EUA/Administração Trump suspende pedidos de imigração de nacionais de 19 países
Bissau, 03 Dez 25 (ANG) - A Administração Trump suspendeu todos os pedidos de imigração provenientes de 19 países considerados de alto risco, dias após um tiroteio em Washington que envolveu um cidadão afegão, anunciou o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos.
A suspensão aplica-se a pessoas provenientes dos doze países cujos cidadãos já não tinham direito a entrar nos Estados Unidos desde junho e, agora, também a cidadãos de outros sete países afetados por restrições na emissão de vistos, segundo um memorando dos serviços de imigração consultado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Os pedidos de cartões verdes ('green
cards') dos cidadãos dos países em questão, bem como os pedidos de
naturalização, estão suspensos.
A lista inclui
alguns dos países mais pobres e instáveis do mundo.
Em junho passado, o
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou a proibição de entrada no
país a cidadãos do Afeganistão, Myanmar (antiga Birmânia), Chade, República do
Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irão, Líbia, Somália, Sudão e Iémen.
Os outros sete
países agora afetados são o Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo,
Turquemenistão e Venezuela.
A secretária da
Segurança Interna, Kristi Noem, indicou na segunda-feira à noite, na rede
social X, que recomendou a Trump "uma proibição total de entrada dos
cidadãos de cada país maldito que inundou a nação com assassinos, sanguessugas
e viciados em assistência social".
"Não os
queremos, nem um único deles", escreveu Noem.
Na terça-feira, o
Presidente norte-americano proferiu afirmações violentas contra a Somália,
afirmando que os migrantes do país africano não são bem-vindos aos Estados
Unidos.
"Não os quero
no nosso país", disse.
Desde o ataque em
Washington, em 26 de novembro, atribuído a um cidadão afegão, que custou a vida
a uma militar da Guarda Nacional e feriu gravemente outro soldado, a
Administração Trump congelou todas as decisões sobre a concessão de asilo nos
Estados Unidos.
Donald Trump fez da
luta contra a imigração ilegal uma prioridade absoluta, referindo-se
reiteradamente à "invasão" dos Estados Unidos por "criminosos
vindos do estrangeiro" e fazendo das expulsões de imigrantes uma das suas
principais marcas políticas.
Porém, o programa
da Casa Branca de expulsões em larga escala foi contrariado por várias decisões
judiciais, com base, nomeadamente, no argumento de que as pessoas visadas devem
poder fazer valer os seus direitos.
Esta terça-feira, a
Associação Nacional de Juízes de Imigração (NAIJ, na sigla em inglês) fez saber
que oito juízes responsáveis por questões de imigração em Nova Iorque foram
demitidos no dia anterior pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Os oito magistrados
atuavam no n.º 26 da Federal Plaza, em Manhattan, que abriga um tribunal
encarregado de analisar os casos de migrantes que tentam regularizar a situação
de permanência nos Estados Unidos.
Desde há meses,
agentes da polícia federal com rostos encobertos percorrem diariamente os
corredores daquele edifício e procedem à detenção de migrantes à saída de audiências,
sob o olhar da imprensa, também presente todos os dias.
Várias cenas de
confrontos com a polícia e famílias separadas deram a volta ao mundo, tornando
o n.º 26 da Federal Plaza um local emblemático do endurecimento da política da
Administração Trump em relação aos migrantes em situação irregular no país.ANG/Lusa

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