quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

   EUA/Casa Branca vai escolher os jornalistas que seguem Donald Trump

Bissau, 27 Fev 25(ANG) - As relações entre a Presidência norte-americana e a imprensa continuam a degradar-se. Após ter proibido a agência Associated Press de estar presente nos eventos presidenciais restritos, a Casa Branca anunciou que vai escolher os jornalistas que vão seguir de perto o Presidente.

A mudança é radical e apaga o sistema existente, implementado há dezenas de anos, em que eram os próprios meios de comunicação a escolherem os jornalistas.

Essa mudança poderia ser prejudicial para a independência da imprensa, segundo certos meios de comunicação.

Acabou!”, foi com esta frase que a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, abordou as mudanças que iriam ocorrer num sistema estabelecido desde 1914.

O poder é devolvido ao povo”, atirou a porta-voz, afirmando que “centenas” de jornalistas deveriam ter esse privilégio de seguir o Presidente, admitindo que os meios de comunicação tradicionais ainda poderão participar nesses eventos.

A Casa Branca deseja colocar no grupo de jornalistas presentes, nos eventos do Presidente Donald Trump, meios de comunicação de opinião.

A Associação dos Correspondentes na Casa Branca - WHCA - não foi avisada pela Casa Branca e denunciou essa decisão num comunicado onde deixa explícito que “num país livre, os dirigentes não escolhem os meios de comunicação”.

Esta associação, até agora, escolhia os jornalistas, treze, que podiam estar no avião presidencial, ‘Air Force One’, e os que podiam estar presentes na sala de imprensa da Casa Branca.

Peter Baker, chefe dos correspondentes do ‘New York Timesna Casa Branca, declarou que essa decisão é muito semelhante à maneira como o Kremlin tomou o controlo da imprensa” na Rússia.

Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, respondeu a essa declaração, afirmando que o Presidente Donald Trump tinha falado com jornalistas na Sala Oval durante cerca de uma hora. No entanto essa reunião com jornalistas não correu tão bem visto que Donald Trump propôs a todos colocar um boné na cabeça com a inscrição: “Trump tinha razão em tudo”. Apenas um jornalista aceitou.

De referir ainda que a AP, a agência Associated Pressa maior agência norte-americana de notícias, foi banida dos eventos restritos com Donald Trump.

O executivo norte-americano quer que a AP esteja em conformidade com o novo apelido do Golfo do México, agora chamado de Golfo da América por Donald Trump. Para o Presidente norte-americano, os jornalistas da AP são “extremistas de esquerda. Jornalistas de segunda zona”, fim de citação.ANG/RFI

COP16/ Preservação da biodiversidade é crucial para o futuro de África

Bissau, 27  Fev 25 (ANG) - A 16.ª Conferência da Convenção das Nações Unidas sobre Biodiversidade, suspensa em 2024 na Colômbia por falta de quórum, retomou esta terça-feira, 25 de Fevereiro em Roma, com foco no financiamento da proteção da natureza.

A comissária da Agricultura e do Ambiente da União Africana, Josefa Sacko, descreve os desafios do continente africano na conferência sobre biodiversidade, destacando a importância da preservação da biodiversidade para a segurança alimentar.

RFI: Quais são os desafios desta reunião em Roma para o continente africano?

Josefa Sacko: Neste momento, conseguimos elaborar a nossa estratégia sobre a biodiversidade. Essa estratégia foi adoptada no ano passado e está sendo popularizada. O segundo ponto é a mobilização de recursos financeiros para podermos implementar a estratégia.

Em que consiste essa estratégia?

A importância dessa estratégia é a conservação da nossa biodiversidade, tanto a vida na Terra como nos oceanos. Temos os recursos naturais que precisamos preservar, e esses recursos naturais também nos servem para a nossa subsistência. A preservação da biodiversidade é muito importante para nós no continente africano.

Porque a biodiversidade é importante para a segurança alimentar e para a transformação dos sistemas agroalimentares?

Sim, é muito importante porque vivemos dos nossos recursos naturais e, se fizermos a conservação e a preservação desses recursos naturais, não teremos problemas de segurança alimentar, pois isso contribui para a segurança alimentar no continente.

