Portugal/CPLP encara cimeira no
sentido de sanar vacatura na presidência - PR são-tomense
Bissau, 02 Dez 25 (ANG) - o Presidente são-tomense, em
declarações segunda-feira à imprensa em
São Tomé, disse que a Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai encetar diligências para organizar uma
cimeira extraordinária no sentido de ultrapassar a vacatura na presidência da
organização cuja presidência rotativa tem sido assegurada desde Julho pela
Guiné-Bissau, onde militares tomaram o poder no passado dia 26 de Novembro.
Ao sublinhar acompanhar “com muita apreensão” e “bastante preocupação” a situação
na Guiné-Bissau, Carlos Vila Nova disse que “São Tomé e Príncipe condena e condenará sempre
toda a tentativa de subversão da ordem constitucional. Usurpar poderes por vias
das armas merece a nossa condenação e a manifestação expressa pelo povo nas
urnas deve ser respeitada por todos".
No aspecto institucional, ao confirmar ter mantido hoje “uma longa conversa” com
a secretária executiva da CPLP, Carlos Vila Nova informou que “tem havido diligências junto da CPLP” relativamente
à situação na Guiné-Bissau.
“Neste momento há uma situação de vacatura, e nos nossos estatutos não
se prevê vacatura. Nos próximos dias temos que abrir caminhos para uma série de
diligências por parte de todos os Estados-membros para ultrapassarmos esta
questão”, declarou o Presidente são-tomense.
Questionado pelos jornalistas sobre a eventualidade de São Tomé
e Príncipe retomar a presidência rotativa da organização devido à instabilidade
vigente na Guiné-Bissau, o chefe de Estado são-tomense admitiu que “é possível”, mas, recordou que “há uma sequência a seguir” e que “se calhar é melhor” trabalhar
numa transição e uma “solução
mais duradoura”.
Recorde-se que na passada quarta-feira 26 de Novembro, um grupo
de militares anunciou ter tomado o poder e destituído o Presidente Umaro
Sissoco Embaló que entretanto deixou o país.
Este episódio deu-se em vésperas do anúncio previsto dos
resultados das eleições gerais de 23 de Novembro de 2025 em que tanto o campo
do Presidente cessante como o campo de Fernando Dias, candidato apoiado pelo
PAI Terra Ranka e o PRS reclamavam a vitória.
Ao anunciar ter assumido o controlo do país, o Alto Comando
Militar disse igualmente que estava suspenso o processo eleitoral.
Durante aquele dia, foram detidos cinco magistrados do
Ministério Público e membros do secretariado da Comissão Nacional de Eleições
que entretanto, segundo a Ordem dos advogados foram soltos nesta segunda-feira.
Foram igualmente presos (e continuam detidos) três responsáveis políticos,
nomeadamente Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC.
Na quinta-feira, foi empossado o general Horta Inta-A como
Presidente de transição por um período de um ano, sendo que Ilídio Vieira Té,
antigo ministro de Embaló, foi indigitado como chefe do governo cuja composição
foi anunciada no fim-de-semana.
Estes acontecimentos foram condenados pela comunidade
internacional, nomeadamente pela União Africana e pela CEDEAO que suspenderam a
Guiné-Bissau, até ao restabelecimento da ordem constitucional. ANG/RFI

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