Rússia/Governo ameaça com "resposta forte" se Europa destacar militares para Kiev
Bissau, 10 Dez 25 (ANG) - O
ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, garantiu hoje que
"haverá uma resposta forte" a um eventual destacamento militar
europeu na Ucrânia ou ao uso de ativos russos para ajudar Kyiv na guerra.
A ideia de que Moscovo quer uma guerra com
a Europa "não nos passou pela cabeça, mas responderemos a qualquer ato
hostil", afirmou, sublinhando que isso "inclui o destacamento de
contingentes militares europeus na Ucrânia".
Também haverá uma resposta se "os
bens russos forem apreendidos", como alguns dirigentes europeus exigiram,
acrescentou o ministro russo durante uma intervenção feita no parlamento russo.
Lavrov criticou
"a mania" de acreditar que "os europeus estão acima de todas as
normas, tradições ou leis em vigor noutras partes do mundo", elogiando o
Presidente norte-americano, Donald Trump, por dizer que a União Europeia (UE)
enfrenta "uma profunda crise" e "caminha na direção
errada".
Para o ministro dos
Negócios Estrangeiros de Moscovo, "a UE não consegue aceitar o facto de
que a Rússia vai ganhar e alcançar os seus objetivos legítimos", pelo que,
defendeu, os líderes europeus "continuam a aderir a políticas fúteis de
apoio a Kyiv".
"A Europa
ficou cega pelo desejo de infligir uma derrota estratégica à Rússia. Não
conseguem imaginar uma situação em que tenham de aceitar a derrota",
sublinhou.
As críticas aos
líderes europeus foram contrapostas com elogios ao Presidente norte-americano,
a quem Lavrov louvou a disponibilidade para "dialogar e resolver o
conflito na Ucrânia por meios políticos e diplomáticos", destacando as
negociações entre os Estados Unidos e a Rússia realizadas na semana passada.
Segundo o chefe da
diplomacia russa, Donald Trump é "o único líder ocidental" que
"compreende as raízes da crise" na Ucrânia e a situação atual no
país.
"Imediatamente
após chegar à Casa Branca, Trump começou a mostrar sinais de que compreendia o
que estava a acontecer e as razões que tornam a guerra na Ucrânia
inevitável", disse Lavrov, referindo que isso sublinha "as ações
hostis" dos seus antecessores contra a Rússia.
"Os Estados
Unidos estão a demonstrar uma crescente impaciência, especialmente Trump, que,
como já disse, é o único que parece compreender. E esta história está a atingir
o seu clímax", afirmou, referindo que o Presidente norte-americano
"vê a necessidade de abordar as raízes deste problema".
Lavrov afirmou
ainda que Trump se revelou também como "o único líder ocidental que se
preocupa com os direitos humanos" em relação a esta questão e que quer
abordar a possibilidade de "garantir os direitos das minorias" na
Ucrânia.
O Kremlin tem
justificado a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, com a necessidade de
proteger as minorias russófonas naquele país, argumento que foi usado também
para explicar a anexação -- não reconhecida, das regiões de Donetsk, Luhansk,
Kherson e Zaporijia, em setembro de 2022.
Por outro lado,
Lavrov criticou também aquilo que chamou de "papel tendencioso" das
Nações Unidas em relação à Ucrânia, exigindo que "parem de 'ucranianizar'
tudo".
"As questões
políticas, de paz, humanitárias e de segurança no âmbito da ONU são mecanismos
de influência. Tudo isto está nas mãos dos ocidentais, que, infelizmente,
beneficiam com isso. Temos de começar a pensar no futuro da ONU",
concluiu. ANG/Lusa

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