Quais podem ser as implicações se não se chegar a um consenso sobre a criação de um novo fundo para a biodiversidade?

Não estamos apenas a falar de financiamento, mas a nível do nosso continente, estamos empenhados para que haja mobilização doméstica para a conservação da biodiversidade. Não dependemos muito do exterior, mas assumimos as nossas responsabilidades e continuamos a preservar a nossa biodiversidade, pois também é uma garantia para o futuro da África e das futuras gerações, bem como a nível mundial.

Será que os países africanos, mas não só, os países em desenvolvimento, por exemplo, na América Latina, vão conseguir pressionar de forma eficaz para que sejam criados novos mecanismos financeiros?

Eu acredito que sim. Essa é a importância desses encontros e desse tipo de diálogo entre as partes. Portanto, deve haver sensibilidade. Temos que olhar para a sustentabilidade do ser humano e do planeta. São questões que não podemos ignorar. São extremamente importantes e prioritárias para nós, principalmente no continente africano, uma vez que estamos a perder a nossa biodiversidade devido à urbanização, à industrialização e também à agricultura, com práticas agrárias que não são sustentáveis.

Esta questão da degradação ambiental preocupa-a?

Preocupa-nos muito. A degradação ambiental preocupa-nos muito, porque o nosso continente, felizmente ou infelizmente, não é um dos grandes poluidores. No entanto, estamos a sofrer bastante com o problema das alterações climáticas e a perda da nossa biodiversidade. Os impactos são realmente muito grandes, e acreditamos que as soluções não podem ser tomadas de forma isolada. Todos temos que colaborar. Precisamos de uma plataforma de colaboração para encontrar formas de preservar a nossa biodiversidade.

Diz que o continente africano não é poluidor, mas sofre com asconsequências das alterações climáticas. Isso vê-se, por exemplo, nos países afro-lusófonos, como Moçambique, que tem sido devastado por ciclones.

Sim, para nós isso é muito importante. Como se vê em Moçambique. A nível do nosso departamento, temos Moçambique como um campeão da redução das catástrofes naturais. O novo Presidente, com quem tive um encontro sobre essa situação na semana passada, está a trabalhar para mobilizar mais recursos, a fim de mitigar os efeitos das alterações climáticas, como as inundações, as secas e os ciclones.

O sul de Angola sofr também com a seca...

Sim, a seca no sul de Angola. Moçambique também enfrenta secas. No Corno de África também há seca. Portanto, muitos países no sul de Angola e na SADC estão afectados pela seca, como a Namíbia e Botsuana.

As discussões em Roma marcam o primeiro encontro internacional deste ano dedicado ao meio ambiente e acontece  num contexto internacional complicado. Os Estados Unidos não são membros da Convenção sobre Diversidade Biológica, e o Presidente Trump não se pode retirar do Acordo de Kunming-Montreal da mesma forma que saiu do Acordo Climático de Paris. No entanto, os Estados Unidos participam das discussões da convenção como observador e financia vários programas de biodiversidade. Este contexto internacional pode também afectar as questões ambientais?

Sim, isso vai afectar, certamente. Temos os nossos planos de adaptação e mitigação para resolver esses problemas. No entanto, com a decisão dos Estados Unidos de se retirar da agenda ambiental, isso terá, sem dúvida, um grande impacto na implementação dos nossos programas.ANG/RFI

                          CPLP/Rede da Biosfera  reunida no Príncipe

Bissau, 27 Fev 25 (ANG) - A Ilha do Príncipe acolhe até esta quinta-feira o 3° encontro da Rede da Biosfera da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Os temas estão alinhados com a agenda da COP16 que foi retomada em Roma esta semana.

Reflectir sobre o papel da CPLP na conservação da biodiversidade e do turismo sustentável é um dos objectivos do 3° encontro da Rede de Reservas da Biosfera da UNESCO da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

A reunião começou na segunda-feira e decorre até quinta na cidade de Santo António, na Ilha do Príncipe, Reserva Mundial da Biosfera desde 2012.

“Serão aprovadas cerca de 30 novas reservas em pelo menos cinco novos países. Significa que há um entendimento claro pelos Estados-Membros”, adiantou António Abreu, representante de Rede da Biosfera da CPLP.

