quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

PAIGC




  
Grupo de 
15 deputados contestatários anuncia que vota contra programa do governo “se não houver diálogo sério”


Bissau,14 Jan 16(ANG) - Quinze deputados do PAIGC, partido no poder da Guiné-Bissau, anunciaram quarta-feira que vão votar contra o Programa do Governo no próximo dia 18 "se não houver diálogo sério" com a direcção do partido.

Na voz  do deputado Soares Sambu, o grupo dos 15 eleitos acusa a direção do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e a respectiva bancada parlamentar, de "amedrontar" e fazer "pressão" sobre os parlamentares que se posicionam contra o programa do Governo do primeiro-ministro, Carlos Correia.

Apesar de o PAIGC ser maioritário, o Programa de Governo não obteve votos suficientes para ser aprovado a 23 de Dezembro uma vez que o grupo dos 15 optou pela abstenção, juntando-se aos deputados do  Partido da Renovação Social (PRS), na oposição que também se abstiveram.

De acordo com a lei guineense, o documento volta a ser apreciado no dia 18 deste mês e caso não seja aprovado, o Governo cai automaticamente.

Em conferência de imprensa, quarta-feira, presenciada pelos 15 deputados, Soares Sambu afirmou que, nos últimos dias, os parlamentares em causa têm vindo a receber "panfletos de ameaças" à integridade física e de destruição das suas habitações , caso não viabilizem o Programa de Governo.

O porta-voz dos deputados contestatários à direcção do PAIGC justificou que  a posição dos 15 contra a aprovação do Programa do Governo, se deve ao facto de o programa não ter sido submetido a aprovação do  Comité Central do partido, como mandam os estatutos.

O que está em causa, adiantou Sambu, é o cumprimento de "um pressuposto elementar" dos estatutos do partido.

Questionado sobre se pretendem abandonar o Parlamento, substituídos por deputados suplentes por indicação da direcção do partido, Soares Sambu disse que no próximo dia 18 estarão no hemiciclo de onde não vão sair até ao fim da legislatura.

Fontes da direcção do PAIGC admitiu a à Lusa a possibilidade de os 15 deputados serem substituídos, na sequência de sanções de que serão alvos por terem, alegadamente, infringido os estatutos do partido ao se posicionarem contra o Programa do Governo.

O grupo diz-se aberto ao "diálogo sério, sem pré-condições", mas avisa que não se abdicará perante o que considera de atitudes sectárias, divisionistas e de perseguições no seio do PAIGC.

De acordo ainda com Soares Sambu, o grupo está aberto para encontrar "soluções globais" dentro do partido e que possam viabilizar a governabilidade da Guiné-Bissau. 

ANG/Lusa.

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