Moçambique/ Governo investiga desvio de antirretrovirais para criação de frangos
Bissau, 04 Dez 25 (ANG) - O Governo moçambicano confirmou hoje estar a investigar uma denúncia de uso de antirretrovirais para criação rápida de frangos na província de Tete, centro do país, admitindo persistir o desvio de fármacos das unidades hospitalares.
"Vamos trabalhar no assunto em duas componentes: Uma é da
saúde pública, por causa do frango que dizem que foi produzido com
antirretrovirais, e o segundo é o desvio de medicamentos no setor da
saúde", disse o ministro da Saúde, Ussene Isse, no parlamento, onde o
Governo responde a perguntas dos deputados no âmbito da proposta do Plano
Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) para 2026.
Na intervenção, o ministro confirmou que o Governo tomou
conhecimento do caso, um alegado caso do uso de antirretrovirais do Sistema
Nacional de Saúde para impulsionar o rápido crescimento de frangos na província
de Tete, após denúncias nas redes sociais.
O ministro da Saúde lembrou que a falta de fármacos nas unidades
sanitárias do país é uma consequência das manifestações pós-eleitotrais que
destruíram armazéns de medicamentos e outros materiais médicos, pedindo
paciência face à reposição.
"Ainda persistem problemas de roubo, de desvio de
medicamentos no nosso país e nós queremos pedir a vossa colaboração, porque
esta é uma das maiores fraquezas que temos, mas isso só podemos reduzir com o
vosso apoio, porque são representantes do povo, querem o bem ao povo, ajudem
com soluções", apelou o governante.
O Governo moçambicano admitiu antes um cenário financeiro
"substancialmente mais adverso" face ao previsto na proposta de
orçamento para 2026, cortando as previsões de crescimento para 1,6% este ano e
nas receitas esperadas no próximo.
No documento, a que a Lusa teve acesso, revendo a proposta
entregue em outubro ao parlamento, o Governo refere que "constatou-se a
necessidade de proceder a um ajuste em baixa da receita do Estado", no
montante global de 14,9 mil milhões de meticais (200,6 milhões de euros),
"o que por sua vez ditou o correspondente alinhamento a nível da despesa
pública".
A projeção da receita do Estado passa a ser 406.969,4 milhões de
meticais (5.481 milhões de euros) em 2026, equivalente a 24,9% do Produto
Interno Bruto (PIB), a despesa do Estado de 520.634,2 milhões de meticais
(7.012 milhões de euros), correspondente a 31,8% do PIB, enquanto o défice
orçamental mantém-se em 113.664,9 milhões de meticais (1.530 milhões de euros),
equivalente a 7% do PIB.ANG/Lusa

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