O primeiro-ministro são-tomense, Américo Ramos, expressou o desejo de preservação e protecção do Parque Natural do Príncipe, que é uma reserva reconhecida nacional e internacionalmente pela sua relevância na conservação ambiental.

“A criação da Rede de Reservas da Biosfera da UNESCO na CPLP demonstra o nosso compromisso para com o desenvolvimento sustentável da CPLP, através da promoção de actividades de conservação da natureza e da biodiversidade nos Estados-membros”, afirmou o chefe de Governo são-tomense.

A CPLP tem 24 Reservas da Biosfera espalhadas entre o Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. Estas 24 reservas correspondem a 25% da Rede Mundial de Reservas da Biosfera da UNESCO, totalizando cerca de 196 milhões de hectares e influenciando mais de 104 milhões de pessoas que vivem nestes territórios.

A Rede de Reservas da Biosfera da CPLP foi formalmente aprovada em Julho de 2024, mas o seu trabalho teve início em 2022, com o apoio do Fundo Especial da CPLP e do secretariado técnico da organização não-governamental portuguesa ACTUAR.

O evento decorre numa altura em que foram retomadas negociações, em Roma, na Itália, sobre a conservação da biodiversidade, as quais tinham sido interrompidas em 2024 em Cali, na Colombia. Esta semana é a segunda ronda da 16ª reunião da Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica, a COP16. O objectivo é chegar a um acordo sobre os fundos que vão proteger a biodiversidade nos próximos cinco anos, mas as metas de protecção da biodiversidade estão ameaçadas pela falta de consenso sobre os mecanismos de financiamento para conservar espécies animais e vegetais.ANG/RFI

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Comunicação social/Sinjotecs pede garantias de proteção  para  jornalistas  na cobertura de  manifestações políticas 

Bissau,26 Fev 25(ANG) – O Sindicato de Jornalistas e Técnicos de Comunicação Social(Sinjotecs), pede, em  comunicado, que seja garantida  proteção aos jornalistas e técnicos da comunicação social em caso de cobertura de eventuais manifestações políticas, à partir de 27 de Fevereiro.

“Solicitamos às autoridades competentes, em especial ao Ministério do Interior e da Ordem Pública que garanta a proteção adequada e a segurança dos profissionais de comunicação social assegurando que possam exercer sua função de forma livre, sem ameaças ou intimidações”, disse o Sinjotecs no comunicado assinado pela presidente da organização Indira Correia Baldé.

O comunicado à que a ANG teve hoje acesso sustenta  que a liberdade de imprensa e a segurança dos jornalistas são direitos constitucionais que devem ser respeitados, em qualquer circunstâncias, especialmente em eventos de grande mobilização social.

“Por isso, pedimos que o Ministério do Interior tome todas as providências necessárias para que os  jornalistas possam cobrir a manifestação sem receio de sofrer represálias, abusos ou qualquer forma de violência”, lê-se no  comunicado.

Acrescenta  que a atuação da polícia e outras forças de segurança deve ser  pautada pelo respeito à liberdade de expressão e  integridade física dos profissionais da mídia.

“Reforçamos ainda a necessidade de os jornalistas e técnicos de comunicação social tomarem  precauções de segurança adequada e manterem uma atuação responsável e ético na cobertura dos factos”, refere.

Para o sinjotecs , o sucesso de uma cobertura segura, depende da colaboração mútua entre a imprensa e as autoridades responsáveis pela manutenção da ordem pública.

Duas coligações de partidos políticos(PAI-Terra Ranka e API-Cabas Garandi) convocaram para quinta-feira(27) uma “paralisação geral” do país, em reivindicação do   fim do mandato presidencial. ANG/ÂC//S
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Regiões/Presidente da Comissão Organizadora do Carnaval de Cacheu avisa que a região não  participa no desfile nacional se não receber prémios de  2020

Cacheu, 26 Fev 25(ANG) – O  Presidente da Comissão Organizadora do Carnaval da Região de Cacheu(COC) avisou esta quarta-feira que a região não participa  no Desfile Nacional  do Carnaval 2025, em Bissau, se não for paga a dívida de 2020 no valor de seis milhões de fcfa.

