Ministro dos Recursos Naturais
questiona paradeiro de 13 milhões de dólares de Angola
Bissau,
15 Jan (ANG/Lusa) - O ministro dos Recursos Naturais da Guiné-Bissau, Daniel Gomes,
questionou hoje no parlamento a quem é que Angola entregou 13 milhões de
dólares para iniciar a exploração do bauxite no leste do país, num processo que
envolve o Presidente da República.
Daniel
Gomes foi hoje ouvido na Assembleia Nacional Popular (ANP) pela comissão
especializada de Recursos Naturais para esclarecer dúvidas levantadas pelo
chefe do estado, José Mário Vaz, sobre o processo de exploração de minérios nas
areias da praia de Varela, no norte do país.
Além
da situação em Varela, o governante fez um ponto de situação sobre o dossiê da
mineração de bauxite.
"Ando
a discutir com a empresa angolana para que nos esclareça quem é que recebeu os
13 milhões de dólares de bónus de assinatura", afirmou Daniel Gomes.
O actual
presidente guineense José Mário Vaz chegou a ser indiciado e detido pela
justiça, em 2013, no processo de averiguações relacionado com o alegado desaparecimento
do dinheiro.
A
empresa Bauxite Angola entregou o dinheiro à Guiné-Bissau enquanto Vaz era
ministro das Finanças - cargo que assumiu no governo liderado por Carlos Gomes
Júnior, deposto pelo golpe de estado de 12 de Abril de 2012.
José
Mário Vaz nunca esclareceu em público o que se passou e sempre negou qualquer
envolvimento no caso, que continua sob alçada da justiça do país - sendo que,
de acordo com a lei, as averiguações sobre a actuação de José Mário Vaz estão
suspensas enquanto este ocupar a cadeira de chefe de estado.
Segundo
o ministro dos Recursos Naturais, os trabalhos de exploração da Bauxite, cujas
jazidas se encontram na localidade de Boé, só serão retomados depois de
esclarecido o paradeiro dos 13 milhões de dólares.
"Disse
aos irmãos angolanos que nós, para prosseguirmos, temos que esclarecer esse
ponto número um: Quem é que recebeu esse dinheiro. É muito dinheiro",
concluiu Daniel Gomes.
Lusa
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