.º ano mais quente de que há registo", diz OMM
Bissau, 06 Nov 25 (ANG) - O ano de 2025 deverá ser o segundo ou terceiro ano mais quente de que há registo, anunciou hoje a Organização Meteorológica Mundial (OMM), numa conferência de imprensa na Cimeira do Clima de Belém, no Brasil.
"A sequência alarmante de temperaturas excecionais continuou em 2025, que deverá ser o segundo ou terceiro ano mais quente de que há registo" refere um comunicado da OMM sobre o relatório Estado do Clima Global 2025, apresentado hoje na cimeira de líderes que antecede a 30.ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), que irá decorrer em Belém, na amazónia brasileira, entre 10 e 21 de novembro.
Este ano, a temperatura média global junto à
superfície entre janeiro e agosto foi de 1,42 graus Celsius (°C), acima da
média pré-industrial (ponto de referência para a temperatura média global da
superfície da Terra), ligeiramente mais baixa que os 1,55ºC registados em 2024,
de acordo com o relatório da OMM.
As concentrações de
gases com efeito estufa e o calor armazenado nos oceanos, que atingiram níveis
recorde no ano passado, continuaram a aumentar em 2025, refere o comunicado da
OMM.
O ano de 2024
ultrapassou pela primeira vez o limite de 1,5°C acima do nível pré-industrial e
foi também o ano mais quente de que há registos, informou, em janeiro, o
serviço europeu de observação da Terra Copernicus.
O comunicado refere
ainda que a extensão do gelo marinho no Ártico foi a mais baixa de que há
registo, após o congelamento no inverno, sublinhando que a extensão do gelo
marinho na Antártida foi muito inferior à média durante todo o ano.
A secretária-geral
da OMM, Celeste Saulo, disse, citada no comunicado, que com o aumento das
temperaturas e dos níveis dos gases com efeito estufa "será praticamente
impossível limitar o aquecimento global a 1,5°C nos próximos anos".
O secretário-geral
das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou que cada ano acima de 1,5 ºC
"prejudicará as economias, aprofundará as desigualdades e causará danos
irreversíveis" no planeta, citado em comunicado.
Os últimos três
anos foram os mais quentes de que há registo, segundo o relatório, que refere
que o fenómeno oceanico-atmosférico 'El Niño' contribuiu para o aumento das
temperaturas globais durante 2023 e 2024.
O 'El Niño' é o
fenómeno natural e cíclico de aquecimento das águas superficiais no Oceano
Pacífico, afetando o clima regional e global e alterna com o 'La Niña',
associado ao arrefecimento do Pacífico.
O relatório revelou
também que o conteúdo de calor dos oceanos continuou a aumentar em 2025, acima
dos valores recorde de 2024.
As taxas de
aquecimento oceânico mostram um aumento particularmente acentuado nos últimos
20 anos, indicando a rapidez com que o sistema terrestre está a reter o excesso
de energia sob a forma de calor, segundo a OMM.
O aquecimento
oceânico leva a consequências como a degradação dos ecossistemas marinhos e a
intensificação das tempestades tropicais e subtropicais, acelerando a perda de
gelo marinho nas regiões polares e a subida do nível do mar.
Os últimos 11 anos
terão sido individualmente os 11 anos mais quentes em todo o registo de
observações de 176 anos, segundo o documento.ANG/Lusa

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