De acordo com o despacho do Correspondente da ANG na Região de Cacheu,   Canfori Fofana anunciou esta decisão  depois da reunião com a Governadora da região de Cacheu e os Administradores dos Setores daquela zona nortenha do país.

Nesse ano, a Região de Cacheu havia ganho, no concurso de máscaras, um prémio no valor de  3.150.000fcfa e o valor restante dos seis milhões de fcfa correspondem ao prémio ganho no concurso de grupos.

Fofana diz  que o Governo deveria negociar com os grupos vencedores a forma de pagamento da referida dívida antes de organizar o desfile carnavalesco do presente ano, para pelo menos amortizar 50 por cento das dívidas contraídas.

Canfori Fofana revelou   que o Executivo fez uma proposta de 1 milhão de francos CFA para a realização regional do Carnaval 2025, mas diz que esse montante  é suficiente para as despesas que realização do evento acarreta.

A Região de Cacheu foi vencedora do Carnaval 2020, tanto do Desfile Nacional como Regional  e não recebeu os respetivos prémios.ANG/AG/JD/ÂC//SG

     Rússia/Anunciada nova reunião com Estados Unidos na quinta-feira

Bissau, 26 fev 25 (ANG) - Diplomatas russos e norte-americanos vão reunir-se novamente na quinta-feira, em Istambul, após as primeiras discussões a 18 de fevereiro na Arábia Saudita, anunciou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov.

“Os nossos diplomatas e peritos de alto nível vão se reunir e discutir os problemas sistémicos que se acumularam”, disse Lavrov numa conferência de imprensa no Qatar.

"O encontro terá lugar amanhã [quinta-feira] em Istambul", acrescentou Lavrov, citado pela agência francesa AFP.

Lavrov visitou Ancara na segunda-feira, antes de viajar na terça-feira para o Irão, um aliado de Moscovo, e depois para o Qatar.

A Turquia, membro da NATO, quer desempenhar um papel de liderança para pôr fim às hostilidades na Ucrânia, como tentou fazer em março de 2022 ao acolher por duas vezes negociações diretas entre Moscovo e Kyiv, mas sem sucesso.

A Rússia e os Estados Unidos retomaram o diálogo depois de uma conversa telefónica entre os respetivos líderes, Vladimir Putin e Donald Trump, após quase três anos sem contactos de alto nível devido à guerra na Ucrânia.

No rescaldo do encontro em Riade, russos e norte-americanos afirmaram que pretendiam relançar as relações bilaterais, o que suscitou o receio de que Kyiv e os seus aliados europeus fossem postos de lado na resolução do conflito na Ucrânia.

Após a discussão, Serguei Lavrov e o homólogo norte-americano Marco Rubio, afirmaram querer restabelecer o funcionamento normal das missões diplomáticas, após as múltiplas expulsões de representantes das respetivas embaixadas desde 2022.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Riabkov, disse no domingo estar "à espera de progressos reais" numa reunião que se realizará "ao nível dos chefes de departamento" dos ministérios dos Negócios Estrangeiros dos dois países.

Os Estados Unidos e os aliados ocidentais apoiaram a Ucrânia desde que foi invadida pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022, com armamento e ajuda financeira, e com a imposição de sanções a Moscovo.

Desde que o republicano Donald Trump sucedeu ao democrata Joe Biden como Presidente dos Estados Unidos, em 20 de janeiro, têm crescido os receios de que Washington diminua o apoio a Kyiv.

Trump pretende trocar esse apoio pelo acesso dos Estados Unidos a minerais da Ucrânia, tendo sido admitida uma deslocação do Presidente Volodymyr Zelensky a Washington nos próximo dias para assinar um acordo sobre a questão.ANG/Lusa

 

Angola/Autoridades sanitárias registam 189 mortes e 5.219 infetados desde o início do surto de cólera

Bissau, 26 fev 25(ANG) - Angola registou até terça-feira 144 novos casos e sete mortes relacionados com o surto de cólera, elevando os números para 5.219 infetados e 189 mortos, desde o início da epidemia, segundo dados das autoridades sanitárias.


