Agricultura/ ONG “Ianda Guiné Horta” promove Feira Agroecológica em Bissau
Bissau, 29 Nov 24 (ANG) – A Organização Não Governamental “Ianda Guiné Horta” promove entre os dias 29 e 30 do corrente mês, no Centro Cultural Franco Bissau Guineense, uma Feira Agroecológica, com produtos frescos e transformados.
A Feira, de acordo com os organizadores contatados pela ANG, funciona como um espaço de promoção de produtos alimentares saudáveis e decorre sob o Lema: “Labur Cansado, ma i tene si balur, Viva legumes de terra, viva legumes sem químico, celebrar, demostrar e valorizar o que é nosso”.A iniciativa reúne mulhere
s produtoras, que encontram neste espaço uma oportunidade para
divulgar os seus produtos, que estão a ser comercializados à preço que variam entre 300 e 500 francos CFA.
Esta Feira, segundo o coordenador do projecto “Ianda Guiné Horta,
financiado pela União Europeia, “no balura labur na Bissau”, marca o fim das ações
do programa dessa ONG no país.
Pierre Lepeur disse que a organização da feira tem como objectivo garantir melhor alimento e combater a
insegurança alimentar, oferecendo a população local produtos saudáveis e
sustentáveis, assim como despertar a atenção sobre a importância do consumo dos
produtos locais.
Acrescenta que visa ainda reconhecer o papel indispensável da horticultura
na sociedade e na economia guineense.
O programa envolveu mais de 100 horticultores e famílias no Setor Autónomo
de Bissau.
Pierre Lepeu destacou a capacitação dos horticultores por meio de
formação agrícola participativa, durante
o qual conseguiram transmitir aos
beneficiários a importância da agroecologia como um modelo sustentável para
agricultura urbana.
Disse que o programa teve um impacto
social direto e económico, através da criação do coletivo “Cabaz de Vida”, que
comercializa os produtos frescos e transformados, e de lavradores líderes que garantem as boas práticas
agroecológicas.
Em representação da ministra da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Ansu
Mancal destacou o facto de a agricultura
familiar ser a forma predominante de
fazer agricultura na Guiné-Bissau e sob princípios da agroecologia.
Afirmou que, do ponto de vista socioeconómico, os produtores guineenses
observam os princípios da agroecologia, que é uma forma de produção
ambientalmente mais amigável e conservadora do solo e de menor riscos à saúde
humana e animal.
“Temos forte dependência alimentar das importações que advêm de sistemas
económicos, de produção dominante em termos de escala e por conseguinte maior volume das nossas aquisições internacionais
de alimentos não é baseado em princípios
da agroecologia”, afirmou.
Por isso, encoraja à todos, publico e privados, para redobrarem esforços no
apoio a valorização e promoção da produção nacional, em especial por mulheres e
jovens.
O Chefe da Equipa da Economia Verde da União Europeia, Jorge Valiente sublinhou
na ocasião que, para além de as actividades
agrícolas serem a principal fonte de rendimento da maior parte da população
guineense, também é responsável para a redução
da pobreza.
Neste sentido, de acordo com Jorge Valiente, a União Europeia prioriza o
apoio ao desenvolvimento do setor agrícola, sempre com uma abordagem sustentável.
O Secretário Executivo da ONG “Asas do Socorro”, Alfredo Cá convidou à todos
para uma reflexão sobre o perigo de abastecimento do mercado nacional com produtos importados.
Por isso convida as Associações de Mulheres Horticultores a produzirem mais
para abastecer o mercado nacional.
Alfredo Cá apela ao Governo e aos
parceiros para refletirem sobre as possibilidades de mecanização da agricultura, para que as
mulheres hortícultoras possam assegurar
o fornecimento de produtos ao mercado guineense. ANG/LPG/ÂC//SG