“Este
Governo defraudou as expectativas do povo guineense", diz Nando Vaz
Bissau,12
Dez 14 (ANG) - O Presidente do Partido União Patriótica Guineense (UPG), criticou
hoje o desempenho do governo, que classifica de “estar longe” das expectativas criadas
pelo próprio chefe do Governo, Domingos Simões Pereira.
Presidente da UPG, Fernando Vaz |
Ao
ser convidado pela Agência de Noticias da Guiné-ANG – a comentar os 100 dias de
graça do executivo saído das urnas, Fernando Vaz disse que era de prever esta
situação.
“Estamos num quadro em que os dois maiores partidos do pais se encontram juntos na governação sem nenhuma oposição parlamentar”, disse, acrescentando que “neste contexto se assiste a um defraudar completo das expectativas que o povo depositou nesses dois partidos, facto estranho quando este governo tem tranquilidade parlamentar e pelo apoio incondicional do PAIGC e PRS".
Fernando
Vaz disse que o povo está farto de discursos ”bonitos nos médias, acrescentando
que, o que o povo pretende são resultados
práticos, que não estão acontecer”.
"Na prática, não assistimos a nenhuma mudança. Antes pelo contrário, assistimos a um dificultar de vida das populações, que se tornaram mais miseráveis. As actividades económicas desaceleraram-se, ou seja, tornou-se vulgar ouvir hoje em qualquer parte do pais que não há dinheiro", ilustrou.
O
líder da UPG disse que na Guiné-Bissau normalmente quando esses dados caem,
quer dizer que há maior evasão fiscal ou seja não se paga os impostos e com
isso o Governo terá que endividar para pagar os salários.
"Houve
ajuda orçamental da União Europeia de 20 milhões de euros, o que daria para
pagar quatro meses de salários dos quais 10 Milhões serão desbloqueados ainda
este ano, ", frisou.
Aquele
político sublinhou ainda que, quando o Governo de Transição saiu, deixou a questão
de salários dos professores garantido até Dezembro com apoio do Banco Mundial.
Revelou
que outro acto que o Governo de Transição fez, foi assegurar o fornecimento de
combustíveis à Central Eléctrica de Bissau até Dezembro em curso.
“Acho
que o Presidente da República agiu ao que parece no cumprimento das suas
prorrogativas. Quando se põe em causa a soberania do pais, qualquer que seja a pessoa,
deve ser chamada a responder", vincou.
Declarou
que não faz sentido um ministro na qualidade de representante do Estado da
Guiné-Bissau, sentar-se com rebeldes, e vir ao público fazer declarações que não
abonam em nada, o pais.
"Não
vamos pegar nesses factos para fazermos guerra. Exortamos ao Presidente da Republica
que continue atento na defesa dos interesses do pais e do povo",
aconselhou.
"Portanto,
nos entendemos que para que haja qualquer contacto e intermediação em que os
rebeldes se envolvem, o Estado guineense deve antes de mais falar com as autoridades
senegalesas porque são com eles que temos as relações institucionais. A partir
do que acertamos com essas autoridades, poderemos pôr hipóteses da mediação desse
problema", explicou.
Considerou
extremamente complicada essa questão de Casamance que dura desde os anos 60 e
que “não diz respeito a Guiné-Bissau mas pelo facto de situar-se na nossa
fronteira norte, deve nos preocupar e com tudo o que podemos ajudar e
contribuir, na busca de solução para o problema.
"O
que entendemos é que os partidos da oposição independentemente de estarem ou não
no parlamento devem continuar a fazer os seus trabalhos.
Penso
que, com o lançamento do partido, Assembleia dos Partidos Unidos (APU), o pais terá
uma oposição clara, responsável, construtiva e que defendera os interesses da nação
pais porque um pais sem oposição é adiar o seu desenvolvimento e futuro.
ANG/AC/JAM/SG
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