Ministério da Saúde divulgou que a província de Luanda registou o maior número de casos, nas últimas 24 horas, com 97 infetados, bem como de mortes com seis dos sete óbitos.

Também nas últimas 24 horas, 149 pessoas receberam alta e continuam internados 193 doentes com cólera.

No total desde o início do surto, Luanda lidera o número de casos com 2.620 infetados, seguindo-se as províncias do Bengo com 1.906, Icolo e Bengo com 593, Malanje com 42, Cuanza Sul com 29, Huambo com nove, Huíla com sete, Zaire com cinco, Cabinda com três, Cuanza Norte e Uíje com dois cada e Cunene com um.

No que se refere aos óbitos, Luanda registou a maior parte das mortes com 92 das 97 registadas.

O grupo etário mais afetado é o dos 2 aos 5 anos, com 814 casos e 31 óbitos, seguido do grupo etário dos 10 aos 14 anos, com 664 casos e 13 óbitos.

O surto de cólera, uma doença infecciosa associada a más condições de higiene, saneamento deficiente e falta de qualidade da água, foi detetado pelas autoridades angolanas a 07 de janeiro deste ano, em Luanda, capital angolana.ANG/Lusa

 

    Egito/Mãe de opositor em risco de morte após 150 dias em greve de fome 

Bissau, 26 Fev 25 (ANG) - A mãe do opositor egípcio-britânico Alaa Abd-el Fattah corre agora "um risco elevado de morte" após 150 dias de greve de fome para obter a libertação do filho preso em Cairo, segundo o seu médico.


O seu estado de saúde é agora extremamente grave" devido ao nível baixo de açúcar no sangue (hipoglicemia), o que representa "risco imediato para a sua vida" e ameaça deixar sequelas permanentes em alguns órgãos, declarou o médico que trata Laila Soueif, de 68 anos, no hospital Guy and St Thomas, em Londres, numa carta publicada hoje pela família.

Soueif mantém uma greve de fome há 150 dias para pressionar o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, a intervir diretamente junto do Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, ingerindo apenas café, chá e saquetas de rehidratação. 

Desde setembro perdeu quase 30 quilos.

Alaa Abd-El Fattah é um conhecido bloguista e opositor político que foi detido em setembro de 2019 depois de ter partilhado um texto sobre a tortura nas prisões egípcias e condenado a cinco anos de prisão por "difusão de informações falsas" em 2021.

O ativista de 43 anos obteve a nacionalidade britânica em 2022, enquanto estava na prisão, através da sua mãe, que nasceu no Reino Unido, onde vive parte da família incluindo um filho adolescente.

Além de reivindicar que foi vítima de uma injustiça, a família defende que Alaa Abd-El Fattah deve ser libertado pois já passaram cinco anos desde que foi preso. 

No entanto, as autoridades egípcias argumentam que o tempo da sentença só começou a ser contado após o final do julgamento.

Apesar de garantias de que estavam a ser feitos esforços diplomáticos, durante semanas, Laila Soueif deslocou-se diretamente a Downing Street, local da residência e escritório do primeiro-ministro britânico, para "aguardar notícias". 

Keir Starmer recebeu-a em 14 de fevereiro e comprometeu-se pessoalmente a garantir a libertação do egípcio-britânico.

"Depois de me ter encontrado com Laila Soueif esta semana, a minha mensagem é clara. Farei tudo o que estiver ao meu alcance para garantir a libertação do seu filho Alaa Abd el-Fattah e para o reunir com sua família. Continuaremos a apresentar o seu caso aos mais altos níveis do governo egípcio e a fazer pressão para que seja libertado", escreveu na rede social X após o encontro.

Laila Soueif suspendeu as visitas diárias a Downing Street, mas não a greve de fome, que a família acredita ser das mais longas de que há registo. 

Em declarações hoje à BBC, a filha Sanaa Seif disse que a mãe continua consciente e que recusa o tratamento de glucose, apesar dos esforços para convencê-la. 

"É injusto que ela tenha de fazer isto. Mas não quero que ela morra", disse. 

Ao mesmo tempo, admitiu "respeito pelo que ela está a fazer". 

"Uma parte de mim acredita que, como mãe, talvez o instinto dela esteja certo e ela vai triunfar e vai conseguir reunir-nos todos", confiou.  ANG/Lusa

 

      Sudão/Número de mortos na queda de avião militar  sobe para 46

Bissau, 26 Fev 25 (ANG) - O número de mortos na queda de aeronave militar sudanesa, que se despenhou, na terça-feira, numa área residencial em Omdurman, perto de Cartum, no Sudão, subiu e 19 para 46, anunciaram hoje as autoridades militares e de saúde.


De acordo com o Gabinete de Comunicação Social do estado de Cartum, estas últimas vítimas foram encontradas sob os escombros de edifícios danificados.

"Após a contagem final, o número de mortos subiu para 46, com 10 feridos", afirmou o gabinete, em comunicado.

O avião Antonov despenhou-se sobre um bairro populoso de Omdurman, quando descolava da base aérea de Wadi Sayidna, a norte de Omdurman, que é a cidade irmã da capital, Cartum.

O acidente também danificou várias casas no distrito de Karrari, em Omdurman, informou o gabinete de imprensa.

O Ministério da Saúde informou que alguns corpos foram transferidos para o hospital de Nau, em Omdurman.

Os meios de comunicação locais noticiaram que o avião estava a caminho da cidade de Porto Sudão, no Mar Vermelho, sede do Governo apoiado pelos militares.

Os residentes relataram fortes explosões provocadas pelo acidente, que gerou nuvens espessas de fumo e poeira em Omdurman.

O avião transportava oficiais de alta patente, segundo a agência noticiosa Sudan Tribune, mas esta informação não foi confirmada oficialmente.

Os acidentes aéreos são frequentes no Sudão, sobretudo devido ao fraco historial de segurança aérea do país. Em 2020, pelo menos 16 pessoas morreram quando um avião militar, um Antonov An-12 russo, se despenhou na região ocidental do Darfur.

Em 2003, um avião civil da Sudan Airways despenhou-se contra uma encosta quando tentava efetuar uma aterragem de emergência, matando 116 pessoas, incluindo oito estrangeiros. Apenas um rapaz sobreviveu ao acidente.

O Sudão está em guerra civil desde 2023, quando as tensões entre os militares e um grupo paramilitar, as Forças de Apoio Rápido (RSF, sigla em inglês), aumentaram.

Os combates devastaram as áreas urbanas e foram marcados por várias atrocidades, incluindo violações em massa e assassínios por razões étnicas, que constituem crimes de guerra e crimes contra a humanidade, especialmente na região ocidental do Darfur, de acordo com as Nações Unidas e grupos de direitos humanos internacionais.

A guerra intensificou-se nos últimos meses, com os militares a fazerem avanços constantes contra as RSF em Cartum e noutras partes do país.

As RSF, que controlam a maior parte da região ocidental do Darfur, disseram ter abatido uma aeronave militar, na segunda-feira, em Nyala, capital provincial do Darfur do Sul. ANG/Lusa

 

  Afeganistão/"Assim que possível", Talibãs vão tentar libertar casal britânico

Bissau, 26 fev 25 (ANG) - Peter Reynolds e a esposa Barbie conheceram-se na Universidade de Bath, na Inglaterra, e casaram-se em Cabul em 1970, depois de se terem apaixonado pelo Afeganistão.


Os talibãs dizem que vão tentar libertar "assim que possível", o casal britânico que foi detido no Afeganistão, no dia 1 de fevereiro quando estavam a regressar a sua casa na província de Bamiyan.

Numa entrevista à BBC, os talibãs afirmaram que se vão esforçar para conseguirem libertar Peter Reynolds, de 79 anos, e a sua esposa Barbie, de 75 anos. 

Através de um comunicado, um oficial talibã disse que "uma série de considerações estão a ser tidas em conta" e "após avaliação" vão tentar libertar o casal "assim que possível".

Para além do casal, foram também detidos um cidadão norte-americano e um afegão. Os três estrangeiros têm passaportes e cartões de identificação afegãos.

O motivo das detenções ainda não foi confirmado.

O ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido revelou, na segunda-feira, que está a dar apoio à família de Peter e Barbie.

De recordar que o casal de idosos britânicos foi detido pelos talibãs na província de Bamiyan, no Afeganistão, por "ensinar as mães a educar os filhos". 

O casal dirige projetos escolares no Afeganistão há 18 anos, um dos quais envolve a formação de mães e crianças. Após a tomada de poder dos talibãs em 2021, os britânicos decidiram continuar no país e mantiveram o projeto - apesar de as mulheres estarem proibidas de trabalhar e receber educação, explica a publicação britânica.

Após a detenção, a casa dos Reynolds foi alvo de uma busca e os empregados questionados se o casal estaria a fazer proselitismo religioso.

Os britânicos ainda conseguiram manter contacto com os filhos durante os primeiros três dias da detenção, revelando que tinham sido detidos pelo Ministério do Interior. No entanto, há semanas que os filhos não conseguem contactar os pais.

Peter e Barbie conheceram-se na Universidade de Bath, na Inglaterra, e casaram-se em Cabul em 1970, depois de se terem apaixonado pelo Afeganistão. ANG/Lusa

 

Cooperação/Guiné-Bissau assina quatro acordos de cooperação com a Rússia

Bissau, 26 Fev 25(ANG) - O Governo da Guiné-Bissau assinou hoje quatro acordos de cooperação com a Rússia no âmbito da primeira visita de Estado de um Presidente guineense àquele país.

O primeiro é na área de cooperação no ensino superior. Atualmente, mais de 300 estudantes guineenses frequentam instituições de ensino superior na Rússia.

O segundo é relativo à instituição de mecanismo de consultas sobre questões de cooperação económica, comercial e na área de investimentos.

O terceiro acordo é sobre a cooperação no ensino geral e no ensino secundário profissional.

E o quarto é sobre a cooperação no domínio da geologia e da utilização do subsolo.

O acordo vai permitir a prospeção de hidrocarbonetos e gás, exploração da bauxita, fosfatos, bem como formação de quadro e pescas, disse Malam Sambú.

Umaro Sissoco Embaló reúne-se hoje com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, na primeira visita de Estado de um Presidente guineense à Rússia em que, entre outros, deverá igualmente abordar a possibilidade de o país africano adquirir equipamentos de vigilância e fiscalização marítima.ANG/Lusa

Ambiente/Ministro Viriato Cassamá alerta para a preocupante produção diária de resíduos biomédicos no país

Bissau, 26 Fev 25(ANG) -  O ministro do Ambiente, Biodiversidade e Acção Climática,  afirma que o país produz aproximadamente três (3) quilos de resíduos biomédicos por dia, um facto que considera preocupante.

Os dados foram revelados nesta terça-feira, em Bissau, por Viriato Luís Soares Cassamá, durante a apresentação do projeto Resíduos Biomédico, que ainda não foi aprovado.

Viriato Cassamá lamenta o facto de o vazadouro de lixo, estar localizado num braço de rio, nos arredores de Bissau, uma situação que diz representar um sério risco ambiental e sanitário.

O ministro  realçou que a Guiné-Bissau é dos poucos países no mundo em que não existe   um sistema adequado de separação de lixos: doméstico, urbano, hospitalar, industrial e mecânico. Disse que tudo é misturado no mesmo vazadouro sem prévio tratamento.

“Tendo em conta a sua categoria, resíduos biomédico , independentemente de representar um problema
para a saúde pública, é um problema ambiental. Razão pela qual é pertinente a elaboração deste projeto, para apoiar ao Governo na gestão sustentável de resíduos biomédico”, disse Cassamá.

Quanto a implementação do projeto, Viriato Cassamá avançou que já existem alguns documentos estratégicos no setor de resíduos, em particular o de resíduos biomédico, faltando apenas as necessárias adaptações e reajustes desses documentos ao contexto nacional.

O ministro da Saúde Pública, Pedro Tipote, sugere que os incineradores não sejam instalados nos estabelecimentos hospitalares, a fim de se evitar a contaminação das pessoas e minimizar os impactos da queima de resíduos em áreas habitadas.

O Presidente da Câmara Municipal de Bissau, Luís José Medina Lobato, manifesta a disponibilidade da instituição camarária para colaborar com qualquer iniciativa que vise melhorar a gestão dos resíduos biomédicos na cidade.

Ambientalistas dizem que, além dos potenciais riscos para a saúde humana, a negligência na gestão dos resíduos hospitalares pode causar impactos ambientais significativos, tais como a contaminação do ar, do solo e das águas, a proliferação de vetores e parasitas e a contaminação de alimentos não protegidos.

A ausência de um sistema eficaz para o tratamento e descarte adequado desses resíduos é enquadrado pelo projeto como  um desafio que exige ações urgentes e coordenadas entre as autoridades e os diferentes setores envolvidos. ANG/RSM

 

Regiões/PBGD disponibliza 15 milhões de francos CFA para organizações da sociedade cívil desenvolverem suas atividades

Buba, 26 Fev 25 (ANG) – O Projeto Boa Governação e Desenvolvimento(PBGD) vai disponibilizar  15 milhões de francos CFA para as organizações da Sociedade Civil(SC) interessadas se candidatarem para a obtenção de financiamentos para suas atividades.

De acordo com o despacho do Correspondente da ANG na Região de Quinará, a informação foi tornada pública pelo  técnico do referido Projeto, Iaia Djau numa sessão de esclarecimento, destinada às organizações da Sociedade Civil.

Na  sessão de esclarecimento sobre as condições de acesso ao referido financiamento, Iaia Djau convidou aos responsáveis da SC a apresentarem aa suas propostas  para a obtenção de financiamento.

Djau disse que a maior parte das organizações da SC enfrenta dificuldades na gestão dos fundos que lhes são disponibilizados, e que, por isso, alguns critérios critérios foram eliminados para facilitar o acesso aos fundos .

Acrescentou que o montante dos fundos registou um decréscimo de 32 milhões de fcfa para 15 milhões de fcfa, devido a dificuldades de acesso aos fundos registados no ano passado.

O Responsável do Conselho Regional da Juventude, Malam da Silva  disse que, apesar de eliminação de alguns, os critérios em vigor ainda vão condicionar as pequenas organizações, que funcionam com fundos doados pelos  associados, que as vezes, diz, nem chegam para cobrir as despesas. ANG/R/MI/ÂC//SG

 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Segurança Pública/ Ministério do Interior declara “tolerância zero à qualquer desordem pública” 

Bissau, 25 Fev 25(ANG) – O Ministério do Interior e da Ordem Pública, na voz do Secretário de Estado da Ordem Pública, José Carlos Monteiro Macedo declarou hoje  “tolerância zero” à qualquer tipo de atividade que possa pôr em causa a ordem pública, realizada no quadro dos protestos convocados pelos partidos da oposição que exigem o fim do mandato presidencial à 27 de Fevereiro.

Monteiro Macedo que falava em conferência de imprensa, disse que  está a responder à sucessivas ameaças que têm sido divulgadas através das redes sociais e  nos debates em algumas estações emissoras do país, nos últimos dois meses.

O governante acrescentou  que cada um pode fazer o seu comentário em relação ao fim de mandato do Chefe de Estado, mas que a Polícia da Ordem Pública vai cumprir o seu papel  de garantir segurança à todos no exercício das suas funções.

Monteiro disse  que, desde Bissau até a última tabanca do país, o Ministério do Interior não vai tolerar nenhuma desordem.

O Secretário de Estado da Ordem Pública disse que nada acontecerá no dia   27 de Fevereiro no país, e avisou que não vão  permitir visitas de  nenhum familiar nas celas da 2ª Esquadra, se, eventualmente,  alguns cidadãos foram detidos por estarem a praticar  desordem pública.

José Carlos Macedo, sem identificar, disse que  um político está a enganar o povo na diáspora de que o país não tem estabilidade,  e a instigar aos jovens para criarem desordem, mas  que a mesma pessoa abriu, recentemente, três supermercados em Bissau.

As duas coligações de partidos políticos do país(PAI-Terra Ranca e API-Cabás Garandi)após uma reunião de concertação, no domingo, convocaram uma paralisação geral para o dia 27 de Fevereiro, reivindicando o fim do mandato presidencial que o Supremo Tribunal de Justiça dissera que só termina a 04 de Setembro próximo. ANG/JD/ÂC//SG